terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

LÍQUIDOS DE VIDA E MORTE ( Hélio Cervelin, 17 Jun 2020)



Autor: Hélio Cervelin
 
A vida transcorre de forma determinada
Somos frutos do encontro dos corações
Dentro ou fora das normas aprovadas
Na união reprodutiva das secreções

Indesejáveis frustrações amorosas
Cessam os beijos que tantos líquidos trocam
Lágrimas de dor escorrem volumosas
Que um rio de secreções provocam

Nas chagas do nosso corpo ferido
São as secreções que mansamente escorrem
Abrindo espaço para as cicatrizes
No sacrifício das células que morrem

Especialistas neste tema são as mães
Que embalam seus bebês, dedicadas
Quantas secreções manipulam
Nas tantas e tantas peças trocadas

Homens  altivos, quando agredidos reagem
Cuspindo no rosto dos seus desafetos
A saliva também é lubrificante eventual
Nos  furtivos encontros secretos

Dos ferimentos, o sangue escorre
Liberado pelo corpo, até poder estancar
Ao perder a capacidade de retenção
Tenta com valentia se regenerar

Quando a vida se esvai por completo
Dor e prostração fazem-se nítidos
E o corpo jazendo sem vida
Esvai pela secreção os seus preciosos líquidos

Cristo, no martírio, seu suor secretou
Pelos acoites seu sangue verteu
E na lança cravada em seu peito
Foi  por nós que o seu sangue escorreu

Lágrimas deslizam dos olhos aflitos
Escorre o sangue das dolorosas feridas
São as secreções sempre presentes
No início e no fim de nossas vidas

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