
Autor: Hélio Cervelin
A vida transcorre de forma determinada
Somos frutos do encontro dos corações
Dentro ou fora das normas aprovadas
Na união reprodutiva das secreções
Indesejáveis frustrações amorosas
Cessam os beijos que tantos líquidos
trocam
Lágrimas de dor escorrem volumosas
Que um rio de secreções provocam
Nas chagas do nosso corpo ferido
São as secreções que mansamente escorrem
Abrindo espaço para as cicatrizes
No sacrifício das células que morrem
Especialistas neste tema são as mães
Que embalam seus bebês, dedicadas
Quantas secreções manipulam
Nas tantas e tantas peças trocadas
Homens
altivos, quando agredidos reagem
Cuspindo no rosto dos seus desafetos
A saliva também é lubrificante eventual
Nos
furtivos encontros secretos
Dos ferimentos, o sangue escorre
Liberado pelo corpo, até poder estancar
Ao perder a capacidade de retenção
Tenta com valentia se regenerar
Quando a vida se esvai por completo
Dor e prostração fazem-se nítidos
E o corpo jazendo sem vida
Esvai pela secreção os seus preciosos
líquidos
Cristo, no martírio, seu suor secretou
Pelos acoites seu sangue verteu
E na lança cravada em seu peito
Foi
por nós que o seu sangue escorreu
Lágrimas deslizam dos olhos aflitos
Escorre o sangue das dolorosas feridas
São as secreções sempre presentes
No início e no fim de nossas vidas