ORBE TERRESTRE: PLANETA DE PROVAS E EXPIAÇÕES ( Hélio Cervelin, 12 ago. 2024)

  

Autor: Hélio Cervelin

Viver neste orbe é muito difícil. É penoso e exige sacrifícios para ganharmos o pão de cada dia, ter uma moradia digna, conforto, vestuário, atendimento médico, medicamentos, educação e instrução. Para se dispor disso tudo, que é básico, é preciso trabalhar quase todos os dias da semana.  

Mas, não basta só querer trabalhar, é preciso ter preparo profissional, treinamento, habilidade, um local para prestar o serviço., Hoje em dia, aliás, nem é preciso um “local” ou “estabelecimento”, basta apenas um sistema informatizado, uma inteligência artificial, enfim um software, que nos permita fazer os contatos necessários para a  prestação do serviço,  em contrapartida, nos proporcionará uma remuneração suficiente para suprir nossas  necessidades básicas. 

E por que precisamos passar por tudo isso?  

Certamente porque devemos ser os tais “anjos decaídos” citados nas Escrituras Sagradas, que quisemos ser tão sábios quanto o Criador, nos rebelamos e ainda exigimos autonomia dentro do Éden. 

E o Criador, cuja paciência (criada por ele) também tem limites, considerou isso um abuso, um “fim da picada” e tratou de nos dar o corretivo merecido, para deixarmos de ser bestas. Mandou-nos para o Ínfero, ou seja, o Plano inferior do Universo, (também conhecido como Inferno por alguns tradutores da bíblia).  

Deduz-se, então, que o Ínfero (ou o Inferno) é aqui na Terra mesmo. E assim, conclui-se que, (parafraseando algum ponto das Sagradas Escrituras) “não sairemos daqui enquanto não pagarmos nossa dívida até o último vintém. 

E qual seria a vantagem disso (e há alguma vantagem? Você poderia perguntar). E eu respondo: sim, o tão temido Fogo Eterno lá adiante, depois da chamada morte, passaria a não existir.  

Desejo ressaltar desde já, que a “morte” será apenas do corpo físico, permanecendo vivos os demais corpos (tenham lá eles a denominação que tiverem: corpo astral, espiritual, perispírito, etéreo, dentre outros).  

Na literatura (Google) encontramos só de corpos ditos “energéticos”, em número de seis, os seguintes: Corpo duplo-etérico; Corpo astral (ou corpo emocional); Corpo mental inferior (ou corpo mental concreto); Corpo mental superior (ou corpo mental abstrato), Corpo búdico e Corpo átmico. 

Resumindo, estamos em um “planeta de provas e expiações”. E  por que viemos para cá?  

Viemos fazer um estágio, um treinamento, realizar uma experiência, um aprendizado, um aperfeiçoamento, um resgate, por fim. Um resgate de nossa liberdade, a qual não soubemos valorizar quando a tínhamos, plena e transbordante, em pleno paraíso terrestre. Nem de roupa necessitávamos. Decididamente, nossa queda foi total. 

E para complicar ainda mais nossas vidas este planeta tem dono! E não é qualquer dono! É o Maligno, o Coisa Ruim, o Capeta, o Cão Chupando Manga como dizem no Nordeste do Brasil.   

Agora precisamos resgatar nossos erros.  E para que isso aconteça é preciso encarnar neste planeta, tornando-nos pessoas de carne e osso, e assim aprendermos, estudarmos, sofrermos, chorarmos as dores da carne; sobrevivermos semi-escravizados nas mãos dos maus e insensatos que comandam os capitais, os bens disponíveis, o poder, enfim. 

 

De tempos em tempos, este Orbe terrestre recebe um Mestre cuja missão é consolar os aflitos, incutir-lhes esperança em dias melhores. Eles vêm buscar dentre os muitos “chamados” os seus “escolhidos”, em número de 144 mil (12 000x12), para conduzi-los às Dimensões Superiores. Os demais permanecerão neste orbe, repetindo encarnações, tentando aperfeiçoarem-se para que um dia sejam escolhidos também, alcançando o Arrebatamento. 

Os filósofos e os cientistas costumam afirmar que a pessoa cujo cérebro não se expande, não experimenta o novo, não questiona o que lhe é repassado, não ousa pensar grande, também não evoluirá, e ficará marcando passo. 

Por analogia é possível afirmar que só se vivenciará aquilo que conseguirmos imaginar, que acharmos possível de atingir, que seja factível, mesmo que “fantástico”.  

Em outras palavras, uma pessoa que vive aqui, nas condições citadas, se adaptaria se fosse guindado diretamente ao Paraíso?  

De nossa parte, consideramos o Paraíso um lugar excessivamente calmo, sem emoção, monótono até: harpas tocando músicas suaves, seres angelicais servindo sucos deliciosos, rezas, cânticos líricos, mas ... cadê a emoção, a aventura, a adrenalina? Quantos dias conseguirei suportar tamanho conforto? Onde estão os desafios? 

Não é razoável crer em qualquer coisa romântica do tipo Paraíso Eterno. Para evoluir mais depressa    é preciso considerar que, segundo teorias aceitas, existem no Universo 200 bilhões de galáxias. Se cada uma delas contemplar dez planetas, já teríamos 2 trilhões de planetas, muitos deles possivelmente habitados.  

Diante disso, o que devemos fazer? Fazer o bem, nos aperfeiçoarmos cada vez mais, ajudar o   próximo naquilo que for possível, ser amigo dos amigos, ser bondoso, atuar onde puder, e onde conseguir, tudo visando ao bem-estar coletivo, melhorando o seu entorno. Em consequência, o mundo melhorará.  

Pelo fato de o mundo pertencer ao Maligno é que as pessoas corretas, as pessoas justas são perseguidas. Os maus não gostam de pessoas corretas. Por isso, todos os Mestres que aqui chegam são maltratados, injustiçados, assassinados.  

Na Idade Média, Sócrates foi obrigado a tomar cicuta (veneno), acusado que foi de corromper os jovens; há dois mil anos, Jesus foi crucificado sob a acusação de conspirar contra o Império Romano, instigados pelos judeus que Ele contrariou, ensinando a todos a fazer o bem e não praticar a avareza, a ganância e o egoísmo. 

Por tudo isso não vale a pena sofrer pelo mal que nossos governantes nos causam, penalizar-se pelas mazelas do mundo, revoltar-se com o Governo do Planeta! Nada disso vale a pena. Façamos nossa parte e sigamos em frente. Reagir, sim! Defender-se, sim! Mas sem sofrer demais, pois nossa saúde se deteriora, e nós precisamos     muito dela para sobreviver até quando Deus quiser.