
Autor: Hélio Cervelin
Não sou
importante tal qual um matemático
Que elabora
os teoremas fundamentais
Sustentando
maravilhosos projetos
Que não
serão esquecidos jamais
Não sou
imprescindível igual a um cirurgião
Com
cortes milimétricos operando o fim da dor
Salvando
preciosas vidas todos os dias
Auxiliando
a vida na obra do Criador
Não sou
um grande e renomado engenheiro
Que ergue
todos os dias edifícios colossais
Perfurando
tetos e arranhando nossos céus
Na
justaposição e equilíbrio dos materiais
Não sou
um renomado e experiente físico
Que
envia astronautas ao espaço sideral
Em
poderosos foguetes interestelares
Rasgando
estradas celestes na corrida espacial
Não sou
um grande e criativo literato
Que obra
comovente já escreveu
Trazendo
o lúdico para o deleite dos povos
De sua
hecatombe ou do seu apogeu
Não sou
um grande e inspirado orador
Que
lidera as massas descontentes
Conduzindo-as
à liberdade tão desejada
Sonho
dourado das nações mais carentes
Sou apenas
um poeta, um sonhador
Que
celebra o amor, que se alimenta de paixão
Que busca
o perfume das mais belas flores
Que
extravasa no peito a pureza, a emoção
Sou escravo
do belo e do lírico mais singelo
E não
me submeto ao império da razão
Desprezo
a rígida ditadura do encéfalo
E procuro
dar voz melodiosa ao coração.