Amar é um ato perigoso, pode causar dor
Pois pressupõe a espera de um retorno, uma recompensa
Que geralmente não vem
Não se ama alguém sem esperar ser amado também
Embora sabendo que o outro, em momento algum, pediu o seu
amor
Nos encantamos com o outro, admiramos suas qualidades
pessoais, seu sorriso, seu jeito de ser
Sonhamos em vão conviver com esse alguém
Esperamos uma migalha cair de sua mesa
E assim, corremos o risco de sofrer
Porque esse amor não acontece de lá para cá
Pois seus pensamentos estão voltados em outra direção
E seu coração sente o mesmo que sentimos
Mas por outra pessoa, em outra paixão
Quiçá um amor tão apaixonado quanto o nosso
Por alguém que nunca corresponderá
Pensando nisso, o poeta Drumond já disse em um poema:
João amava
Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
Por tudo isso, ouso afirmar
que, ao nascermos, deveríamos vir aos pares
Amando-nos mutuamente
Por todas as nossas vidas
As quais teriam a mesma
duração
Amém