domingo, 30 de junho de 2019

CULTURA DA VIDA (Áurea Wolff)



Autora: Áurea Wolff

Lendo o Antigo testamento e os Evangelhos, consigo entender a dimensão da reviravolta no olhar do mundo  para o sentido da existência, há dois mil anos.
O Antigo Testamento mostra a busca do homem para organizar-se  e elaborar leis que facilitassem a convivência entre as pessoas e os povos, através dos elementos brutos que a natureza oferece, guiados pela crença em um poder superior.
Estas leis visam a orientar e dar caminho para os seres humanos, no sentido de sobreviver  aos  revezes dos  rudimentares costumes e conhecimentos da época. Era o  homem procurando  enfrentar os desafios da precariedade  do momento.
Eram leis para penalizar o infrator, desde pequenos castigos  a até mesmo com a morte. Para a proteção à saúde, regras para afastar os contágios, possíveis causadores de  doenças, assim como o jejum, capaz de aliviar as tensões físicas, a abstenção de certos alimentos, e ainda oferecer espaço para a reflexão e o silêncio interior. Nas guerras para defesa de seu território o prêmio  eram os despojos para o vencedor.
Os Dez Mandamentos abrem uma visão mais clara  no cumprimento das leis, de como deve ser o comportamento do ser humano para conviver em comunidade, necessidade essencial  de todos.
Pinçando os dez mandamentos do sentido religioso, estas leis são os fundamentos da justiça universal.
Só o primeiro mandamento manda amar a Deus:
      Amar a Deus sobre todas as coisas
O segundo, o terceiro e o quarto mandamento, mandam Respeitar:
      Não jurar seu Santo Nome em vão  - respeitar a fé e as crenças;
      Guardar domingos e festas de guarda – respeitar o limite do seu corpo e de sua mente;
      Honrar pai e mãe  -  respeitar os pais que o trouxeram ao mundo;
Os outros seis mandamentos são as Determinações proibindo atos que prejudiquem as outras pessoas:
      Não matar;
      Não pecar contra a castidade;
      Não roubar;
      Não levantar falso testemunho;
      Não desejar a mulher do próximo;
10º    Não cobiçar as coisas alheias.
Jesus chegou e disse: eu não vim para abolir as leis. Eu vim ensinar algo mais que as leis. Eu vim ensinar o amor. O meu jugo é leve. Viver o amor é leve, traz paz  e alegria. Ele nos mostra a essência da vida. Ele não só ensinou o amor, mas viveu este amor: esteve ao lado dos que sofriam, dos marginalizados, dos doentes; curou e teve misericórdia com todos, e ainda perdoou seus algozes.
Ao aprofundarmos a análise de alguns mandamentos podemos tem uma melhor noção da sua amplitude social, conforme veremos, a seguir.
      E acrescenta ao quinto mandamento: a lei é não matar  -   Não matar é o cumprimento da lei.
         O amor é dar vida: acolher, perdoar, sorrir, valorizar, abraçar, cumprimentar, escutar.
   Não pecar contra a castidade é a lei. O  amor é valorizar a si mesmo e aos demais na sua            sexualidade.
     Não roubar é a lei. O amor é ser honesto consigo mesmo e com os outros. É dividir, desapegar-        se,  pagar o que se deve, pagar com justiça o trabalho de quem serve.
      Não levantar falso testemunho é a lei. O amor é  falar a verdade,  é assumir a responsabilidade          pelos seus atos.
      Não desejar a mulher do próximo é a lei.                                                  
10º    Não desejar as coisas alheias é a lei.  O amor é agradecer  pelo que se tem e pelo que se é.
Antes de  morrer, Jesus deixou seu corpo e seu sangue na Eucaristia. Deixou-se do modo mais
humano entre Ele e nós.  O corpo e o sangue. E na Eucaristia deixou sua alma. Na sua vida deixou o amor; na Eucaristia deixou sua alma.
Deixando-nos, assim, a CULTURA DA VIDA.
         


          
         

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