sexta-feira, 30 de outubro de 2020

CADA UM CRIA SEU MUNDO (Hans Christian Wiedemann)

 














Autor: Hans Christian Wiedemann


Somos todos únicos

Replicando os Universos

Partes do infinito

Do qual faz parte a Terra

Tendo nosso Espaço.


Em cada encarnação

Criamos nosso mundo

Coerente com o momento

Tendo nossa memória

Ocupando nosso espaço.


Vivemos na terceira dimensão

Usamos o Tempo

Para nos localizarmos

Nas gerações

Estratificadas no DNA.


Em cada retorno

Criamos hábitos novos

Usando as tecnologias

Assimilando culturas

Deixando heranças.


Convivemos com o mundo externo

Tendo o nosso próprio

Criando conceitos

Seguindo regras

Procurando uma espiritualidade.



quinta-feira, 15 de outubro de 2020

A AGONIA DE UM PAÍS (Hélio Cervelin, 15 Out 2020)

 



 











Autor: Hélio Cervelin


De repente

Ele se fez presidente

Julga-se de alta patente

Mas é pouco mais que um recruta

 

Chegou lá feito trovão

Chamando a todos "ladrão"

Mas, a sua maior diversão

É lesar a pátria amada

 

Veio com toda a pilha

Trouxe consigo a família

Isolou o país feito uma ilha

E quer a população armada

 

É hora de fazer figa

E não fugir desta briga

Deixar de empurrar com a barriga

E achar uma saída honrada

 

Arrombar logo essa porta

Invertendo a ideia torta

Usar a palavra que corta

Antes de tudo se perder

 

Lutar por paz e saúde

Cuidar-se mais amiúde

Respeitar a negritude

Parar de matar e  morrer

 

Não aceitar mais degolas

Manter firmes as escolas

Rejeitar certas esmolas

E nossa pátria defender

 

Combater a vilania

Afastar essa agonia

Defender a soberania

E voltar a ter dignidade

 

E ainda neste ano

Pôr em prática um bom plano

Que afaste um governo  insano

Pra não perder a liberdade

  

Amenizar essa tragédia

Que já virou enciclopédia

Acordar a classe média

Dar à nação dignidade

 

E exigir mais cuidado

Com o  pobre aposentado

Não deixar ele de lado

Por dever de gratidão

 

E ter muito mais amor

Ao  pobre trabalhador

Que derrama rios de suor

Durante toda sua vida

 

Olhar o trabalhador rural

Sempre tratado tão mal

Labutando mais que o normal

E precisando mais guarida

 

Olhar para o funcionário

Que ganha mísero salário

Combater o marajá salafrário

E melhorar o atendimento

 

Fazer logo uma lista

De tanto capitalista

Que sonega a prazo e à vista

E desconhece o desalento

 

Preservar a Educação

Pois já estão errando a mão

Fazendo só confusão

Desprezando o conhecimento

 

Ele não gosta de estatais

Acha que temos demais

E a coisa que faz mais

É trocar riqueza por nada

 

Só pensa em arma, fuzil

Queimar florestas a mil

Rejeitar o amarelo e o anil

Pra ele o país é igual a nada.

 

domingo, 11 de outubro de 2020

TEMPO DE MATURIDADE ( Hélio Cervelin, 10 Out 2020)

 













Autor: Hélio Cervelin


O tempo passa devagar, silenciosamente

E o meu corpo, desgastado, ressente-se da saúde

Células antes vigorosas, aos poucos, se deterioram

Ficou para trás o vigor da juventude.

 

Como um sinete de alarme ele se manifesta

E inexorável e impiedosamente anuncia

Os sinais de que a matéria se esvai

E se deteriora mais e mais a cada dia.

 

A memória carrega todos os registros

Dos bons, mas também dos maus momentos

No balanço das lembranças que permanecem

Misturam-se alegrias, gozos e sofrimentos

 

Ninguém deseja morrer ainda jovem

Mas, envelhecer, ninguém aceita de bom grado

Para assistir, do imponente trono da vaidade

Dia após dia, o seu corpo ser destronado

 

Cada ruga nos diz: "Eu vivi, eu estive  lá!"

Cada tropeço revela o  peso em toneladas

Levadas, aos poucos, para lá e para cá

Vivendo a vida, percorrendo suas estradas

 

Vai-se o vigor físico, mas fica a sabedoria

A ponto de sorrir mesmo quando se vai perder

É algo que não se aceita quando jovem

Por estarmos "certos" de que nunca iremos morrer

 

E nos perguntamos: "O que se ganha envelhecendo?"

Nada de material que nos complete integralmente

Pois a vida segue, mesmo depois desta vida

O nosso ganho virá no aperfeiçoamento da mente

 

Somos os construtores do nosso próprio caminho

Que o pavimentamos, pedra a pedra, a cada dia

Com as lágrimas derramadas e os rios de suor

Moldando a argamassa da futura moradia

 

Nosso sangue será o pigmento a dar cor

Às paredes da casa que irá nos abrigar

Nosso sorriso será a brisa do jardim

Nossas boas obras, a estrutura do eterno lar.