terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

LÍQUIDOS DE VIDA E MORTE ( Hélio Cervelin, 17 Jun 2020)



Autor: Hélio Cervelin
 
A vida transcorre de forma determinada
Somos frutos do encontro dos corações
Dentro ou fora das normas aprovadas
Na união reprodutiva das secreções

Indesejáveis frustrações amorosas
Cessam os beijos que tantos líquidos trocam
Lágrimas de dor escorrem volumosas
Que um rio de secreções provocam

Nas chagas do nosso corpo ferido
São as secreções que mansamente escorrem
Abrindo espaço para as cicatrizes
No sacrifício das células que morrem

Especialistas neste tema são as mães
Que embalam seus bebês, dedicadas
Quantas secreções manipulam
Nas tantas e tantas peças trocadas

Homens  altivos, quando agredidos reagem
Cuspindo no rosto dos seus desafetos
A saliva também é lubrificante eventual
Nos  furtivos encontros secretos

Dos ferimentos, o sangue escorre
Liberado pelo corpo, até poder estancar
Ao perder a capacidade de retenção
Tenta com valentia se regenerar

Quando a vida se esvai por completo
Dor e prostração fazem-se nítidos
E o corpo jazendo sem vida
Esvai pela secreção os seus preciosos líquidos

Cristo, no martírio, seu suor secretou
Pelos acoites seu sangue verteu
E na lança cravada em seu peito
Foi  por nós que o seu sangue escorreu

Lágrimas deslizam dos olhos aflitos
Escorre o sangue das dolorosas feridas
São as secreções sempre presentes
No início e no fim de nossas vidas

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

ANIMAL HUMANO (Hans Christian Wiedemann)



Autor: Hans Christian Wiedemann

Somos Animais
Muito pouco humanos
Dotados de Ego
Com falsa liberdade
Nunca sabendo a verdade.

Somos Humanos
Muito mais animais
Usando a razão
Invertendo valores
Escondendo o conhecido.

Andamos eretos
Dormimos deitados
Libertando o espírito
Prendendo a mente
Disfarçando o corpo.

Comemos as plantas
Que nutrem o planeta
Limpando o Ar
Coletando a Água
Consumindo dejetos.

Matamos animais
Impedindo o equilíbrio
Poluindo o Planeta
Desejando o Universo
Procurando um Lar.

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terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

ANGÚSTIA SEM FIM (Hélio Cervelin, 02 Fev 2020)



Autor: Hélio Cervelin

O que fazer para transformar um dia triste e torná-lo animado?
Mudar o suco ácido do limão em uma refrescante limonada?
O que fazer para anular as más notícias que invadem nossa vida, diariamente?
Como suportar o mundo e aceitar suas mazelas sem morrer internamente?

Por que há tantas perguntas que nunca nos abandonam?
O que vim aqui fazer? Qual é o sentido da vida?
Por que não somos felizes, pois sempre nos falta algo?
Por que é preciso viver e morrer, numa existência tão sofrida?

Quantos tipos de sofrimentos existem neste mundo?
Por que há tanta fome, miséria e escravidão?
Por que alguns oprimem valendo-se do sobrenome?
Por que é tão difícil amparar o nosso irmão?

Por que os maus existem e aos bons se encontram misturados?
Por que vivemos juntos e não podemos viver separados?
Por que essa nossa aldeia é tão densa e tão global?
Por que é impossível separar o Bem do Mal?

Por que os que combatem o Mal são sempre maltratados?
Por que os covardes vivem bem e são temidos, bajulados?
Por que é tão difícil ao Bem derrotar o Mal?
Por que se vê tanto sofrimento ao olhar pra qualquer lado?

Por que os bens materiais não são divididos entre todos?
Por que existem tantas ovelhas e tantos lobos ferozes?
Por que tantos se submetem e não reclamam da opressão?
Por que tantos permitem que os outros sejam seus algozes?

Por que nascemos assim, tão fracos e ignorantes?
Por que é tão difícil ganhar um lugar na sociedade?
Por que se leva tanto tempo pra adquirir toda a experiência?
Por que a ampla sabedoria só vem com a senilidade?

Por que são tão variados os níveis de consciência?
Por que a homogeneidade dificilmente se instala?
Por que criticamos quem ama, beija, acaricia?
Por que achamos normal o tapa, o soco, a bala?

Por que aos amantes lhes damos condenação?
Por que colocamos rótulos em algumas formas de amar?
Por que condecoramos os soldados que mais matam?
Por que não damos medalhas aos que mais sabem amar?