segunda-feira, 13 de maio de 2019

DIA DAS MÃES E EU (Elizete Menezes)



 Minha foto

Autora: Elizete Menezes

Hoje e sempre serei eu!
Menina
Mulher
Tia
Mãe
Avó

Eu, assim com minhas vontades, meus desejos!
Eu insegura, firme, assim sou eu. 
Às vezes forte, às vezes fraca, até mesmo insensível
Ou mesmo sensível demais.

Eu sorrio quando estou feliz
E também quando os outros estão
Também choro de emoção, de tristeza
Isso faz parte da vida!
Existem momentos bons, outros não
Mas, assim segue
Cada qual do seu jeito

Eu sou assim
Gosto de fotos, gosto muito!
Gosto de mim, mas também gosto de vocês

Eu sou intensa, amo amar !
Sou o que você quiser que eu  seja: irmã,  mãe,  avó, amiga ....
Essa sou eu!
Vivo o hoje com muita intensidade
Porque já fui pega de surpresa por coisas que não esperava
Mas aprendi que viver não é fácil
Fazer o outro feliz, também não
Mas, tento!

Muitas vezes não consigo dar o meu melhor
Mas, saibam que eu sou assim
Muitas vezes, fraca;  outras, forte
Mas, eu tento sempre!

A vida é cheia de surpresas
Eu sou o que sou
Tento  melhorar ....
Essa sou eu
A cada momento uma foto...
Eu amo me amar...

Feliz Dia das Mães


terça-feira, 7 de maio de 2019

NOSSO DEVER DE CIDADANIA (Hélio Cervelin)



Autor: Hélio Cervelin

Viver em sociedade pressupõe direitos e deveres.
Em nome da boa convivência, algumas regras precisam ser seguidas, sendo que uma das principais obrigações para quem deseja viver em paz com os vizinhos e  a sociedade em geral é estar bem informado de tudo o que ocorre ao seu redor, inclusive - e principalmente - no aspecto político. Todas as decisões que tomamos ou deixamos de tomar são decisões políticas. E são elas que mudam os rumos da sociedade e dos indivíduos.
Está comprovado, e é notável das mais variadas formas, que existem grupos de interesse manipulando dados, notícias e veiculações, disseminando determinadas ideias, com um objetivo específico. Uma grande  parte de nossa sociedade é egoísta, dinheirista, gananciosa e  insaciável,  tudo fazendo para conseguir acumular mais bens e poder. Seu equívoco reside em se considerarem imortais, perenes, originando-se daí suas ideias de acumulação. Eles se esquecem de que a vida é breve. Assim, fazem-se necessários muitos estudos,  pesquisas e sutilezas para entender as nuances dos manipuladores da sociedade. O mundo em que vivemos exige "eterna vigilância".
Costumamos dizer que "só os loucos rasgam dinheiro", ou seja, só eles podem dar-se ao luxo de recusar o conforto que os bens materiais lhes proporcionam. Mas, é aí que entra em cena uma palavra mágica, que todos devemos buscar. E essa palavrinha mágica se chama ÉTICA.
Não dá  para afirmar que a ética nos fará viver melhor no sentido material, pois adotá-la, geralmente, representa uma renúncia ao conforto. Pelo menos ao conforto que extrapola certos limites do bem-estar. A contrapartida que irá validar o ato será o privilégio de ter a consciência sempre tranquila e a sensação de não ter contribuído para o desconforto ou a desgraça de ninguém. A premissa básica será: "seu eu tenho demais, alguém terá de menos".
E como se faz para tomar as melhores decisões e viver em uma relativa paz?
Há outra palavra importante, e que muito nos ajudará para alcançar esse objetivo. E essa palavra se chama "informação".
Não viemos a este mundo apenas para comer as melhores comidas, beber as melhores bebidas, assistir TV, procriar e fazer festas. Uma quota de dedicação aos estudos e pesquisas se faz indispensável e urgente, para que possamos entender quais são os interesses das outras pessoas e, especialmente, das corporações.
Se ficarmos apenas na dependência de informações externas nos tornaremos objetos de manipulação de um sistema perverso que nos passa a ideia de que trabalhar dezesseis ou mais horas por dia é algo maravilhoso; que devemos ter a melhor residência; que é nossa obrigação possuirmos o automóvel mais luxuoso e realizarmos as mais longas e glamorosas viagens. Mas, isso tudo tem um preço, e alguém obterá lucros exorbitantes enquanto nossa saúde se deteriora e nossa convivência familiar desaparece em nome desse chamado "sucesso pessoal".
É nessa hora que deve entrar em nossas vidas o conceito de "autodesenvolvimento", ou seja, a desconfiança naquilo que nos chega           "mastigado", dando preferência à pesquisa por conta própria, com o objetivo de tirar as próprias conclusões. Refletir e determinar o que é bom para cada um de nós é fundamental.
Cada indivíduo tem suas próprias aspirações na vida. Alguns se contentam com hábitos simples e uma vida mais livre e natural, longe dos holofotes do sucesso e perto do que realmente  interessa: o carinho da  família,  o respeito dos amigos, o desfrute da natureza e a simplicidade no viver.
Gostando-se ou não do tema, estar em dia com os assuntos  políticos de nossa cidade, estado ou país é fundamental. Tudo passa pela política, pelas decisões das instâncias políticas: o preço do pão, do leite, dos combustíveis, dos transportes, da educação, dos bens imóveis, de tudo, enfim.
Ninguém consegue ser omisso impunemente. Muitos desvios sociais e econômicos conseguem ser controlados mediante nossa participação ativa nas discussões desses temas em nossos grupos associativos, conselhos de classe e, o mais importante e efetivo, nas eleições de nossos representantes em todas as instâncias sociais e  políticas. Não dá para ser omisso, pois o omisso torna-se aliado do próprio inimigo, já que, pelo fato de ter-se esquivado do assunto, terá que acolher as consequências das decisões alheias.
Nós, brasileiros, temos um hábito altamente reprovável: nossa crença exagerada nas autoridades, sejam elas civis, militares ou eclesiásticas. Nossa acomodação e inércia e nossa falta de pesquisas mais aprofundadas nos obrigam a aceitar tudo o que vem até nós como produto pronto e acabado.  Acreditamos demais nos jornais, especialmente os televisionados, esquecendo-nos de incluir nas notícias os componentes interesseiros dos políticos e das corporações.  Aliás, estes dois entes andam sempre juntos, em uma simbiose maléfica, visando apenas aos próprios interesses.
É importante lembrar que a manipulação da mídia geralmente está nas notícias que não foram dadas, ou foram apresentadas com superficialidade, caracterizando uma omissão tendenciosa da emissora. Assim como na persistência sobre um mesmo tema, martelando nossos cérebros, até aceitarmos aquilo como verdade, não nos deixando tempo para refletirmos sobre aquelas notícias "superficiais". Assim é nossa mídia.
O estudo da Filosofia, hoje demonizado pelo governo de plantão, sempre foi e sempre será um fator de proteção para o indivíduo e a sociedade. É imprescindível sabermos, através da História, o que aconteceu no passado para que possamos agir no presente e orientar nosso futuro. Através da Filosofia podemos treinar nossas mentes e desenvolvermos melhor a nossa cognição.
Através do autodesenvolvimento, da expansão de nosso senso crítico, teremos melhores condições de perceber que, quando o segmento capitalista da sociedade se pauta no lucro a qualquer preço, todos somos transformados em suas vítimas preferenciais. De todos os modos e formas.


(Hélio Cervelin é professor, poeta e escritor)


                               


domingo, 5 de maio de 2019

MÃE, MATER, MATRIZ (Hélio Cervelin)



Autor: Hélio Cervelin

Mãe Terra,
Mãe mulher
Mãe homem
Mãe semente

Mãe amor
Mãe desamor
Mãe dor
Mãe demente

Mãe malícia
Mãe sevícia
Mãe polícia
Mãe fervor

Mãe à toa
Mãe que voa
Mãe que abençoa
Mãe labor

Mãe servil
Mãe sutil
Mãe pueril
Mãe agastada

Mãe calada
Mãe dosada
Mãe drogada
Mãe paixão

Mãe que sofre
Mãe que cria
Mãe que expia
Mãe solidão

Mãe de dor
Mãe de horror
Mãe pudor
Mãe coração

Mãe aceita
Mãe refeita
Mãe que aleita
Mãe perfeição





O BALANÇO DA CRUZ (Hans Wiedemann)


 

Autor: Hans Wiedemann

A cruz é um símbolo
Significando a vida
Assim como encontros
Entre duas sendas
Tendo um ponto em comum.

Podemos aplicar esses pensamentos
À senda da nossa existência
Em todos os instantes
Fazendo adequações
Que forem necessárias.

A cruz deixa de ser
Sacrifício ou dilema
Quando conhecemos a intenção
Sabendo haver energia
Que supera todas as causas.

A cruz mostra o sacrifício
Sem conhecer o valor
Por faltar-nos pensar
Sempre na sua origem
Percebendo a integração.

A cruz é Paz
Mostrando a satisfação
De sempre recebermos a Luz
Em todas as noites
Na nossa existência.

Visite o meu blog http:\\vamospensaravida.blogspot.com.br


sábado, 27 de abril de 2019

SEXTA-FEIRA SANTA E MINHAS LEMBRANÇAS (Delva Robles)


Autora: Delva Robles

Lembrei-me  de minha casa - ou da casa de meus pais - quando eu era jovem.  
O cardápio para o almoço da sexta-feira santa era garbanço (grão de bico), com batatas,  temperados com    cominho, e bolinho de bacalhau. Minha mãe fazia milagres com o pouco bacalhau que meu pai comprava: dividia alguns  pedaços para dar gosto no garbanço e o  resto ela desfiava e fazia  bolinhos fritos, que eram uma massa feita com ovos, farinha, cebolas e temperos verdes.
Esse era um dia muito especial. Minhas irmãs casadas trariam seus filhos e todos nos sentaríamos à mesa para o almoço.  O grão de bico era como uma sopa, bem temperada e com pouco caldo, mas muito saborosa.   Para as crianças, que geralmente não gostavam de garbanço e bacalhau, era o dia de macarrão com sardinha.    Neste dia nenhum açougue estaria aberto.  Ninguém comia carne vermelha na semana santa e o  macarrão com sardinha que geralmente sobrava, ficava  para o jantar.
Nossa casa era  barulhenta, com um intenso murmurar de conversas, gritos de crianças, latidos de cachorros e, como sempre, muitos gatos ronronando nas nossas pernas.  Na mesa sempre havia vinho e limonada de limão galego, fruto do nosso quintal. 
As tardes de domingos e feriados eram preguiçosas e haveria sempre  mais de uma rede para se descansar.  Na sala, a vitrola sempre tocava algo como canções espanholas. E vovó  sempre sentadinha no sofá da sala ou em uma cadeira na porta da cozinha, reprovando cada risada ou expressão oral muito alta.  
Nossa casa tinha uma varanda enorme que rodeava  quase toda ela, e muitas árvores frutíferas que papai plantara, como poncãs, laranjeiras, bananeiras, jabuticabeiras... Sem falar das velhas árvores nativas que faziam sombras belas e majestosas no nosso quintal.
Havia  também uma bela horta que produzia muitas verduras.   Para a sobremesa mamãe sempre fazia algo como arroz doce, doce de abóbora, doce de mamão, canjica.  No café da tarde haveria um bolo de fubá enriquecido com erva doce e pão feito em casa e assado no forno de nosso quintal. Papai adorava reunir todos os filhos  nos domingos e feriados.
De repente, sinto o cheiro desta e de outras   tardes, quando mamãe preparava a  nossa janta.  De longe, sentia o aroma. Poderia ser uma sopa de macarrão com feijão, uma tortilha espanhola, batatas fritas, cuscuz, ou mesmo a sobra do almoço, servido com  uma bandeja  de ovos fritos.
Que saudades daquelas tardes, daqueles cheiros, daqueles ruídos, daquelas noites  onde  nos sentávamos na  varanda e  conversávamos  despreocupadas  e  felizes   sob a luz   da  lua  e das  estrelas, onde tudo era muito simples. 
Talvez o segredo da felicidade  esteja  na simplicidade e quando envelhecemos  nossa alma  busca esse  retorno e volta a  sentir alegria com  o  banal, o trivial.
"Assim como um pardal", como na canção de Rita Lee, tornando os dias  UM ETERNO DOMINGO. 
  
BAILA COMIGO
Rita Lee
Se Deus quiser, um dia eu quero ser índio
Viver pelado, pintado de verde num eterno domingo
Ser um bicho preguiça e espantar turista
E tomar banho de sol, banho de sol, banho de sol, sol
Se Deus quiser um dia acabo voando
Tão banal, assim como um pardal, meio de contrabando
Desviar de estilingue, deixar que me xinguem
E tomar banho de sol, banho de sol, banho de sol, banho de sol
Baila comigo, como se baila na tribo
Baila comigo, lá no meu esconderijo
Se Deus quiser um dia eu viro semente
E quando…´

https://www.youtube.com/watch?v=P1LQfcpd4ro
(clique no link para ouvir a música)




quarta-feira, 24 de abril de 2019

PAÍS DA INGRATIDÃO (Hélio Cervelin)



Autor: Hélio Cervelin

Fazer o bem sem esperar gratidão
Nos descaminhos da vida
Preservar o coração
Da batalha árdua e sofrida

Errar e não esperar compaixão
Indulgências mal paridas
Acertar e não poder contar
Com os aplausos de mentes empedernidas

Seguir entre tantos hipócritas
Falsários, dissimulados
Atento às agressões mundanas
Que surgem por todos os lados

Miséria e inconsequência
Tônicas do tempo presente
Compaixão e benevolência
Virtudes inexistentes

Partir para novos rumos
Fugir deste mundo insano
Buscar amor, amizade

Voar pelo espaço sem fim
Com a certeza de não deixar
Nem sentir
Uma gota de saudade


                                            



quarta-feira, 17 de abril de 2019

SOCIEDADE SEM ESCRÚPULOS (Hélio Cervelin)



Autor: Hélio Cervelin

Nossa sociedade está cada vez mais permissiva e menos preocupada com a ética. É o que se pode afirmar, sem receio de errar, ao acompanharmos os acontecimentos diários de nossa  terra brasileira.
Tomando como base a educação que nossos pais e avós nos legaram no século XX,   é visível a deterioração dos costumes neste início do século XXI.
Aquele respeito aos idosos nas ruas ou no interior dos meios de transporte, aquela cerimônia respeitosa dos jovens, até mesmo as crianças, em relação aos professores parece estar desaparecendo aos poucos. Nossas autoridades perderam grande parte do prestígio que possuíam as mesmas autoridades em décadas anteriores.
O ensinamento bíblico que  prega o "comerás o teu  pão com o suor do teu rosto", tão observado por nossos antepassados, está cada vez mais negligenciado pela sociedade atual, exímia  praticante do "levar vantagem em tudo", especializando-se cada vez mais na lei do menor esforço. Lei esta, aliás, que quando aplicada à produção, às vendas ou às tarefas do dia a dia e nos limites da legalidade e da ética, apresenta-se como um artifício inteligente e louvável. Fora disso não  passa de uma artimanha totalmente reprovável,  por representar, via de regra, o famoso "ganhar sem trabalhar".
Diariamente, os noticiosos da televisão, os jornais e as demais mídias nos apresentam casos de  pessoas apanhadas pela justiça por praticarem atos ilícitos. Fraudes, falsificações, sonegações dos mais variados matizes obrigam os órgãos de segurança a manterem uma vigilância sem tréguas contra todos os tipos de ilícitos.
Mas, ainda falta citar a  pior parte: os próprios aplicadores da lei (policiais, autoridades civis e magistrados) também estão contaminados. Assim, o quadro fica cada vez mais preocupante e desanimador. A situação chegou a tal ponto que, quando alguma pessoa é surpreendida cometendo um ato justo chega a ser elogiada, homenageada.
Por mais que se reflita e se olhe para o horizonte buscando sinais de melhoria desse quadro desolador, nada se vê que nos dê esperanças concretas no curto prazo. Efetivamente, nossa sociedade está deteriorada, totalmente comprometida.
Mudanças urgentes se fazem necessárias. Leis e regulamentos existem até demais,  o que falta é a sua aplicação. Uma nova geração precisa assumir o poder. Algo precisa acontecer para que se inicie um novo ciclo em nosso país.
Enquanto um grande número de autoridades civis, militares e até eclesiásticas continuarem demonstrando o seu desprezo pelos escrúpulos e pela ética, nossa esperança de mudanças se vê obrigada a recolher-se, envergonhada, à espera de dias melhores.