Autor: Hélio Cervelin
Por que burocratizamos tanto nossas vidas?
São tantas as anotações, tanta papelada para se viver!
Tantos textos, textinhos, textões... Revistas, blogues, jornais, jornalões.
Rádios, televisões, informações...
Mas, uma situação vem à baila: podemos chamar de
“informações”, tantas notícias falsas, inseguras, imperfeitas, tendenciosas, enfim
as malfadadas fake news, a expressão da moda?
Me lembrei do Raul Seixas, que disse numa canção: “não preciso ler
jornais, mentir sozinho sou capaz” ...
Enquanto escrevo, ouço a TV, e percebo um oficial israelense
afirmando que a falta de comida na Faixa de Gaza é causada pelo Hamas, que
estaria desviando centenas de caminhões carregados de mantimentos. Ele também
dá conselhos aos seus entrevistadores para tomarem cuidado com as notícias que
divulgam para não cometerem deslizes. Como disse uma autoridade, ainda no
século passado: ‘numa guerra, a primeira vítima será sempre a verdade!’
Pelo que conhecemos das civilizações, a mentira é uma
constante através dos séculos. Sem mentir, a humanidade não sobreviveria. Recordemos a frase “subiu no telhado” dita para não chocar os familiares ao se
anunciar a morte de alguém da família. Existe também a chamada ‘mentira
piedosa’, tolerada pelas igrejas, aquela que, diante de uma notícia triste, tem
a intenção de fazer sofrer menos, ao falar dos “desígnios de Deus”.
E os estudos? Quantas leituras precisamos fazer, quantos
livros devemos “devorar” para melhorar nosso currículo, para termos mais
“empregabilidade”?
No entanto, nesta modernidade, já não se lê tanto como se
lia há dez anos... As expressões da moda agora são TI (Tecnologia da
Informação) e IA ou AI (Inteligência Artificial). No andar dessa carruagem
informatizada, logo, logo, o motorista de Uber perderá seu emprego para o ‘não
motorista’, ou seja, os táxis, que, muito em breve não precisarão mais de
condutor.
Sendo assim, é bom que os motoristas de aplicativo (uberistas
e motoboys), enquanto fazem uma entrega e outra, tratem de conseguirem uma
graduação em TI para garantirem suas sobrevivências no futuro.
A cada dia que passa, o robô substitui mais o trabalhador. E ele
nem precisa ganhar o pão de cada dia com o suor do seu rosto.
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