
Autor: Hélio Cervelin
Queria
escrever sobre a alegria
Júbilo,
regozijo, contentamento
Mas,
escrever é pôr a alma para fora
E dizer
tudo o que nos vai no pensamento
E alguém
poderia perguntar
Quais
segredos minh'alma conteria
Minha
resposta: tudo se passa, agora
Mas não
se passa a euforia
Quando
o inquiridor é jovem
Eu falo
sem medo de errar
Que no
coração de um ancião
Guarda-se
cada coisa em seu lugar
Há
lugar para as mágoas já sentidas
Para as
contrariedades gravadas
Para as
eras mais sofridas
Para as
perdas mais choradas
Projetos
fracassados têm seu lugar
Amores
perdidos também
As oportunidades
desperdiçadas
E as hesitações
de aquém e de além
São
tantos os dias da vida
Quantos
são os sentimentos
Se há
espaço para a euforia
Há um
cantinho para o desalento
Feliz é
quem tem muitos amores
Que o
consolam a cada dia
Como a
beleza das flores
E o
olhar doce de Maria
As
águas mansas do regato
A rosa
que desabrochou
O puro
olhar de uma criança
Que te
chama docemente de "Vovô"
Puras e
inocentes crianças
Que da
vida só conhecem o mel
Sem
nunca poder imaginar
O
espinho, o pranto, o fel
Crianças
tornam-se idosos
Carregados
de vivências
Que
vão criando cantinhos
Para
cada experiência
O
mais importante de tudo
Para
dar brilho à memória
É
manter viva a criança
Que
começou a sua história
E
brincar, sorrir, cantar
Não
deixar a alma pequena
Para
que nossa caminhada
Tenha
sempre valido a pena
Até o
fim ...
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