quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

BRANDO XOTE (Wander Costa)


 Autor: Wander Costa

Branca espuma de algodão  
Pluma leve, cintilante.
Nenúfares de alegria.
Vida vibrante que embala o meu coração.
        
Na maciez do tempo
Enrosco-me em seu sorriso
E ali fico, pasmo, sem ação
Passando pelo tempo
E este por mim não

O luar no seu olhar
Me remete a um abismo ímpar. 
No silêncio do vazio
Ouço feliz o seu palpitar
E permaneço assim, ávido e estático
Numa alegria sem par

Ah, a vida pulsante que a mim se apresenta
Fruto doce do eterno semear
E que delírio este estranho momento
A me embriagar

Juntos, num salto corajoso e quântico
Nos  lançamos ao intrépido futuro
Que, agora, em presente real
Se fará a transformação

Únicos e unidos
Pela cumplicidade do amor
Nossos corações
Em uníssono baterão.



MARIA E JOÃO (Hélio Cervelin)



Autor: Hélio Cervelin

Maria é amorosa
Maria é muito dengosa
Maria sabe o que quer
Maria ama com volúpia
Maria ama com paixão
Maria é uma mulher
Que não sabe dizer não

Maria ama João,
Mas não é só ele, não
Maria tem torpeza,
Tem malícia
E sutileza
Maria ama e joga fora
Maria sempre vai embora

Maria envolve alguém
O dia todo, todo dia
Com encanto e simpatia
Mas seu amor é efêmero
Seu carinho é por um dia
São amores descartáveis
Os amores de Maria

João procura Maria
Loucamente
Ela foi sua por um dia
Sofregamente
Maria já está em outra,
E não mais se faz presente

Maria é mulher presente
Maria é mulher ausente,
Maria é mulher ardente
Maria é mulher demente

João chora por Maria
Vai amá-la até o fim
Maria encantou João
Com pó de pirlimpimpim




segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

VIAGENS DO CORAÇÃO (Hélio Cervelin)


Autor: Hélio Cervelin

Nuvens escuras me remetem a um passado
Que minha mente em vão tenta esquecer
Vasos quebrados e flores despedaçadas
Fracassados amores com hora certa pra morrer

Como as águas que correm insistentemente
Contornando as pedras e afastando impedimentos
A vida segue, firme e implacavelmente
Atropelando desejos  e aniquilando sentimentos

Arrependimentos, remorsos e comoção
De nada valem nesse caos indescritível
Que mostra o pânico a invadir meu coração

Com a lembrança dos fatos recém-vividos
Sinto a angústia de iniciar nova viagem
Já vejo um trem que chega agora na estação










terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

PERDI A CONTA (Hélio Cervelin)


Autor: Hélio Cervelin


Já perdi a conta das vezes em que pensei
Em mudar essa sina de homem solitário
Já perdi a conta das tantas tentativas
Superei mil vezes as contas do rosário

Já perdi a conta dos planos perfeitos
Das vezes em que me vi de frente para a loucura
Das ideias que tive para tudo transformar
Sem jamais conseguir abalar essa estrutura

Já perdi a conta dos planos que fiz
Dos amores perfeitos a viver daqui pra frente
Já perdi a conta dos sonhos abandonados
Por não  ter a coragem ou não ter sido persistente

Já perdi a conta das vezes em que falei
Ao meu pobre coração, que sua hora ia chegar
Já perdi a conta de quantas vezes me culpei
Pela minha covardia por desistir de mudar

Já perdi a conta dos dias desperdiçados
Das noites insones, sonhando com você
Já perdi a conta das preces que fiz a Deus
Pra poder ser feliz antes de morrer

Não sei mais prometer, não sei mais planejar
No meu peito o caos provoca uma ferida
Ir, ficar, voltar ou deixar de ir?
Já não sei mais o que quero desta vida.







.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

SAUDADE DE VOCÊ ( Elizete Menezes)

Minha foto

Autora: Elizete Menezes

  
Saudade que se atenua
A cada dia
A cada mês
A cada ano
A cada tempo  

Saudade
É o que me restou de você
Saudade
do que foi bom
do que existiu
do que era presente

Saudade
do teu sorriso
do teu silêncio
da tua amizade
do teu cheiro  
do meu amado filho

Saudade, sim
Sinto muita saudade
Por que não sentir?

Sou grata por sentir tanta saudade 
Pois com ela você vem
Sempre ao pensamento
E posso te sentir presente
Mesmo na tua ausência
A todo e qualquer momento

E graças à saudade
Eu nunca irei te esquecer .
E para sempre terei
Saudades de você


AMIGOS DE FOLGUEDOS (Wander Costa)


Autor: Wander Costa

Ah... Por onde andam meus amigos de folguedos?

Sei de uns e de outros. Alguns aqui já não estão mais, brincam nas nuvens, fazendo desenhos de memória. Outros aqui estão, brincando e brindando com as peripécias do dia a dia, e para minha surpresa, os mesmos outros daqui não estão porque perderam o frescor mental da alegria e se atolaram na areia da hipocrisia, achando até que os folguedos é que o são.

Intrigante é ver passar, em folhas rápidas, as fotos vividas dos folguedos mais amigos. Ah...  Como é gostoso sentir na pele o pijama bem dormido, o chinelo bem corrido e, no rosto, o sorriso descontraído.

Pronto para o despertar do dia, me vejo no espelho, olhar maroto, relembrando da inocente brincadeira com os amigos de partida. Partiram, mas em mim deixaram a lembrança de momentos de profícua poesia.

Então, encorajado pela nostalgia, visto a capa do herói cotidiano e me lanço na avenida da vida, com a certeza de que, tanto uns como outros, comigo estão.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

O PAÍS DOS MEUS SONHOS (Hélio Cervelin)



Autor: Hélio Cervelin

Eu tenho um sonho para o meu grande país
Um sonho lindo, possível de alcançar
Eu quero apenas ver o meu povo feliz
Livre para viver, amar e trabalhar

O que precisa é muito simples, eu bem sei
Que tornaria nosso país quase perfeito
Começa pela imparcialidade da lei
Sem perseguição, privilégio ou preconceito

Sonho com a necessária seriedade na política
Com um Congresso atuante e dedicado
E um número bem menor de parlamentares
Que seja ágil, honesto e dedicado

Um Executivo de um imenso valor
Que não despenda nem mesmo um centavo a mais
Que preserve e multiplique com amor
As maravilhosas riquezas nacionais

Que a Saúde, a Educação e a Segurança
Sejam a sua prioridade diária
Sabendo que um jovem sorrindo com esperança
Representa uma vaga a mais na penitenciária

Que o teto salarial seja respeitado
Sem infames "penduricalhos" a acrescentar
Porque o rico vive bem em seu sobrado
Enquanto o pobre não tem sequer onde morar

A falta de ética e humanidade é um sacrilégio
Não deixa espaço para o amor no coração
Não será assim, mantendo tantos privilégios
Que se fará próspera e feliz uma nação

Peço às Forças Cósmicas e ao povo que é decente
Que olhem por nós, procurando organizar
É fácil notar que nosso Brasil está doente
E precisa urgentemente se curar