
Autora: Eliana Haesbaert
Catalogada pelo próprio homem
como um dos Sete Pecados Capitais, a ira, ódio, raiva ou rancor é um dos piores
e dos mais nefastos sentimentos só
sentidos pelo próprio homem.
Mesmo não se considerando como
“pecado”, mas apenas um mau sentimento possível a qualquer ser humano, normalmente
é mais prejudicial a quem o sente do que o alvo, seja apenas uma pessoa, um grupo
ou uma situação criada.
A raiva aumenta a pressão
arterial, os batimentos cardíacos, destila hormônios do mal na corrente
sanguínea, provoca tensão muscular, insônia, dor de cabeça e outros males
somáticos. É uma forte emoção destrutiva.
Já uma indignação é revoltar-se
por qualquer coisa que afronta os princípios de alguém e pode ter inúmeras – digamos
- graduações.
Você pode ficar indignado por
um espetáculo ter iniciado com trinta minutos de atraso, pela alta do preço de
um produto do seu consumo, mas não permanece lhe fazendo sofrer de sintomas
psicossomáticos.
O ódio rancoroso se não
descarregado socando alguma coisa, gritando ofensas e palavrões, atirando e
quebrando objetos, pode levar a ações
drásticas, como matar o alvo.
Além de não pactuar, praticar e
sentir raiva, porque amo a mim mesma,
não permito que esse mal me assole, pois por que eu iria maltratar a mim
mesma?
Mas caso aconteça a
infelicidade de ficar irada na
verdadeira acepção da palavra, a receita é:
Pegar um copo alto e
translúcido, colocar pedras de gelo até a borda, uma rodela de limão, uma dose medida
de dry gin (não considerar essa aberração que inventaram recentemente, um gin doce e rosado) e completar com uma cascata borbulhante de água tônica.
Mexer, misturando bem e deixar escorregar esse líquido sacrossanto
goela abaixo.
Os helênicos disseram que o
vinho era a bebida dos deuses porque não conheceram o gin-tônica.
Garanto que ele opera milagres
no seu humor, mesmo ainda estando sóbrio.
Não há raiva que resista!
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