quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

DOR QUE SARA, DOR QUE CURA (Hélio Cervelin)

 














Autor: Hélio Cervelin


Suas mãos percorrem o meu corpo, firmemente

E eu sonho com a paz, que loucura!

Quero pôr fim ao pesadelo da dor insistente

Por isso aceito sofrer nesta mesa de tortura


Num misto de esperança e temor insano

Choro lágrimas quentes, sofridas

Quando você me toca com força e vigor

Nas partes mais magoadas, doloridas


Mas sei que o fazes com amor e atenção

Querendo as minhas dores acalmar

Que jeito estranho encontrei pra ser feliz

É preciso sofrer para sorrir e cantar


Feliz é você, que com ternura e destreza

Me maltrata, mas promove a minha cura

Que alivia aquelas dores lancinantes

Dores que quase me levam à loucura


Quero ter você por perto sempre

Mesmo que precise chorar e sofrer

Porque o meu caminho, com certeza

Preciso continuar a percorrer


As dores que sinto são fortes, muito fortes

E em toda a vida sempre as tenho sentido

Mas elas não podem ser comparadas

Às dores profundas de um amor perdido


Acabado o nosso encontro, por fim

Sinto o meu corpo leve a flutuar

Já ansiando sentir logo novas dores

Pra poder voltar a te encontrar.







quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

ETERNO AMOR (Hélio Cervelin, 08dez2020)


Autor: Hélio Cervelin


O meu eterno amor

Tem a pele morena

Longas e onduladas melenas

Ao vento a balançar


O meu eterno amor

Tem olhos negros, brejeiros

Sorriso largo e fagueiro

E muito carinho pra dar


O meu eterno amor

Continua à minha espera

De minha viagem à Terra

De onde em breve irei retornar


O meu eterno amor

É metade de mim mesmo

Sem ela eu vivo a esmo

É o todo que quero encontrar


O meu eterno amor

É amor incondicional

E me espera ansiosamente


Para com ela morar

Nas estrelas, nosso lar

Para sempre, eternamente







sábado, 5 de dezembro de 2020

MUITO OBRIGADA, MAMÃE! (Roberta Fontana de Faria)

 

Hoje, olhei pro mar, senti saudade de mim. Senti uma certa nostalgia ao me lembrar que um dia fui bebê, fui uma criança que chegou ao mundo, assim como todos nós.

Senti uma imensa alegria no corpo ao imaginar que um dia me maravilhei com as novas formas, cores, alimentos, pessoas, palavras; me maravilhava pelo novo, enquanto ser que está desbravando seu mundo e adentrando novos mundos; e senti saudades dessa sensação; e percebi que ainda tenho esse tempo dentro de mim, de poder me maravilhar com o novo, de olhar com novo olhar, agora, as coisas que já vi com os olhos, mas com olhos diferentes.

Pedi a mim mesma para cultivar em mim esse olhar de criança que descobre o novo, as novas possibilidades; pedi a mim mesma, para nutrir essa voz que me encoraja a seguir, mesmo caindo, a ter o ímpeto e desejo como da criança que fui, que queria dar os primeiros passos e me sentir firme e segura de si para caminhar sozinha, bem dona do meu nariz; ao mesmo tempo sabendo que, se os medos vierem, sei que recebi tanto amor e amparo, coragem e incentivos que aprendi que tudo isso está dentro de mim e posso me dar a mão ou pedir uma mão e seguir.

Lembrei da Mulher que me gerou e que me viu nascer, me viu bebê, me viu criança, adolescente, me vê crescer; senti uma profunda gratidão e lembrei que também fizeste teu percurso e o fazes até hoje; senti saudades de mim, da adolescente, e ao mesmo tempo em que me despedi, eu sei que as trago dentro de mim, a bebê, a criança, a adolescente; caminho em direção aos meus quarenta anos e me sinto diferente, me amo cada vez mais, me sinto cada vez mais eu. 

Grazie Mille, Mama!