Autor: Hélio Cervelin
Na
casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo
teria dito. Vou preparar-vos lugar. (João
14:2)
Quando
chegar a nossa hora de passar para o “outro lado”, a nossa
“morte”, como se costuma falar, o que será que encontraremos?
Tudo
depende da nossa vibração durante nossa vivência, o modo de levar
a vida, de encarar as situações que se apresentam; se a nossa
vibração for boa, encontraremos um planeta, um local de vibração
boa, combinando com a nossa personalidade. Se a nossa vibração for
baixa, com pensamentos de inconformismo, maldade, egoísmo, vingança,
encontraremos um planeta ruim, uma morada de vibração desarmônica,
combinando com nosso estado de espírito, e sem podermos escolher.
Como
existem duzentos bilhões de galáxias, e cada galáxia contendo
dezenas ou centenas de planetas, haverá muitos lugares em que
podemos nos enquadrar. Desse modo, acreditamos que será assim, sem
céu nem inferno. Ou existirá um ou outro, a depender de nossa
vibração.
O
que é ser portador de uma boa vibração? É ser cordato, gentil,
saber resolver os problemas sem perder a calma, sem gritar; não ser
violento e não prejudicar ninguém, pedir desculpas quando errarmos
e estarmos dispostos a perdoar a quem erra conosco. É ir levando a
vida, sabendo que aqui é uma passagem, uma viagem, um estágio,
apenas.
Assim
sendo, acreditamos que se pode ser até mesmo um assassino, desde que
o fato tenha acontecido num momento de descontrole total, e nos
tenhamos arrependido profundamente do mal praticado. Certamente
seremos submetidos à justiça dos homens, e teremos que nos
conformar com isso. Pelo arrependimento sincero, o restante de nossas
vidas poderá gozar de uma boa vibração. Acreditamos que isso tem
mais valor do que aquele que nunca matou ninguém, mas vive agredindo
os outros, é ríspido, faz comentários desairosos sobre as outras
pessoas, espalha inverdades, fofocas. E se acha superior aos demais,
demonstrando vibrar no mal, na maldade.
O
próprio Jesus Cristo falou isso no Novo Testamento:
E
Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: Os sãos não necessitam
de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar
os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento.
(Marcos,
2:17)
Ao
lermos a bíblia sagrada é preciso atentar para as suas imperfeições
advindas das interpretações de seus autores (Jesus não deixou nada
escrito), bem como as dificuldades que sempre se apresentam ao
traduzir qualquer texto. Os textos bíblicos são passíveis de
interferência da parte das autoridades eclesiásticas ou mesmo de
reis e imperadores.
Sabe-se que o Império Romano, para atender às
suas conveniências e pacificar conflitos entre o povo fez diversas
intervenções nos textos cristãos, tais como alterar o dia do
descanso semanal do sábado para o domingo, para evitar conflitos com
os pagãos.
No Concílio de Niceia, realizado no ano de 325 (d.C.),
liderado pelo imperador romano Constantino, entre
outras providências, ficou
determinada a divindade de Jesus, para dirimir conflitos entre os
próprios cristãos, os
quais divergiam nesse quesito.
Até
então, Jesus era venerado como um Mestre. Um
Mestre sábio, de inteligência superior, inspirado, pacifista,
amoroso, mas apenas um Mestre, filho de Deus como todos nós. Assim
também o acreditavam (e ainda acreditam até hoje) os judeus.