segunda-feira, 30 de junho de 2025

SERIA A MORTE UM DESCANSO? (a) Hélio Cervelin, poeta e escritor










Autor: Hélio Cervelin

Decididamente, o céu não existe. É melhor ficar preparado. Quando nossa vida terrena se acabar, o que nos acontecerá?

Depende da crença. Para os ateus (a=não; theo= deus) não existe nada depois da morte (do fim da vida na Terra), mas, para a grande maioria da população do mundo, o homem possui alma, e esta se desprende do corpo na hora da morte e segue em frente na direção de outros mundos, outras dimensões, carregando na glândula pineal todo o aprendizado auferido nestas paragens.

Seria Um desperdício obter tanto aprendizado e depois da vida terrena este não ser aproveitado, não servir para nada.  Tantos anos nos bancos escolares, tantas vezes levantando cedo, sonolento,         para ir ao colégio em dias frios, em que o maior desejo era o de permanecer no calor dos cobertores.

 Em tom de brincadeira, costumo afirmar que, assim como não desejo ir para o Inferno, tampouco gostaria de ir para o Céu, por considerar o “Fogo Eterno” um castigo exagerado e também   por acreditar que nosso Pai Criador não impingiria um castigo eterno a seus filhos.

 Por outro ladopor considerar que no Céu o ócio e a paz seriam tão grandes que todos morreríamos de tédio, pela falta de problemas para resolver, e pela absoluta   perfeição no funcionamento das   coisas: refeições na hora certa, conforto nos gramados verdes, próximos às cachoeiras; os pássaros   lindos e coloridos cantando, bem pertinho de nós; os anjos louros de olhos azuis, vestindo vestes   brancas e tocando magistralmente suas harpas, tirando delas melodias angelicais, enquanto sorvemos   drinques deliciosos (sem álcool). Um verdadeiro paraíso de conforto e bem-estar. Demais para quem   está acostumado a “tirar do suor do próprio corpo o pão nosso de cada dia” .

 Diante do exposto, já estou sentindo que alguém me aponta o dedo, me acusando: - “Não admito que o senhor negue que deus existe!” Mas, eu direi, “muita calma nessa hora”, que é uma hora de reflexão. O fato de eu o acreditar que o Céu existe nos moldes bíblicos, não significa dizer que Ele não existe. Não nego sua existência, mas não acho que Ele esteja visível  no “andar de cima”. Acredito que deveremos subir muitos andares para “ter com Ele”, como os sutras gostam de trazer.

Sendo assim, depois de nossa “passagem” ganharemos uma nova morada em outro planeta mais desenvolvido que o nosso, no qual continuaremos nosso aprendizado a partir do conhecimento que acumulamos aqui. "Na casa de meu Pai há muitas moradas" (João 14:2). Lembram desta passagem?

 Assim, dar-se-á a cada um segundo suas obras.

“Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras.” Mateus 16:27.

Donde se conclui que o trabalho continuará ‘lá adiante e que não vale a pena jogar-se nas cordas e esperar a morte chegar para “descansar”. Puro engano. É melhor tomar os livros na mão e ir estudando mais e mais.


sábado, 14 de junho de 2025

NOSSA VIAGEM (A roda gigante da vida) (a) Hélio Cervelin, (14 jun. 2025)





 





Autor: Hélio Cervelin


Como uma semente que se rasga e desabrocha

Nasci da Mãe-Terra, pleno de possibilidades e planos

Ainda era cedo para descobrir que esta vida

É cheia de promessas, frustrações e desenganos

 

A vida começa seu giro, tal qual o arco da bailarina

Partindo da dependência total do ventre da mãe

Soltando-se, aos poucos, em busca de liberdade

Dependente dos cuidados carinhosos e humanos

 

Após nascer, a cada dia é um crescimento

Um aprendizado constante, de ouvir e imitar

Até conseguirmos a tão sonhada independência

De movimentar-nos sozinhos, andar, brincar e falar

 

O tempo vai passando, crescemos e aprendemos

E vamos adquirindo relativa independência

Que até das fraldas e papinhas nos esquecemos

Queremos possuir o mundo sem qualquer interferência

 

Enquanto subimos a curva do arco da vida

Percebemos que temos cada vez mais independência

E quando atingirmos a metade da esfera na subida

Ultrapassaremos a metade da circunferência

 

Metade de nossa vida é aprendizado e subida

Até atingirmos a estável maturidade

É hora de precaver-se para a outra metade que falta

Pois, doravante, começa uma nova verdade

 

Começamos a percorrer a outra metade do círculo

Do qual partimos ao nascer, crescer e subir

Da metade para frente começa a deterioração física

E desceremos para nunca mais subir

 

E tudo o que abandonamos nessa viagem

Tomamos de volta, a começar pela imobilidade

Que aos poucos se impõe, tolhendo nossos passos

É a hora dos filhos aliviarem nossa dificuldade

 

Completa-se o ciclo, é um círculo que se fecha

Aos idosos, aos poucos se esvai a dentição

Lembrando a infância tão bela das papinhas

Mudança completa na força da mastigação

 

E as fraldas que outrora usamos com charme e elegância

Reaparecem, causando-nos estranheza

Aquilo que aprendemos, engatinhando e caminhando

Desaparece agora, minando nossa destreza

 

O círculo se fecha, impiedoso e fatal

A caminhada se completa impondo um silêncio atroz

Demoramos para falar, num processo gradual

Mas o tempo impiedoso irá calar a nossa voz

 

A roda gigante nos levou lá para o alto

Fez o seu giro, e contemplamos a paisagem

O longe ficou perto, mas o chão se aproximou

Com a volta completa, se acaba nossa viagem

 

terça-feira, 13 de maio de 2025

OS SONS E SEUS REFLEXOS COGNITIVOS (Hélio Cervelin)






 




Autor: Hélio Cervelin


Muitas palavras, ao caírem em nossos ouvidos, nos trazem de imediato uma imagem que geralmente não corresponde ao seu significado trazido pelos dicionários. Desta forma, propomos a análise de algumas palavras específicas, para podermos verificar a impressão que o som de cada uma dela pode nos causar.

 A palavra "falácia", por exemplo, à primeira audição, pode nos remeter a um "derrame" de palavras, como uma cachoeira jorrando sobre os seus ouvintes. Dá para imaginar uma sopa de letras viajando no ar, fazendo um zum-zum.

Já, "hermeneuta" traz à minha mente uma imagem de um homem magro, alto, de olhos claros, com um capacete metálico e alado na cabeça; uma espécie de "deus de alguma coisa".

E que imagem nos traria a palavra "traquinagem"? Ela me faz ouvir um barulho seco (trac, trac, trac!) como que de varetas de madeira chocando-se umas com as outras.

E a palavra "plúmbeo", a que percepção pode nos remeter? Para mim lembra algo sólido, pesado e redondo, caindo em água profunda, provocando um barulho na superfície no momento da queda, esguichando respingos para o alto ao redor do vão provocado pelo deslocamento da água.

E por último, a palavra "defenestração", o que pode nos lembrar? Algo ou alguém sendo empurrado para fora de casa através de uma janela com barras horizontais, obrigando-se a dividir-se em partes no ato da saída.

 O dicionário (*) consultado, por sua vez, indica as seguintes definições:

- Falácia: "discurso falso que se passa por verdadeiro; engano.";

- Hermeneuta = "Pessoa que se especializou na leitura e na interpretação de livros sagrados e antigos, geralmente de teor religioso ou filosófico; quem se especializou em hermenêutica.";

- Traquinagem: o mesmo que "traquinada", ou seja, "Ação de traquinas, travessura de criança.";

- Plúmbeo: "de chumbo"; "cor de chumbo.";

- Defenestração: "Ato ou efeito de atirar algo, ou alguém pela janela, ou de uma varanda".

Aí estão, portanto, as curiosidades causadas pelas diferentes sensações que as palavras podem provocar, bem como os seus significados consagrados pela literatura.

 

(*) https://www.dicio.com.br/defenestracao/

 

 

 

 

segunda-feira, 12 de maio de 2025

JARDIM DO AMOR (Hélio Cervelin, 12maio25)


 










Autor: Hélio Cervelin


Seus olhos são pétalas de rosas

Que enfeitam o meu jardim

Sua boca uma flor generosa

Que só se abre pra mim

 

Seus cabelos, linda ramagem

De flores multicoloridas 

Balançadas pelos ventos

Na brisa doce da vida

 

Estar na tua presença, te amar

E sentir o teu calor 

Traz um bem-estar que se expande

Afastando minha dor

 

Ao olhar para você, tão doce 

Me sinto no paraíso

Quando o seu abraço me envolve 

Me sinto perdendo o juízo

 

Viveremos para sempre

Um verdadeiro jardim em flor

Beleza, perfume, paixão

A embalar nosso amor

 

Rosas, orquídeas, peônias

Gerberas, azaleias, margaridas

Amarilis, dálias, magnólias

Essências de nossas vidas!

 

 

 

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Texto de Apresentação

 GRUPO NÁUFRAGOS LITERÁRIOS FLORIPA (Junho/2018)

Texto de Apresentação


Era uma vez um grupo de marinheiros de primeira viagem que se reuniu para fazer uma incursão marítima, praticamente sem nada conhecer dos mares literários.

Eis que todos se engajaram nas primeiras lições passadas pelo comandante, o qual incentivou a todos a navegarem firmes as águas da criação.

Aos poucos, esse grupo de grumetes, em número de quinze, começou a sentir-se estimulado a velejar, e já havia aprendido a obedecer às ordens, conseguindo realizar várias tarefas primárias em alto mar. Realizava a manutenção dos equipamentos, providenciava os suprimentos necessários, bem como atuava diariamente para elevar o moral do grupo, o qual era muito unido. A ideia era dar uma volta completa ao planeta Terra, singrando os mares, enquanto assimilavam novos conhecimentos.

Durante a viagem, após uma terrível tempestade, o grupo se deu conta de que o barco estava à deriva e sem comando. Era o final do inverno do ano de 2018.

Passada a perplexidade, constataram que estavam diante de duas opções: entregar-se ao naufrágio e perecer, ou somar seus esforços e aptidões individuais para sobreviver e concretizar seu sonho.

Adotamos a segunda alternativa e cá estamos,  produzindo literatura.