
Autor: Hélio Cervelin
Nossa sociedade está cada
vez mais permissiva e menos preocupada com a ética. É o que se pode afirmar,
sem receio de errar, ao acompanharmos os acontecimentos diários de nossa terra brasileira.
Tomando como base a educação
que nossos pais e avós nos legaram no século XX, é visível a deterioração dos costumes neste
início do século XXI.
Aquele respeito aos idosos
nas ruas ou no interior dos meios de transporte, aquela cerimônia respeitosa dos
jovens, até mesmo as crianças, em relação aos professores parece estar
desaparecendo aos poucos. Nossas autoridades perderam grande parte do prestígio
que possuíam as mesmas autoridades em décadas anteriores.
O ensinamento bíblico
que prega o "comerás o teu pão com o suor do teu rosto", tão
observado por nossos antepassados, está cada vez mais negligenciado pela
sociedade atual, exímia praticante do
"levar vantagem em tudo", especializando-se cada vez mais na lei do
menor esforço. Lei esta, aliás, que quando aplicada à produção, às vendas ou às
tarefas do dia a dia e nos limites da legalidade e da ética, apresenta-se como um
artifício inteligente e louvável. Fora disso não passa de uma artimanha totalmente reprovável, por representar, via de regra, o famoso
"ganhar sem trabalhar".
Diariamente, os noticiosos
da televisão, os jornais e as demais mídias nos apresentam casos de pessoas apanhadas pela justiça por praticarem
atos ilícitos. Fraudes, falsificações, sonegações dos mais variados matizes
obrigam os órgãos de segurança a manterem uma vigilância sem tréguas contra
todos os tipos de ilícitos.
Mas, ainda falta citar a pior parte: os próprios aplicadores da lei (policiais,
autoridades civis e magistrados) também estão contaminados. Assim, o quadro
fica cada vez mais preocupante e desanimador. A situação chegou a tal ponto
que, quando alguma pessoa é surpreendida cometendo um ato justo chega a ser
elogiada, homenageada.
Por mais que se reflita e se
olhe para o horizonte buscando sinais de melhoria desse quadro desolador, nada
se vê que nos dê esperanças concretas no curto prazo. Efetivamente, nossa
sociedade está deteriorada, totalmente comprometida.
Mudanças urgentes se fazem
necessárias. Leis e regulamentos existem até demais, o que falta é a sua aplicação. Uma nova
geração precisa assumir o poder. Algo precisa acontecer para que se inicie um
novo ciclo em nosso país.
Enquanto um grande número de
autoridades civis, militares e até eclesiásticas continuarem demonstrando o seu
desprezo pelos escrúpulos e pela ética, nossa esperança de mudanças se vê
obrigada a recolher-se, envergonhada, à espera de dias melhores.
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