domingo, 12 de março de 2023

O ESTRAGO DAS MÍDIAS SOCIAIS Hélio Cervelin, (12 mar 2023)

 



 





Autor: Hélio Cervelin

Como podem existir tantas pessoas que usam as mídias sociais, o WhatsApp em especial, e que, de uma hora para outra, passam a se considerar verdadeiros literatos, economistas, juristas cultos e até sábios?

 

Apresentam-se como portadores daquela baboseira toda que lhes cai, diariamente, no aparelho de smartphone, com muitas, - (mas muitas, mesmo!) matérias direcionadas, com objetivos pré-determinados por grupos de interesse. E eles, pobres cristãos, (cristãos, sim, pois geralmente se autodenominam “pessoas de bem, crentes e tementes a Deus”), mas são os mais ludibriados pela boa-fé.

Desconhecem que os inúmeros “pseudointelectuais” que assinam essas matérias (às vezes sequer assinam!)  pretendem com as referidas notícias é passar uma imagem de pessoas cultas e atualizadas, mas, sub-reptícia ou claramente combatem a democracia, clamam por uma ditadura e demonstram não saber o que estão dizendo. Parece desconhecerem que a democracia é um regime duramente  conquistado, à custa de sacrifícios de vidas humanas, profissões abortadas, exílios involuntários de quem luta por ela.

Por que essas pessoas que remetem essas mensagens são tão credibilizadas?

Trata-se de um problema sociológico, uma vez que os emissários são praticamente os únicos a darem atenção  para os idosos, já que esses são normalmente esquecidos por quem deveria dar-lhes atenção: a própria família. Ressalte-se que a quantidade de “analfabetos políticos” existente em nosso país assume números estratosféricos, causados por duas décadas de ditadura militar, em que os sindicatos foram desmontados, as reuniões foram banidas e tornou-se um “pecado gravíssimo” criticar o governo, ou mesmo falar em política, pois poderíamos ser mal interpretados pelos “home”, sujeitando-nos à prisão, tortura ou mesmo à morte. Assim, as gerações de 1960, 1970 e início de 1980 foram gerações silenciadas, em que valia muito a máxima “calar é ouro, falar é prata”.

E quem foi assim criado nada aprendeu sobre democracia. Se nada aprendeu, nada passou aos seus descendentes, as gerações de 1990 e 2000. Com isso, até os jovens de hoje não aguentam meia hora de questionamento político. Com raras e honrosas exceções.

E voltando ao WhatsApp, pergunta-se: por que que aqueles que estão mandando as notícias fazem tanta maldade ao inculcar tantas mentiras, tantas informações errôneas (fake news) na cabeça das pessoas idosas?

É triste, muito triste, ver os idosos (e os não idosos) sendo levados ao engano, na boa-fé, em cima de notícias falsas!  Muito triste mesmo eles acreditarem em qualquer notícia que apareça nas mídias.

Nunca estudaram política, nunca se dedicaram a isso, porque governo algum teve interesse em esclarecer a “plebe rude” através da educação. O dinheiro sempre comandou e continua comandando os meios de comunicação, de modo a não fortalecer a oposição.

Nesse aspecto, dá para gritar a plenos pulmões: Maldito EGOÍSMO! Malditas Mídias Sociais! Maldito WhatsApp!

quinta-feira, 9 de março de 2023

PRENDA LINDA (Bruna dos Pampas) Hélio Cervelin (08 mar 2023)

 

 


 







Autor: Hélio Cervelin


Como você está linda!

De onde vem tanta beleza?

Vem lá do pampa gaúcho

Pra espantar minha tristeza

 

Sua pele morena me atiça

Seu corpo esguio me acende

Esse rosto de mestiça

Sei bem o que pretende

 

Ela quer me escravizar

Arrebatando corações

Ela é fruto das terras gaúchas

Lá da região das Missões

 

Vou buscar a minha pilcha

E um fandango procurar

E com você, minha prenda

Eu quero formar um par

 

Danço xote, bugio, vanerão

E no final vamos valsear

Pra mostrar nossa paixão

Para quem quiser admirar

 

Em Santana do Livramento

Chegarei esta semana

Pra dançar mais um fandango

Nas bandas de Uruguaiana

 

Seus pais quero conhecer

Sua mão vou implorar

E se depender de mim

Em breve iremos nos casar

 

E naquelas terras viveremos

Nas campinas cavalgando

Com churrasco e chimarrão

Passar a vida te amando

 

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

DIGA SIM OU DIGA NÃO (Hélio Cervelin, 27 Fev 2023)

 









Autor: Hélio Cervelin


Não quero ser alguém que assedia 

Mas um admirador que te elogia

Em tua beleza sem par


Tudo que preciso é atenção;

Pra acalmar meu coração 

Ansioso para te amar


Estar com você me acalma

Traz paz à minha alma 

E afasta de mim a amargura 


Sinto o perfume da flor

Despertando meu amor

Carinho, paz e ternura


Pena que você pensa demais

Não decide e nada faz

Não está no aqui e agora


O dia em que tomar a decisão

Poderá ter mudado a situação

E a chance ter ido embora


Teste o meu coração agora

Enquanto ainda é tempo e hora

Diga sim ou diga não


Se tudo o que ele pretendeu

Num instante desvaneceu

Porque era falso, uma ilusão


Ou se por acaso for um sim 

Será tanta alegria pra mim

Que chorarei de emoção

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

O AMOR E O PECADO (Hélio Cervelin, 20 Fev 2023)

 



 







Autor: Hélio Cervelin


A vida segue plena de ameaças e proibições

Poucos são os que amam de verdade, por ter vergonha de amar

Falsos sábios implantaram tabus que geraram sofrimentos

Por confusos sentimentos, a grande massa se deixa levar

 

Oriundos de seitas e religiões estranhas

Interesseiros deturparam as doutrinas do amor

Criaram o pecado e inculcaram ideias de castigos

Confundindo nossas mentes, massacradas no torpor

 

Em sua fragilidade, o ser humano se perdeu

Em dogmas confusos que o impedem de amar

Para poder merecer o paraíso

Todos se privam de seu prazer buscar

 

Já acreditam que é pecado ser feliz

E vivem o hoje sem gozos, nas proibições

Por considerarem ser pecado o próprio corpo explorar

Retraem-se em seus mundos de culpas e punições

 

Vivemos o amanhã e nos privamos do hoje

E no dia a dia fugimos da espontaneidade

Postergamos tudo o que nos daria prazer

Por um céu de promessas de grande felicidade

 

A quem deve interessar a morte do amor

Da paixão, do afeto e do carinho

Priorizando as riquezas materiais

O acúmulo de bens atravessando o caminho?

 

Devem existir os que são beneficiados

Com o desamor, as guerras e as confusões

Tirando proveito das lágrimas derramadas

Que vão aos poucos destruindo os corações

 

Valha-me deus! é preciso reagir

E no confronto do amor e do desamor

Coisas boas precisam logo acontecer

E o amor será o grande vencedor

 

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

CICATRIZ (Hélio Cervelin, 03 Nov 2020)

 










Autor: Hélio Cervelin


De tanto amar você

Tento imitar o seu sorriso

De tanto querer estar contigo

Estou perdendo o juízo


Adoro o seu jeito de andar

Sua voz é canção entoada

Me encanta vê-la sorrir

Me inspira a sua gargalhada


Seu corpo lindo me atrai

Suas curvas riscadas de giz

Sua pele morena ardente

Tem o mais lindo matiz


Pra ficar igual a você

Me ajoelhei pedindo a Deus

Sua cor chocolate eu quis


Meu joelho esquerdo ferido

Na cor escura sarou

Em “s” uma cicatriz






quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

PALHAÇO (Hélio Cervelin), 11 Jan 2023

 










Autor: Hélio Cervelin


Já amei muitas mulheres

Na minha vida é o que mais faço

Mas a triste realidade me mostra

Que delas sou apenas um palhaço

Eu as divirto e elas acham graça

Porém disso nunca passa


Eu fico muito feliz

Quando crianças inocentes

Veem algo bom em mim

E olham para mim, sorridentes


Seria fácil me iludir

E achar que sou muito querido

Mas devo me conformar

Não sou mocinho, sou bandido


Essa é a sina da minha vida

Pagando pecados cometidos

Estou inscrito com honra

Na falange dos iludidos


Cara de palhaço, roupa de palhaço

Pinta de palhaço

O amor não é pra mim


Minha risada é falsa

O meu sorriso é fake

Mas devo seguir em frente


Assim eu vou caminhando

Meus pecados vou pagando

Até que chegue o meu fim.



quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

VIA LÁCTEA (Hélio Cervelin, 28Nov2022)

 










Autor: Hélio Cervelin


Ela busca os meus pontos mais sensíveis

E sempre sabe muito bem aonde estão

E observa as minhas reações, com carinho

Esperando sempre um sim, nunca esperando um não


Olha no fundo dos meus olhos inquietos

Com seu olhar de brilho penetrante

Pergunta, docemente, se sinto dor

A espera do meu gemido destoante


Às vezes entrelaça minhas pernas

Com suas pernas roliças e morenas

Para ajudarem no seu nobre objetivo

Que é fazer nosso encontro valer a pena


A todo instante muda as suas posições

Colocando-se muitas vezes sobre mim

Seu rosto em frente ao meu, me encara com ternura

Com seus olhos verdes que a fazem tão linda assim


Observo suas grossas sobrancelhas

E seus cílios bem delineados

Acentuando seus traços suaves e belos

E seus lábios carnudos e avermelhados


Seus cabelos caídos no meu peito

Permitem-me sentir o seu perfume

Estou na busca da cura dos sofrimentos


O meu olhar já se perde no espaço

Vejo estrelas, buracos negros e galáxias se fim

Povoando os céus do meus pensamentos


Sem seu carinho, o que seria de mim?