quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

O MENINO DOS OLHOS DE ESMERALDA (Hélio Cervelin, 01 Out 2018)

 


 






 Autor: Hélio Cervelin

 

Era uma vez um menino muito lindo e muito amoroso. Ele tinha a pele morena queimada pelo sol. Seus cabelos eram dourados e longos, e seus olhos eram verdes, parecendo duas esmeraldas. O nome dele era Sol Dourado, mas era chamado por todos simplesmente de Sol.

Sol Dourado vivia muito feliz em um sítio com seus pais. Eles eram agricultores e plantavam cereais (trigo, milho, feijão e arroz) para sustentar a família. Naquele sítio havia muitas frutas, e ele se deliciava subindo nas árvores para apanhá-las, comendo-as ali mesmo. Às vezes nem dava tempo para elas amadurecerem e o menino, afoito, já as apanhava para comer, chegando a fazer caretas, pois ainda não estavam doces. As uvas, então, nem tinham tempo para ficarem vermelhinhas e ele já as atacava.

Sol Dourado gostava de andar na horta, entre os legumes que sua mãe plantava, ao lado da casa. Lá ele apanhava vagens de ervilhas cruas e as comia no mesmo instante. Também colhia cenouras, arrancando-as do chão para comê-las, sem mesmo lavá-las. Quando não havia água por perto, ele as limpava na roupa, mordia-as com gosto, fazendo muito barulho. Mas achava-as deliciosas.

Feliz mesmo ficava quando chegava o domingo, pois era dia de descanso da família dos trabalhos no campo e ele e seus irmãos se embrenhavam nas campinas em busca de aventuras. Gostava de observar os animais pastando, os pássaros voando, e de pescar na lagoa, onde havia muitos peixes dos grandes. Também gostava de ouvir as histórias que sua mãe lhe contava sobre índios, fadas, anjos e Saci Pererê.

Às vezes ele ia ao curral acariciar os cavalinhos recém-nascidos e notava que alguns cavalos que viviam soltos amanheciam suados e com as crinas trançadas com belas tranças. Ao perguntar à sua mãe quem fizera aquilo, ela lhe respondia que, durante a noite, o Saci Pererê gostava de andar a cavalo pelas campinas próximas, galopando a noite toda. E enquanto o cavalo se movimentava, ele o enfeitava com belas tranças.

Para Sol Dourado tudo era maravilhoso: o sítio para brincar, o amor de seus pais e irmãos, a companhia do seu cãozinho preto chamado Bisbim. Havia também porcos, vacas, galinhas, coelhos, ovelhas, muitos animais e muitos pássaros coloridos, que cantavam sem parar.

O menino também gostava de cantar enquanto brincava nas águas dos riachos, que transbordavam em melodias sempre que a chuva parava de cair. Nesses dias ele fazia barquinhos de papel e soltava-os na correnteza, acompanhando-os córrego abaixo, fazendo festa. Ele amava seus brinquedos, e em dias de sol se divertia muito com o carrinho de rolimã que seu pai havia construído para ele e seus irmãos deslizarem ladeira abaixo.  Às vezes levavam tombos fenomenais!

Sol Dourado sentia-se um menino muito feliz, e não tinha pressa em crescer. Então, certo dia olhou para o céu e fez um pedido: não queria jamais crescer, mas sim continuar vivendo da mesma forma: como uma criança feliz, para sempre.

E alguém lá do céu atendeu ao seu pedido. E ele nunca mais cresceu, e então viveu assim feliz para sempre.

 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

PLANETA TERRA: A TRISTE SINA DE QUEM VIVE AQUI (Hélio Cervelin),

 


Autor: Hélio Cervelin


É muito comum em momentos de reflexão nos fazermos as seguintes perguntas:

- Quem somos?

- Como viemos parar neste planeta?

 - O que viemos fazer aqui?

- Existem outros planetas habitados?

A estas perguntas poderíamos acrescentar outras:

- Por que existem tantas fontes de sofrimento e desarmonia neste espaço longínquo da virada da galáxia desta banda do universo?

- Por que, apesar da abundância de alimentos, da pujança em belezas naturais, dos encantos e mistérios fascinantes da natureza,  precisamos sofrer tanto ao sermos atingidos sistematicamente por terremotos, maremotos, enchentes, estiagens, tufões, furacões, espinhos e ataques de animais peçonhentos, além da fome, miséria e violências de toda ordem?

Analisadas as relações sociais e internacionais, constata-se que, em nosso planeta, já aconteceram - e ainda hoje acontecem -  fatos que demonstram a "força do mais forte" procurando, no mais das vezes, subjugar o mais fraco.

Alguns países que se consideram potências econômicas e militares julgam-se no direito de possuir "colônias", identificadas como espaços geográficos que passam a ser considerados domínios seus. Assim sendo, as nações invadidas passam a ser exploradas de todas as formas, especialmente no aspecto econômico (metais e pedras preciosas, madeiras, grãos, vegetais medicamentosos, água), bem como no aspecto geoestratégico militar, aproveitando-se para instalar aí Forças Armadas ou áreas secretas de pesquisas avançadas, abrigando até mesmo ogivas nucleares, alegadas como motivo para "defender-se de potenciais inimigos". Isso sem falar do aspecto moral e psicológico da população, que se sente humilhada perante a intervenção indesejada.

Para manter sua hegemonia, os países ricos manipulam as normas internacionais, ocupam cadeiras em todas as instituições supranacionais de controle, tais como a Organização das Nações Unidas - ONU, a Organização do Tratado do Atlântico Norte - OTAN e outras, possuindo inclusive o direto a veto, ou seja, providenciando para que essas instituições, por melhores que sejam suas intenções de justiça internacional, nada possam fazer para inibir os atos de violência por parte dessas potências contra as outras nações. E, apesar das sistemáticas denúncias, que normalmente culminam em debates e decisões penalizadoras, tudo fica como está, pois o veto permite que o dito fique pelo não dito.

Assim, a vida continua, ficando os países ricos cada vez mais ricos e organizados, enquanto as nações pobres ficam cada vez mais pobres e famintas, infestadas pela violência urbana e rural, invasões de propriedades, guerras de guerrilhas, destruição de fábricas e aniquilação de empregos, eventos estes que desalojam populações inteiras, as quais ficam sem saber para onde ir e muitas vezes se aventuram nas fronteiras terrestres ou marítimas, passando pelas maiores penúrias, violências e constrangimentos.

A emigração é uma constante, fazendo com que multidões (geralmente não alcançadas por estatísticas precisas) pereçam pelo caminho, enquanto tentam buscar um mundo melhor em outras terras além-fronteira. É claro que quase nunca são bem recebidas pelos países de destino, iniciando-se aí outra jornada de sofrimento, seja pela rejeição de suas presenças ou pela penosa adaptação ao país, geralmente impregnado de atitudes xenófobas, muitas das quais oriundas de conflitos culturais.

Se analisarmos o planeta Terra como um espaço que abriga muitas nações detentoras de pensamentos, atitudes e até mesmo conformações físicas diferenciadas, o mesmo raciocínio devemos adotar em relação ao universo. Desta vez, ao confrontarmos os interesses, estaremos comparando não mais um país em relação ao outro, mas, sim, planetas em relação a outros planetas, ou até mesmo galáxias em relação a outras.

Assim, podemos comparar aquela colônia pobre e dominada na Terra como sendo a própria Terra, com a diferença de que, desta vez, o planeta inteiro estará sendo subjugado por outro planeta, mais poderoso. Ao fazermos essa comparação precisaremos pressupor a existência de seres extraterrestres semelhantes as nós, alguns mais evoluídos e outros tão egoístas e gananciosos quanto uma grande parte dos habitantes do nosso planeta. Diante dessa comparação, fica mais fácil supor a existência de dominados e dominadores também em nível planetário, o que não seria um absurdo, uma vez que o universo parece possuir espaço sem fim.

Feitas essas considerações, podemos imaginar o nosso planeta como sendo uma colônia ocupada por nações alienígenas, ditando regras e conduzindo sua gestão a seu bel prazer, como forma de retirar daqui todos os insumos necessários ao conforto e fortalecimento do planeta-sede, o qual, a todo o momento monitora e direciona os acontecimentos. Seria lógico perguntar: esses planetas necessitam dos bens aqui existentes ou produzidos, levando-os daqui para lá para serem consumidos ou eles não precisam exatamente disso? O que eles necessitam de nós seria material ou imaterial, atômico ou não atômico? Ou seria um pouco de cada? Seria a própria raça humana a sua matéria-prima, justificando o seu interesse e direcionamento na reprodução humana desgovernada que assistimos na maioria das nações, onde os nascimentos de novos seres humanos parecem não ter controle, especialmente em nações onde a educação é escassa?

A literatura mundial, quando se refere à provável vida inteligente em outros planetas ou  galáxias, nos dá conta de que existem as mais variadas espécies de seres, desde alguns de baixa estatura, semelhantes a anões, incluindo outros com estatura semelhante à dos humanos, podendo existir alguns que poderiam ser considerados gigantes.  Quanto às suas origens, estima-se que alguns sejam oriundos de planetas adiantados enquanto outros proviriam de países ou planetas que poderiam estar em um nível de evolução acima, igual ou abaixo  do nosso, com necessidades também variadas no que se refere à  alimentação. Há relatos que nos dão conta de que alguns se alimentam de sangue bovino, tendo uma preferência especial por esse plasma, suprindo-se desse líquido como uma necessidade básica de sobrevivência. Afirma-se, ainda, que os governos de alguns países da Terra possuiriam acordos estratégicos com alguns alienígenas de determinadas paragens, fornecendo-lhes essa matéria prima em troca de algumas tecnologias existentes lá, mas ainda não pesquisadas aqui.

Para quem quiser ter uma noção de como acontece esse intercâmbio interplanetário basta que assista à trilogia cinematográfica Men in Black (Homens de Preto) para ter uma ideia de como isso aconteceria. Segundo essa trilogia, existem seres alienígenas das mais variadas conformações habitando nosso planeta, alguns devidamente adaptados ao modelo biofísico humano, ou seja, minuciosamente disfarçados em um corpo humano. De nossa parte, e a partir da aceitação desse fato, acreditamos que o maior mal para a humanidade advenha de um controle mental que essas falanges perversas nos impõem, direcionando nossos pensamentos e ações e fazendo-nos atuar de acordo com suas necessidades.

Pesquisadores nos informam que uma enorme comunidade de invasores alimenta-se, de fato, dos eflúvios emanados pela raça humana, eflúvios esses produzidos abundantemente quando as pessoas são submetidas a contrariedades, temores, estresse, enfim aos dissabores ou horrores mundanos no seu dia a dia. Assim, quanto mais sofresse, mais o ser humano emanaria essa vibração subatômica necessária à alimentação dessa raça alienígena. Daí a necessidade deles de que as populações da  Terra permaneçam em conflitos constantes, com confrontos permanentes, produzindo, assim, essa matéria prima tão importante para sua sobrevivência e gozo. Não é difícil de acreditar nisso, basta verificar a rotina das pessoas e nações, sempre submetidas ao estresse e ao desespero, das mais variadas formas, a começar pelo bullyng gerado pela não aceitação dos "diferentes" e completado pela sanha de poder, fama e dinheiro das mentes menos nobres da população. Noventa por cento das produções do cinema e da televisão também são pródigos em produzir películas que enaltecem a violência, o confronto, as guerras, o sangue derramado.

Mas, nem tudo está perdido!

Assim como existe a falange dos gananciosos e egoístas, também existe quem se empenhe em nos defender. Um "exército de justiceiros" também atua em sentido contrário, afinal a Luz sempre se opôs e continuará se opondo às Trevas. E esse "exército" destaca, de tempos em tempos, um "soldado", como a missão de vir até nós na pele de um Messias, com o objetivo de pregar a paz, a harmonia e a concórdia, em uma tentativa de despertar as consciências adormecidas.

Nem é preciso lembrar que esses Messias são perseguidos, caluniados e dizimados, um a um, no decorrer das Eras. E em virtude do alto grau de ignorância da população terrena, a forma que esses Mensageiros encontram para sensibilizar os corações e as mentes dos humanos sofredores  é através de parábolas, "milagres" (o futuro se encarrega de desmascarar, através dos avanços da ciência no desenvolvimento das faculdades mentais, mostrando que a ciência consegue hoje explicar  muitos "milagres"), promessas de deuses amorosos e todo-poderosos, apelando para a fé pura e simples num Deus-Salvador que acolherá a todos os bons em seu Reino, já que, de outra forma, utilizando-se a lógica e a racionalidade, não costuma funcionar,  pois a grande maioria dos habitantes do planeta são pessoas incultas e ignorantes, sem alcance para entender essa intrincada geopolítica universal.

Ressalte-se que a parte "bandida" dos seres humanos, dentre os quais os mercenários cooptados pelo sistema dominador, acondicionados na faixa da elite que representa a imprensa, o capital e o poder, nada fazem para aclarar, através de uma educação libertadora, as mentes embotadas pela ignorância.

Uma boa dose de informação e reflexão nos levaria a concluir que o entendimento sempre será melhor que o desentendimento, a concórdia sempre poderá evitar os danos provocados pela violência, a paz sempre será sempre mais benéfica que a guerra.

Para isso é preciso também admitir que, se existem os brutos, que se alimentam de sangue de animais e dos eflúvios gerados pelo sofrimento humano,  também devem existir os seres angelicais, que se alimentam da pura luz cristalina só possível de ser encontrada em dimensões superiores.

Para fazermos uma comparação de que isso seja possível, bastaria aceitar a teoria de que a raça humana teria começado fora do nosso planeta (Exobiologia), muito antes das primeiras células despejadas aqui como "poeira das estrelas", quando a energia congelada se transformou em matéria. Essa "poeira" teria originado a vida aquática, depois os animais rastejantes,  evoluindo aos poucos para o quadrúpede, depois ao bípede, até chegar ao homo erectus.  A partir daí logrou descobrir o fogo,  aprender a morar em cavernas, a caçar seu próprio alimento, a abrigar-se do frio, vestindo-se com peles de animais, formar clãs.

E essa evolução não mais parou, avançando até aos dias de hoje, com perspectivas de avançar ainda mais para o futuro. Atualmente, possuímos tecnologias para cultivar e colher nossos alimentos com abundância, tratar e curar muitas enfermidades e  até para fazer viagens interplanetárias, singrando o espaço sideral com foguetes que atingem velocidades inimagináveis há não muito tempo. O fundo dos nossos oceanos e o interior do orbe terrestre também já podem ser acessados ou prospectados pelo homem por meio de poderosos equipamentos de alta tecnologia hoje disponíveis.

Refletindo sobre esse histórico pode-se concluir que estamos de fato evoluindo, e que nossa meta parece ser a de alcançar a plenitude. Como em qualquer situação, desde um simples núcleo familiar, passando pelas comunidades e nações inteiras, percebe-se que a união e o entendimento entre as pessoas é o que gera força e resistência para sobreviver às intempéries, às desavenças, e nos estimula a enfrentar os desafios que a vida nos impõe, permitindo avançar no caminho que parece ter sido traçado por alguém bem  mais poderoso que nós.

Há também um componente misterioso chamado "amor", que permeia nossas relações e tem demonstrado ser capaz de provocar alterações substanciais nas relações humanas, conclamando as pessoas a interagir com bondade, ternura e compreensão para com as deficiências ou necessidades alheias.

Outra conclusão a que se pode chegar é a de que estamos aqui com o propósito de um grande aprendizado. E, parafraseando um dos Messias que por aqui passou, poderíamos afirmar que "o nosso reino não é deste mundo", e que uma vez aprovados nesta "prova de fogo", haveremos de galgar os degraus cósmicos necessários à nossa evolução.

E nosso "mecanismo interno de pensação", localizado em nosso encéfalo, nos induz a raciocinar, a questionar, a comparar, a reunir informações as quais representam a matéria prima necessária para adquirirmos a Sabedoria. Comprovado está que, em qualquer situação desafiadora em que se encontre, e vislumbrando o ser humano uma possibilidade de avanço, ele sempre dará um passo a mais, sempre ansiará chegar "lá", embora não saiba definir aonde se localiza esse "lá". É nesse momento que se agrega mais um componente misterioso em nossa vida: uma virtude denominada FÉ.

Diante da tragédia de proporções  planetárias pela qual estamos passando, seria de se perguntar: quem teria produzido o novo Corona vírus? A China? O Estados Unidos da América? Ou teriam sido os Extraterrestres que  o implantaram aqui com objetivos  pré-determinados?

Neste caso, o raciocínio continuaria o mesmo: se somos apenas vítimas de nações extraterrestres buscando tão somente matéria prima, o objetivo seria a própria dominação ou subjugação planetária. Por outro lado, se há interesse dos deuses citados na bíblia pela nossa evolução, esse vírus pode ser uma chance que a humanidade está recebendo de repensar seus atos destrutivos e começar a programar novas políticas econômicas, sociais e humanitárias necessárias à preservação da espécie humana e de uma convivência mais harmônica e respeitosa entre nações e  indivíduos.

Assim, desde que estejamos munidos de SABEDORA, e estando nossas atitudes focadas na ESPERANÇA de dias melhores, inspiradas em um sentimento transbordante chamado AMOR, o que contribui para aumentar nossa FÉ, podemos concluir que nossa vida nunca terá uma "chegada", mas será sempre uma "caminhada constante" rumo à tão sonhada PLENITUDE  pregada pelos tantos Mestres-avatares que visitaram e visitam nosso  planeta.

(Hélio Cervelin, professor, em 24 set 2017, adaptado em 07 Mai 2020) 

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

O Poder do Abraço (Hans Christian Wiedemann, in memoriam)

 


 













Autor: Hans Christian Tiedemânia


Abraçar Seres aproxima

Independente dos Reinos

Sentindo as energias

Trocando poderes

Percebendo o mundo.

 

A Natureza abraça o Ser

Vivendo no Mundo

Trocando energias

Respirando seu Ar

Tomando sua Água.

 

Abraçando pessoas

Sentimos seu humor

Ajudando a entender

O nosso mundo externo

Percebendo nossa integridade.

 

A Natureza é verdadeira

O Homem a interpreta

Segundo sua vontade

Satisfazendo seu Ego

Sempre aprendendo.

 

Abraçar é Unir

Energias diferentes

Precisando sempre Amar

Que é a essência

Da nossa Existência.

 

Abraçar a Natureza

É sentir tudo e todos

Encontrando a felicidade

Distribuindo Caridade

Iluminando o Espírito.

                

Leia o blog         http:\\vamospensaravida.blogspot.com.br

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

COMO VEJO MEUS AMIGOS (ÁureWolff).




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Autora: Áurea Wolff

Boa tarde, amigos.

Aqui no sítio está muito frio. Depois do almoço vim descansar e, olhando através da janela, vejo as árvores balançando ao vento, os passarinhos voando, os enormes eucaliptos querendo tocar o céu, e, no fundo, as nuvens espalhando leves chuvas enquanto encobrem o sol e seu calor. 

Penso em vocês e no quanto tem sido bom participar deste grupo. Aprender com todos e com as experiências de cada um.

O Auri, com a beleza do manezinho e do seu violão, enfrentando o medo e as dificuldades; a Ina em suas entregas e tarefas, procurando respostas Valda no seu refúgio espalhando serenidade;   o Vander com o pensamento e as borboletas mantendo o fio invisível; o João e a Delvani em suas viagens, buscando a paz de um ninho; o Helio vivendo o recomeço com entusiasmo e coragem; a Elizete em sua juventude curando as feridas e vivendo o amor; a Lucila disponível com sua energia   na comunidade, família, amigos; a Mara na sua trajetória; a Lourdes lembrando o saudoso Hans; a Eliana, mesmo se dizendo fora do grupo, é exemplo de perseverança   de escritora. 

E eu colhendo de cada um a beleza de suas vidas para enriquecer a minha vida. Agradeço a Deus que vocês existem, e a cada um por permitir que eu os chame de amigos.  

Amigos que muito amo. Boa tarde de segunda-feira.

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

NOVOS TEMPOS (Áurea Ávila Wolff, 19 /11/ 2024)

 



 






Autora: Áurea Wolff

Num berço da natureza

Simplicidade e magia

Encanto, pureza, névoa

Entre lágrimas a vida se abria.

 

Sombras, sonhos, esperança

Olhos voltados pra frente

Trabalho, lutas alegrias

A procura de gente

 

Tudo vem e vai, sobe e desce

Numa corrida veloz

Chegou, já passou, novas ondas

 Sorrisos e a dor atroz.

 

A procura do que foi

Que se perdeu no caminho

Voltas e voltas fazendo

Em busca do primeiro ninho

 

Tudo está no lugar

O rio, a mata, a primavera

O velho ipê-amarelo

A estrada, o pasto, tudo como era.

 

A minha geração foi embora

Não está mais neste mundo

Nova juventude se move

Criando um abismo profundo

  

Da luz das lamparinas

Para a elétrica iluminação

Do bê-á-bá passou rápido

Para o celular na mão

 

Aquele aconchego antigo

Portas abertas, café, pão e chimia

Conversas, histórias contadas

A vida era bela e sorria

 

A natureza ainda está aqui

Pedindo para viver

Pra não usarem veneno

Que a façam empobrecer

 

Pobre geração do agora

Com os olhos fixos nas telas

Não olham pro verde da mata

E destroem a natureza tão bela.

 

Daquela luz clara e distante

Quando tudo começou

Resta o amor ardente

A aquecer o que sobrou.

 

sábado, 26 de outubro de 2024

CAMINHOS DA DESUMANIDADE (Hélio Cervelin, (25 out 2024)










 Autor: Hélio Cervelin

São cinco horas de uma madrugada calma no sul do Brasil. No meu quarto de solitário, o silêncio impera, a paz reina sem intercorrências, sem interrupções. Nada se ouve, nenhum ruído de automóveis circulando ou daquelas motocicletas barulhentas, nada... Nem os cães latem (e são tantos na vizinhança). Nenhum um galo cantando, nenhum pássaro, além de um solitário sabiá. Daqui a pouco haverá uma manifestação de uma moradora da região, a Aracuã, que desperta pontualmente a partir das cinco horas e começa a cantar. Tive paz para dormir neste abençoado silêncio, até agora.

E então me vem a lembrança dos conflitos na Faixa de Gaza, no Líbano, em Israel, o Oriente Médio, enfim. Na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, próximo da Crimeia, cidade que Nostradamus previu, há vários séculos, viria a ser o estopim para o início da Terceira Guerra Mundial. É o que parece estar se concretizando.

E em tantos outros lugares onde pipocam os tiroteios, estouram as bombas arremessadas do outro lado das fronteiras, por poderosas plataformas; ou do alto, por aviões bombardeiros raivosos, que riscam os céus, sem preocupação de quem está embaixo: civis, crianças e idosos, animais, plantas, prédios, tudo vai pelos ares. É a sanha da guerra por território, por petróleo, água, poder. É a indignidade humana!

Faço uma prece para os sofredores dessas guerras e de agradecimento por viver nesta região de relativa paz.

Por sua ganância e ignorância, a humanidade não sabe valorizar a natureza tão bela, com seus rios, cascatas, montanhas, árvores frondosas, flores, pássaros coloridos, alimentos, frutas exóticas, paisagens deslumbrantes.

Empresários poderosos, latifundiários, endinheirados exploram a natureza para locupletarem-se com fortunas em dinheiro e bens, os quais lhes proporcionam toda sorte de confortos, movimentando-se por todo o planeta, enquanto mantém operários em regime de semiescravidão produzindo e gerando lucros bilionários, sem se preocuparem com a sustentabilidade de um planeta que já não suporta mais tantos maus tratos, sufocado que está no meio de tanto lixo e poluição.

O Primeiro Mundo explora as populações do resto do mundo a partir de royalties cobrados sobre uma tecnologia que só eles possuem. E estes países pobres, não possuindo recursos tecnológicos, jamais escaparão dessa roda vida da exploração, e continuarão fornecendo suas commodities, seu sangue e suas vidas a esses opressores sem alma.

E assim caminha a humanidade, onde a mentira já virou verdade. Onde os humanos exploram seus iguais sem dó nem piedade, onde o algoritmo lava cérebros à vontade.

 


PERDOAI-NOS, SENHOR (DE NOVO) Hélio Cervelin, (30Jul24)



 Autor: Hélio Cervelin

 


Pelo povo indolente 

Por aquele penitente 

Pela destruição do meio ambiente 

Perdoai-nos, Senhor! 

  

Pelo desprezo do sagrado 

Pelo povo depravado 

Pelo político safado 

Perdoai-nos, Senhor! 

  

Pelo mau capitalista 

Pela elite racista 

Pelo banqueiro vigarista 

Perdoai-nos, Senhor! 

  

Pelo 8 de janeiro 

Pelo golpe quase certeiro 

Pelo derrame de dinheiro 

Perdoai-nos, Senhor! 

  

Pela destruição da cultura 

Pela farra da usura 

Por toda aquela loucura 

Perdoai-nos, Senhor 

  

Pela força da milícia 

Pela perda da polícia 

Pela morte da Patrícia 

Perdoai-nos, Senhor 

  

Por toda essa confraria 

Pela entrega da refinaria 

Pelas joias da titia 

Perdoai-nos, Senhor 

  

Pelo drama da enchente 

Pelas férias do presidente 

Pelo emprego do parente 

Perdoai-nos, Senhor! 

  

Pela ousadia da baranga 

Por aquela carta na manga 

Pelos atos do Ipiranga 

Perdoai-nos, Senhor! 

  

Pelas ações do mal 

Pelo golpe fatal 

Pela entrega do Pré-sal 

Perdoai-nos, Senhor! 

  

Pela mídia que mente tudo 

Pela traição do posudo 

Pelo “Supremo com tudo” 

Perdoai-nos, Senhor! 

  

Por toda aquela labuta 

Pelo fracasso da luta 

Pela pedalada fajuta 

Perdoai-nos, Senhor! 

  

Pelo parlamento latrina 

Pelo Agro que domina 

Pelo Marreco de Londrina 

Perdoai-nos, Senhor! 

  

Por aquele falso decreto 

Pelo mal daquele veto 

Pelo Orçamento Secreto 

Perdoai-nos, Senhor! 

  

Pelo faminto pedindo esmola 

Pelo projeto da Escola 

Pela verba que não cola 

Perdoai-nos, Senhor! 

  

Por todas as “rachadinhas 

Pelas pedras azuizinhas 

Pela fuga das galinhas 

Perdoai-nos, Senhor!