domingo, 10 de dezembro de 2017

GALÁXIAS (Wander Costa)

Autor: Wander Costa


Vivia na galáxia mais distante daqui.
Não sei se o azul cintilante, o brilho dourado dos seres ou a ânsia de conhecer novos mundos me atraíram para cá.
Na viagem ao desconhecido, várias paradas eu fiz, e em cada uma delas um novo conhecimento, um novo despertar.
Usando meus sentidos percebi que a cada célula que esbarrava trazia em si um valioso microcosmo. Com alguns fácil foi interagir, com outros intangível.
O fascínio da jornada estava justamente nestas experiências, e percebi que os corpos ásperos com os quais eu colidia iam me polindo, transformando e enriquecendo minha experiência.
De pronto sentia, com o coração aberto, a grandeza e a beleza que cada um a mim se descortinava, e livre da minha arrogância primária, pude sentir em cada célula do meu corpo celestial o respeito e o amor que o outro a mim e a todos dirigia.
De longe minha avaliação sempre se mostrava previsível e protetora dos meus medos. Posto isto de lado, de perto desfrutei da incrível riqueza das diferentes facetas que compunham cada um.
Ainda em plena viagem explicativa me detive sobre alguns corpos luminosos, e feliz, me lancei aos outros, e sempre feliz me surpreendi com a infinita bondade e generosidade que este outro tem a me oferecer.
As diferenças, as "imperfeições" que tanto julgamos em nós e em outrem me têm causado um profundo sentimento de paz e amor.
Depois de desnudos das defesas nós nos propusemos  apenas a ser e estar.

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