Autor: Hélio Cervelin
Nas cercanias do Morro do Mirante, no Bairro Carvoeira, em Florianópolis, tudo está calmo, o silêncio paira sobre a cidade. Os automóveis desapareceram, as motocicletas silenciaram, os transeuntes sumiram.
O que terá acontecido? Onde estarão as pessoas que faziam tanto barulho? Até os pássaros estão silentes.... O que poderá ter provocado essa mudança? Busco a explicação e começo a entender. O mundo vai mudar, coisas estranhas estão acontecendo. E a principal delas é muito assustadora: uma nave espacial sobrevoou o morro e deixou uma mensagem ao Professor Hermes: - Viemos buscar vocês!
Florianópolis estará se transformando em um cenário de um encontro intergaláctico? No Morro da Carvoeira!? Parece algo cinematográfico. Abduções e resgates alienígenas soam como um capítulo de tirar o fôlego. É uma visão aterrorizante ou esperançosa, dependendo de como vemos esses visitantes de outro mundo.
Enquanto a nave pairava sobre o morro da Carvoeira, as luzes pulsantes do disco voador iluminavam a Capital catarinense, como se fosse uma aurora alienígena. As pessoas, inicialmente assustadas, começaram a perceber que os extraterrestres vinham em paz. Esses visitantes celestiais tinham uma mensagem importante para a humanidade: o planeta está à beira de uma catástrofe, e eles ofereceriam um novo lar ou uma solução para reverter o curso da destruição.
Algumas pessoas que foram abduzidas, descobriram que os ETs não eram sequestradores, mas "guardiões universais". Comunicando-se com as pessoas, eles compartilhavam conhecimento avançado e explicavam como os seres humanos poderiam coexistir de forma mais harmoniosa com a natureza e uns com os outros.
Ao mesmo tempo, aqueles que ficaram na cidade começaram a espalhar rumores e teorias conspiratórias. Afinal, quem são os ETs, e por que escolheram Florianópolis? Seria a energia das praias, a riqueza cultural, ou algo mais misterioso, como o alinhamento do Morro da Carvoeira com estrelas distantes?
A nave espacial é enorme, colorida, fascinante, com luzes faiscantes das mais variadas cores; seus tripulantes são seres altos, com formas esguias e olhos gigantes que brilham em um azul intenso.
Suas peles emanam um leve brilho prateado, quase como se estivessem cobertos por uma poeira estelar. Eles se comunicam não com palavras, mas por meio de ondas mentais que transmitem não apenas suas intenções, mas também sentimentos de empatia profunda e sabedoria ancestral.
São habitantes de Xylarion, uma estrela situada a milhões de anos-luz da Terra. Seu planeta natal, Lyris, é coberto por cidades flutuantes e imensas florestas luminescentes. Os ETs acreditam em uma filosofia de harmonia universal: cada espécie tem um papel único no equilíbrio cósmico. Sua missão é proteger esse equilíbrio, ajudando civilizações em risco de autodestruição, detentores de vasta e modernas tecnologias. Mas, quem estaria em condições de comunicar-se com eles?
O professor Hermes, naturalmente! E quem é esse professor? Trata-se de um professor da UFSC, cientista, estudioso da Astronomia, da Cosmologia, da Física Quântica que mora no Morro da Carvoeira desde criança. Tem 45 anos, quase todos dedicados às pesquisas. Tem cabelos grisalhos e olhar penetrante, sempre carregando um ar de curiosidade insaciável. E conhece o Morro do Mirante (futuro Parque do Mirante) como ninguém. Durante décadas, ele enfrentou o ceticismo de colegas e da sociedade por acreditar na existência de vida além da Terra. Dedicou sua vida ao estudo de astronomia e fenômenos inexplicáveis, até mesmo montando um observatório no Morro da Carvoeira.
Ele, que nunca duvidou da existência de vida alienígena, de repente, descobre que seu trabalho já era conhecido pelos ETs, torna-se um elo entre os visitantes e a humanidade, navegando por questões complexas como confiança, responsabilidade e a chance de reconstruir o futuro.
Quando os ETs chegaram, Hermes se tornou o intermediário ideal: sua mente aberta e conhecimento profundo sobre o universo o tornaram o primeiro humano a se comunicar com eles. A conexão mental que os ETs estabeleceram com Hermes revelou uma verdade surpreendente — eles vinham monitorando seus estudos há anos e consideravam sua mente um dos poucos lugares na Terra capazes de compreender sua mensagem.
Enquanto os ETs oferecem tecnologia para resolver os problemas do planeta, surge um dilema: será que a humanidade, onde alguns acreditam que a Terra seja plana, está pronta para aceitar ajuda sem abusar desse benefício?
Juntos, Hermes e os ETs embarcam em uma jornada para explicar à humanidade que esses visitantes não são invasores, mas aliados. Entretanto, nem todos aceitam isso facilmente, e o professor Hermes terá que enfrentar desafios, desde os colegas da Universidade, os governos desconfiados e até grupos que temem os extraterrestres.
Outra questão terá que ser enfrentada pelo professor Hermes: Ana Clara, sua companheira de uma década, vê Deus como o criador do céu e da Terra, o guardião da humanidade, e sempre acreditou na centralidade da vida terrestre na criação divina. A chegada dos extraterrestres abalou essa crença profundamente – ela se pergunta como esses seres podem coexistir com a ideia de um Deus Todo-poderoso, ou se eles fazem parte do plano divino que ela desconhecia. Esse conflito interno cria um choque entre suas convicções religiosas e as evidências alienígenas diante de seus olhos.
Enquanto Hermes está mergulhado no estudo dos ETs e em sua missão como mediador, Ana Clara busca conforto na oração, tentando entender qual é o propósito maior de tudo isso. Em um momento de angústia, ela até confronta Hermes, questionando como ele pode acreditar tanto nos ETs sem considerar o papel de Deus nessa história. Isso gera uma conversa intensa e reveladora entre os dois: Hermes explica que, para ele, a existência de outras civilizações não contradiz sua fé, mas expande sua visão sobre o que a criação divina pode incluir.
Conforme a história se desenrola, Ana Clara começa a perceber que talvez os ETs sejam uma manifestação desse plano maior, enviados para ajudar a humanidade a preservar o que Deus criou. Sua jornada espiritual evolui, e ela passa de apavorada para curiosa, até aceitar um papel mais ativo ao lado de Hermes – tanto para proteger sua cidade e seu planeta quanto para encontrar um novo significado para sua fé.
Que reviravolta fascinante! Ana Clara traz uma dimensão emocional e humana essencial para a história. É uma pessoa prática, com os pés no chão, que sempre viu as crenças de Hermes como um devaneio romântico, mas inofensivo. Agora, com os ETs realmente presentes, ela está completamente abalada – apavorada pelo desconhecido e pela ideia de que o homem que ela ama possa estar mais envolvido com esses alienígenas do que com ela. Enquanto Hermes se aproxima dos extraterrestres e trabalha como mediador, Ana Clara sente que o universo dela está desmoronando. Seu medo e ceticismo criam tensões no relacionamento. Ela teme que os ETs não sejam tão benevolentes quanto parecem e tenta convencer Hermes a se afastar. Porém, ao mesmo tempo, sua lealdade e amor por ele a mantêm ao lado dele, mesmo quando tudo parece assustador.
Mas, as preocupações ainda não terminaram, aliás, apenas começaram. Os tripulantes da nave, por meio de seu comandante, deixaram vários presentes que serão estudados pelo professor Hermes e uma relação de pessoas que deverão ser comunicadas para estarem prontas a viajar na próxima visita da nave, que acontecerá em setembro, daqui a quatro meses.
Estarão os escolhidos prontos para a Grande Retirada?
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