
Autor: Hélio Cervelin
O ato
da criação nos impõe
Dedicação,
esforço e atenção
Pois
criar é uma nobre arte
Que vem do fundo do coração
Nas
letras, é preciso cuidado
E escolher
as palavras adequadas
De modo
a que ao serem lidas
Carreguem
em si plena fidelidade
Uma
vírgula ausente ou fora do lugar
Pode
mudar o desejado sentido
E um
verso que era para se admirar
Transforma-se
em perverso bandido
Locuções,
acentos, ais e suspiros
Precisam
estar no lugar certo
Pois criar
um belo poema
É uma
luta em campo aberto
É
preciso estar sempre alerta
Há um
feroz inimigo por perto
Imagine
um hábil confeiteiro
Errando
sua receita na confecção
Vendo sua
obra, que seria bela e saborosa
Transformar-se
em triste decepção
O
pastor com seu fiel rebanho
Esmera-se
atento no palavreado
Buscando
sempre o melhor efeito
Visando
a um sermão elogiado
E numa
sentença mal costurada
Produz um
domingo desperdiçado
No
teatro que conduz nossa vida
Todo
cuidado é pouco
Uma
interpretação equivocada
Faz de nós
um gênio, palhaço ou louco
Viver é
mesmo uma arte
É agir
e criar na ação
É produzir
coisas belas
Que exalem
amor e emoção
É o
verso mais belo
É o
confeito mais festivo
É a
oratória que encanta
Que faz
o mundo mais vivo
Viva a
vírgula e o fermento
Viva o
forte e belo argumento
A palavra
sagaz e desinibida!
Viva a
retórica acertada
A
canção bem entoada
Vivam
os encantos da vida!
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