Autor: Hélio Cervelin
Como podem existir tantas pessoas que usam as
mídias sociais, o WhatsApp em especial, e que, de uma hora para outra, passam a
se considerar verdadeiros literatos, economistas, juristas cultos e até sábios?
Apresentam-se como portadores daquela baboseira
toda que lhes cai, diariamente, no aparelho de smartphone, com muitas, - (mas
muitas, mesmo!) matérias direcionadas, com objetivos pré-determinados por grupos
de interesse. E eles, pobres cristãos, (cristãos, sim, pois geralmente se
autodenominam “pessoas de bem, crentes e tementes a Deus”), mas são os mais ludibriados
pela boa-fé.
Desconhecem que os inúmeros “pseudointelectuais” que assinam
essas matérias (às vezes sequer assinam!)
pretendem com as
referidas notícias é passar uma imagem de pessoas cultas e atualizadas, mas, sub-reptícia
ou claramente combatem a democracia, clamam por uma ditadura e demonstram não
saber o que estão dizendo. Parece desconhecerem que a democracia é um regime duramente
conquistado, à custa de sacrifícios de
vidas humanas, profissões abortadas, exílios involuntários de quem luta por ela.
Por que essas pessoas que remetem essas mensagens
são tão credibilizadas?
Trata-se de um problema sociológico, uma vez que os
emissários são praticamente os únicos a darem atenção para os idosos, já que esses são normalmente
esquecidos por quem deveria dar-lhes atenção: a própria família. Ressalte-se que
a quantidade de “analfabetos políticos” existente em nosso país assume números
estratosféricos, causados por duas décadas de ditadura militar, em que os
sindicatos foram desmontados, as reuniões foram banidas e tornou-se um “pecado
gravíssimo” criticar o governo, ou mesmo falar em política, pois poderíamos ser
mal interpretados pelos “home”, sujeitando-nos à prisão, tortura ou mesmo à
morte. Assim, as gerações de 1960, 1970 e início de 1980 foram gerações silenciadas,
em que valia muito a máxima “calar é ouro, falar é prata”.
E quem foi assim criado nada aprendeu sobre democracia.
Se nada aprendeu, nada passou aos seus descendentes, as gerações de 1990 e
2000. Com isso, até os jovens de hoje não aguentam meia hora de questionamento
político. Com raras e honrosas exceções.
E voltando ao WhatsApp, pergunta-se: por que que
aqueles que estão mandando as notícias fazem tanta maldade ao inculcar tantas
mentiras, tantas informações errôneas (fake news) na cabeça das pessoas idosas?
É triste, muito triste, ver os idosos (e os não
idosos) sendo levados ao engano, na boa-fé, em cima de notícias falsas! Muito triste mesmo eles acreditarem em
qualquer notícia que apareça nas mídias.
Nunca estudaram política, nunca se dedicaram a isso,
porque governo algum teve interesse em esclarecer a “plebe rude” através da
educação. O dinheiro sempre comandou e continua comandando os meios de comunicação,
de modo a não fortalecer a oposição.
Nesse aspecto, dá para gritar a plenos pulmões: Maldito
EGOÍSMO! Malditas Mídias Sociais! Maldito WhatsApp!
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