Albino Cervelin, meu pai, seu avô, bisavô.
Albino nasceu em abril de mil novecentos e quatorze, de uma família numerosa, descendente de italianos, em Guaporé (RS) e faleceu em 16 de outubro de mil novecentos e sessenta e três, no então distrito de Ouro, município de Capinzal, SC, com quarenta e seis anos de idade, vitimado por um AVC.
Era agricultor, trabalhava de sol a sol, e tinha muitas habilidades profissionais. Além de trabalhar na roça plantando feijão, trigo, milho, arroz e criando ovelhas, porcos, galinhas em seu sítio adquirido com muito sacrifício, ele também tinha parreiral, onde produzia uvas e elaborava vinhos. Cultivava cana-de-açúcar e produzia melado e açúcar mascavo para o consumo da família. Tinha um enorme pomar com diversos tipos de frutas.
Quando jovem e recém-casado, com mais de 20 anos de idade, foi convocado a servir ao exército em Curitiba, e lá ficou doente do Tifo, o que impediu sua convocação para o front da Segunda Guerra Mundial. Permaneceu no quartel durante 18 meses, depois obteve baixa e retornou para a casa de seu pai, o nono Vitório, em Linha Vitória, hoje município de Ouro, estado de Santa Catarina, onde minha mãe, Otília, já havia dado à luz ao primogênito Valdir.
Ele tinha habilidades como ferreiro, carpinteiro; sabia aplicar injeções nos animais, atuando como veterinário; fazia castrações de porcos e bois, tosquiava ovelhas, domava cavalos; sabia fazer salame, torresmo, banha e outros produtos oriundos do abate de suínos; era treinado no uso de armas de fogo. Possuía vários tipos de ferramentas. Também atendia as pessoas, aplicando injeções.
Era o líder da comunidade e do coral de igreja da vila. Era ele quem rezava o rosário de todos os domingos e quem fazia o enterro dos mortos, rezando o Réquiem em latim. Ainda sobrava espaço para ser o Inspetor de Quarteirão, uma espécie de investigador policial local, sendo chamado quando havia desavenças entre vizinhos. Também foi líder político, chegando a ser candidato a vereador pelo PTB, partido de Getúlio Vargas.
No final de sua vida, meu pai adquiriu a doença do Alcoolismo, o que tirou um pouco do brilho de sua trabalhosa e vitoriosa caminhada.
Albino foi um polivalente, uma pessoa atuante em seu meio, criou e encaminhou todos os filhos. Tenho orgulho da memória do meu querido pai. Reverenciemos sua memória.
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