quinta-feira, 18 de março de 2021

AMOR É MAIS QUE UMA PALAVRA (Hans Christian Wiedemann)

 









Autor: Hans Christian Wiedemann

(O amigo Hans partiu hoje para o Plano Superior. 

Fica com Deus, Amigo!)


O Homem tem no Amor um vernáculo,

Que usa como bem lhe apraz,

Esquece o sentido profundo,

Há a nossa relação divina,

Para existência terrena.


Amor é a palavra da compreensão,

Que tem origem na espiritualidade,

Ainda no estado imaterial,

Significando a união dos elementos,

Para a evolução do todo.


O Homem transformou o Amor,

Num símbolo material,

Acreditando na relação carnal,

Com base na sua cultura,

Deformando assim o comportamento.


Na espiritualidade amor é a essência,

Na Terra expressa a consequência,

Da relação de carinho,

Invertendo assim os papéis,

Perdendo assim o poder.


O Amor divino é etéreo,

Sendo difícil ao Homem conceber,

Precisando de uma imagem,

Para ter como referência,

Sendo insuficiente o conceito.


Assim, o Amor é divino,

Precisando de abnegação,

Tendo nele a eternidade,

Da nossa relação com o infinito,

Podendo viver sempre feliz.

quinta-feira, 4 de março de 2021

FLORIPA ENCANTADA (Hans Christian Wiedemann)













Autor: Hans Christian Wiedemann


Floripa encanta

Com suas magias

Enquanto decanta 

E sua alegria.


Saboreando o Sol

Das suas praias.


Floripa espanta

As faltas de energias

Porque implanta

Muitas fantasias.


Saboreando o Sol

Das suas praias.


Floripa alimenta

As nossas manias

Enquanto aumenta

As nossas freguesias.


Saboreando o Sol

Das suas praias.


Floripa sustenta

As sabedorias

Enquanto alimenta

Nossa calmaria.


Saboreando o Sol

Das suas praias.


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

POR QUE QUEREMOS VIVER MAIS (Hélio Cervelin, 10 Fev 2021)

 










Autor: Hélio Cervelin

A vida, o que é, afinal? Por que não gostamos da ideia de morrer e queremos viver, permanecer vivos e viver mais?

Um presente de Deus, um aqui/agora, um estar presente no sentido de participar do que está sendo percebido neste momento, neste local, neste planeta localizado em algum ponto deste imenso Universo, assim costumamos classificar o que seja a VIDA.

É um caminho a seguir, normalmente copiando as atitudes dos outros – basicamente nossos pais – e suprindo as necessidades mais imediatas, à medida que elas vão ocorrendo, a começar pelo atendimento às necessidades básicas inerentes à vida biológica, tais como: beber água, comer, agasalhar-se no frio, abrigar-se das intempéries, proteger-se dos predadores e procurar estabelecer objetivos de vida concretos e razoáveis.

Uma vez percebendo que estamos vivos, instintivamente preservamos nossa vida, ou seja, evitamos a morte, pois se a existência que nos foi concedida já é um mistério em si, imaginemos o “outro lado”, o desconhecido, onde até as filosofias se desencontram ou se chocam quando tentam explicar o que encontraremos lá.

E então, para que queremos viver mais se já está comprovado que manter-se vivo exige um malabarismo sem fim? Uma resposta razoável seria: usufruir mais das coisas agradáveis do mundo e promover mais realizações; viver novas experiências, conhecer os filhos e os netos e acompanhá-los nas mais diversas fases de suas vidas, experimentando as sensações de cada evento pelo qual passarem; conhecer um bisneto, um tetraneto, por que não? E talvez recuperarmos o que perdemos em outras encarnações, nas quais não tenhamos cantado aquela canção que ensina que “é preciso saber viver”.

Outros aspectos que almejamos ao viver costumam incluir a chamada saúde perfeita, procurando manter nosso corpo sem traumatismos, sequelas ou enfermidades que possam inibir nossa mobilidade e bem-estar e trazer-nos tristeza e infelicidade. A beleza física é outro aspecto que aumenta a autoestima do indivíduo, carreando a admiração ao seu entorno, razão pela qual os procedimentos estéticos são tão valorizados, atualmente, ocorrendo muitos exageros.

Por que é necessário encarnar, tornar-se matéria?

Se imaginarmos que somos originários do espaço sideral, da antimatéria, onde não teríamos a necessidade de possuir um corpo físico para nos manifestarmos, entenderemos a necessidade de nascer na forma de um ser biológico, podendo interagir na matéria para talvez “sentir na carne” a dificuldade de alcançar o ideal almejado. Aqui, na Terra, podemos construir coisas e manipular os materiais com o intuito de exercitar nosso poder criativo, a fim de alcançar o equilíbrio da alma (nosso EU interior), sedimentando-nos como um indivíduo cósmico e universal. Ao longo do tempo, adquirimos resiliência e persistência para resistir à tentação de fugir do caminho traçado, burilando nossas virtudes, aplacando nossos vícios, sedimentando nossas forças e firmando nossa personalidade, sempre focados em destinos gloriosos por esse Universo Indefinido.

Por que é importante ser fraterno, solidário, prestar auxílio às demais pessoas?

Uma das maiores virtudes do ser humano é a empatia, a capacidade de colocar-se no lugar do outro, sentir suas dores e angústias. As filosofias ou religiões nos ensinam que todos somos irmãos, filhos originais de um mesmo criador denominado Deus. E de fato nos sentimos assim, talvez porque todos somos mortais e sujeitos ao sucesso, à pujança material, mas também a terríveis revezes. A riqueza material não é garantida, e também não é sinônimo de alegrias constantes, de felicidade, enfim. Tudo isso para que possamos perceber que somos uma família, e que soa injusto estarmos no gozo, na fruição dos bens materiais enquanto nossos irmãos estão em sofrimento na miséria, na penúria.

Diante dessas ponderações poderíamos nos perguntar: Por que cultivar a humildade? A resposta seria que, por mais sábios e conhecedores que sejamos, o ambiente planetário é limitado, e muitíssimas coisas nos são inalcançáveis deste plano. Muitas questões não têm resposta e muitos mistérios permanecem sem explicação, levando-nos a concluir que não temos motivo algum para carregar empáfia ou arrogância, uma vez que somos “pobres mortais ignorantes”.

Por que o mundo é tão desigual, tão pernicioso, tão hostil, trazendo-nos tanto sofrimento?

Provavelmente este planeta é um dos mais atrasados e injustos do Universo, e abriga aqui uma seleta espécie de degredados antissociais, aqui estabelecidos para exercitarem o aprimoramento moral e ético. Alguns de nós, detentores de princípios éticos e conhecimentos mais avançados, vieram com a missão de auxiliar, instruir, orientar, servir de exemplo; a grande massa, no entanto, veio para expiar seus erros, aprender sobre o bem e sentir na pele as consequências de seus atos equivocados de um passado relativamente distante.


domingo, 7 de fevereiro de 2021

OLHOS PEQUENINOS (para Cláudia) Hélio Cervelin (06 Fev 2021)

 












Autor: Hélio Cervelin


O seu belo sorriso é para nós uma constante

Encanta-me o brilho dos seus olhos pequeninos

Herança de amor de seus ancestrais asiáticos

Que os doaram a você com muito amor e carinho


Olhos que nada deixam escapar ao seu redor

Sempre muito atentos a tudo o que possam ver

Para poder agir e tornar este mundo melhor

Mais uma chance de extravasar o seu bem-querer


Sua simpatia nos contagia, espontaneamente

Você é incapaz de fazer prejulgamentos

Dando a todos a liberdade de ser autêntico

Sempre receptiva aos nossos sentimentos


Pessoas como você doam o perfume da paz

Ambientes suavizam-se à sua suave chegada

É muito bom sentir sua paz, sua empatia

Você é alguém que ameniza nossa estrada


Quero estar sempre receptivo ao seu amor

Seus pequenos olhos e seu sorriso contemplar

E ter o amparo e a força da mão amiga

Fontes que enchem de ternura o meu caminhar.






sábado, 30 de janeiro de 2021

QUANDO NASCE UM POEMA (Hélio Cervelin, 27Jan2021)

 














Autor: Hélio Cervelin


A inspiração de um poeta vem e vai ao sabor do vento

É um momento

A ideia não aproveitada, ao ser desperdiçada, continua

A vagar no espaço, perdendo-se ao relento


Aquele novo poema, que surgiria com excelência

Com todos os elementos para ser inesquecível

Ao ser desprezado, atinge nova face da consciência

E desce à vala comum do inexequível


Uma linda ideia pode desvanecer-se no espaço

Por falta de papel e lápis à mão

Pela sua falta de força no braço

Ou porque o poeta disse não


Não procurou as palavras certas

Não se animou a acender a luz

E não deixou as portas abertas

Para a ideia brilhante que, naquele instante, reluz


Criar é pensar, é penar como uma ciosa mãe

Que sofre e se esforça para dar à luz mais um ser

Um poema que surge é uma nova existência

Uma genuína e feliz manifestação do saber


Um novo ser precisa nascer da forma certa

E contemplar ao seu entorno todas as aspirações

Pois que ficará para sempre como página aberta

A encantar, ao seu contato, todos os corações




segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

RECORDAÇÕES ( Elizete Menezes)

 









Autora: Elizete Menezes

Passei toda a minha infância no litoral, no bairro Vila Nova, na cidade de Imbituba, SC.

Naquela época, tirava notas azuis e morria de medo de notas vermelhas no meu boletim. Tinha que ser acima de 7. Morava com os meus pais e irmãos, vivíamos da pesca, plantação de mandioca, feijão, milho, amendoim, etc. Possuíamos um engenho de farinha, próximo à nossa casa, onde fazíamos farinha, beiju, cuscuz de amendoim e de farinha de milho, roscas de polvilho. Minha mãe me levava para raspar a mandioca e comíamos laranjas com farinha quentinha, feita na hora. Tínhamos melancia fresquinha porque meu pai as colhia na roça e as colocava em um balde dentro do poço de casa para refrescar.

Íamos a praia da Vila Nova de charrete. Tínhamos carroça puxada por um cavalo, na qual meu pai saía para vender os peixes que pescava. Tínhamos também cavalos, cabritos e coelhos que meu irmão fazia a criação; das galinhas era a minha mãe quem cuidava, colhendo ovos saudáveis. Também tínhamos cachorro e gato.

Os uniformes e material escolar eram comprados pelos nossos pais com muito suor; o calçado era conga (uso obrigatório); não tínhamos celular... As pesquisas de escola eram feitas em bibliotecas da escola ou públicas e nas enciclopédias, porque lá não havia energia elétrica, nem água encanada.

O trabalho era escrito à mão e na folha de papel almaço, a capa era feita com papel sulfite.

Tinha dever de casa pra fazer, a Educação Física era de verdade, tínhamos carteirinha pra dizer presente, ausente e atrasado e ainda cantávamos o Hino Nacional no pátio antes de ir para a sala de aula.

Na escola tinha o Gordo, a Magrela, a Branca Azeda, Quatro Olhos, a Baixinha, a Olívia Palito, o Palitão, o Cabelo Bombril, o Negão, o Piriquito, o Narigudo, a Girafa e por aí vai... Todo mundo era zoado, às vezes até brigávamos, mas logo estava tudo resolvido e seguia a amizade... Era brincadeira e ninguém se queixava de bullying. Existia o valentão, mas também existia quem nos defendesse. O lanche era levado dentro de um saco de pão pardo.

Era uma época em que ser gordinho (a) era sinal de saúde, e se fosse magro, tínhamos que tomar o Biotônico Fontoura. A frase “espera aí, mãe!” era para ficar mais tempo na rua e não no computador ou no celular.

Colecionavam-se figurinhas, bolinhas de gude, papéis de cartas, selos! As brincadeiras eram saudáveis, brincávamos de bater em figurinhas... e não nos colegas e professores. Adorava quando a professora usava mimeógrafo e aquele cheiro do álcool tomava conta da sala, Muitas vezes o xerox era no vidro da janela da sala de aula.

A rua era pra jogar bola, brincar de esconde-esconde, de queimada, pular corda, subir em árvores, pique bandeira, tomar banho na lagoa ou na praia, brincar nas dunas, brincar de carrinho de boi de sabugo de milho, pular elástico; pique-esconde, taco, bilboquê, jogar pião, brincar de polícia e ladrão; andar de bicicleta ou carrinho de rolimã; soltar pipa; e ficar na rua até tarde. Muitas vezes com a mãe tomando conta sentada no portão.

Comia na casa dos colegas, e quando chegava em casa tomava esporro por isso (“Não tem comida em casa?”)♀

Não importava se meu amigo era negro, branco, pardo, rico, pobre, menino ou menina, todo mundo brincava junto e como era bom. Bom, não, era maravilhoso!
Que saudades desse tempo em que a chuva tinha cheiro de terra molhada! Época em que nossa única dor era quando passava Mertiolate nos machucados. Felizes em comparação com esse mundo de hoje onde tudo se torna bullying.

Nossos pais eram presentes, mesmo trabalhando fora o dia todo, educação era em casa, até porque, ai da gente se a mãe tivesse que ir à escola por aprontarmos! Nada de chegar em casa com algo que não era nosso, desrespeitar alguém mais velho ou se meter em alguma conversa. Xiiii... Era um tapa logo ou só aquele olhar de "quando chegar em casa conversamos” já sabia que eu iria apanhar.

Tínhamos que levantar para os mais velhos sentarem. Fico me perguntando, quando foi que tudo mudou e os valores se perderam e se inverteram dessa forma?

Pois foi exatamente assim que vivi minha infância. Claro que tive um sorriso no rosto enquanto escrevia, relembrei de vários bons momentos…

Quanta saudade, quantos valores, que para esta geração não valem nada!

Sou grata por tudo que vivi e aprendi. Fui muito FELIZ!!!

domingo, 24 de janeiro de 2021

PÁSSAROS (Hélio Cervelin, 24 Jan 2021)

 














Autor: Hélio Cervelin

Chove devagar e insistentemente há duas semanas, alternando-se entre chuvas leves durante o dia e chuvas torrenciais com fortes trovoadas nas madrugadas.

Nesta manhã chego até a janela, e a primeira imagem que vejo entre os pingos de chuva é a de um lindo pássaro de peito amarelo, pousado num galho seco de uma árvore do jardim, cantando alegremente.

Comecei a pensar sobre ele e a me perguntar: Ele não tem medo da chuva, de ficar doente? Será ele feliz? Por que está sozinho? Terá ele uma companheira que ele ama e pensa nela o tempo todo? Terá ele filhos com ela? Existe a fidelidade entre os casais de pássaros, ou terão liberdade total em seus relacionamentos? Serão casuais os seus encontros, sem cobranças, sem a obrigação de ligar no dia seguinte? Se assim for, quando nós humanos chegaremos a esse nível de relacionamento?

Invejo os pássaros pela sua beleza, leveza e liberdade de ação! Andam pelos céus, protegidos dos perigos terrenos, voam ao sabor dos ventos, contemplando as lindas paisagens que se desenham ao longe, movimentando-se o tempo todo e conhecendo lugares diferentes.

E cantam! Entoam lindas canções como que em agradecimento pela liberdade de que desfrutam, sem estarem presos a compromissos. Talvez esse estágio seja um degrau acima de nossa evolução humana, presa aos bens materiais, escrava e submissa aos “poderosos” endinheirados.

Os pássaros são livres e por isso não necessitam de dinheiro para viajar ou para hospedar-se fora de casa. Essa é a liberdade que as asas lhes proporcionam!

De nossa parte só nos resta o consolo da liberdade de sonhar, sonhar, sonhar! E transpor nossos obstáculos através da imaginação sonhadora.

Ai, que inveja eu sinto dos pássaros!