segunda-feira, 30 de abril de 2018

GARRAS DA LOUCURA (Hélio Cervelin)


Autor: Hélio Cervelin

A violência no meu país cresce, e cada vez mais se escancara
A safadeza se revela, se avoluma e nunca para
A justiça enrola a todos, dá voltas e ao criminoso não encara
A sociedade, desorganizada e em pânico, impotente se declara

A dignidade, atitude de nobreza, não vale mais, já era
O amor ao próximo, a empatia, e tudo o mais caiu por terra 
Compreensão, apoio e respeito de ninguém mais se espera 
E o amor revelou-se, claramente, uma quimera 

O político, um pária da sociedade, normalmente é um "traíra"
Especializa-se cada vez mais na tergiversação e na mentira
A situação se agrava a cada dia, aumentando nossa ira
E a sociedade, sem rumo e  sem direção, a cada dia mais pira

A ética deu adeus, saiu correndo e foi embora
A  moral que se almeja nunca brota, nunca aflora
A justiça, quando acontece,  vem sempre com muita demora
A essas alturas, o bandido comprou a todos e caiu fora

E assistindo a esta grande e obcena  sinecura
Aumenta a nossa dor e se exacerba a tortura
O pobre fica feliz quando tem uma rapadura
E o rico, sempre ostentando, se esbalda na fartura

Continua o sofrimento, e a injustiça não para
É farra
Estamos nas garras da besta-fera
À espera
A democracia é uma grande mentira
Que gira
É preciso reagir agora
É hora
E encontrar uma solução pra essa loucura
Agrura
Para! Espera! Pira! Demora! Tortura!




segunda-feira, 23 de abril de 2018

TRIBUTO AO SOL (Elizete Menezes)


Minha foto

Autora: Elizete Menezes

Como não se apaixonar? 
Como não se encantar?
Como não se inspirar?

Como olhar e não te ver?
Como te ver e não te sentir?
Como te sentir e não se orgulhar?

É assim que tu apareces no céu, entre as  nuvens...
E é assim que, entre as montanhas, tu desapareces. 

Tão formoso tu és! 
Tem dias em que te escondes entre as nuvens
Outros em que te recolhes para que a chuva possa nos banhar.

Como não se apaixonar? 
Como não te contemplar?
Como não se inspirar?

Oh, querido sol, tu és a estrela mais bela
Ao alcance do meu olhar ...

















Foto de Elizete Menezes


quinta-feira, 19 de abril de 2018

BENDITOS PÉS


Autor: Hélio Cervelin

Meus pés
Pedem repouso
Já cansados de caminhar
E machucados pelos tortuosos caminhos
Clamam por parar e descansar

Suas muitas passadas, cadenciadas
Rumo ao horizonte sem fim
Buscaram o pão de cada dia
E na ânsia de encontrar o amor
Aproximaram você de mim

Benditas estradas
Que me fizeram conhecer você
Malditas estradas
Algozes no meu sofrer
Abençoadas estradas
Que clarearam meu horizonte
 E o além

Grosseiros e maltratados pés
Que, sangrando estrada afora
Proporcionam-me a evolução
Benditos pés
Que lanhados e cansados
Deixam escorrer o sangue
Que jorra do meu coração







terça-feira, 17 de abril de 2018

PERCEBENDO PRECONCEITOS (Hans Wiedemann, autor)














Autor: Hans Wiedemann

Preconceito é um conceito
Sem nenhum entendimento
Levando a falsas visões
Por falta de compreensão
Da nossa realidade

O preconceito tem origem
Em falsas informações
Ou más experiências
Levando a deformações
Do verdadeiro humano

Os preconceitos prejudicam
Mais ao próprio Ser
Que a todos outros
Por sempre dificultarem
Um bom relacionamento

Devemos sempre lutar
Para evitar falsas ideias
De fatos conhecidos
Levando a conclusões
Sem uma base saudável

Os preconceitos se formam
Por alguma decepção
Captando errôneas informações
De espíritos inferiores
Que tentam nos subordinar

Se temos dificuldades
Devemos antes compreender
O que se passa na nossa mente
Que levou a deformações
Deformando-nos a percepção

segunda-feira, 9 de abril de 2018

A ARTE DO ENCONTRO (Elizete Menezes)


 Minha foto
Autora: Elizete Menezes

A geração de uma nova vida, uma gravidez, representa o início de uma vida, e começa com o encontro entre dois seres: a mãe e o bebê.
O verdadeiro encontro, no entanto, só acontece no dia do nascimento da criança, após uma gestação cheia de cuidados, embalada por uma ansiosa espera pelo pequeno indivíduo que chegará. São nove meses de preparo para esse encontro, um momento sublime em que a mãe dá à luz uma criança, e finalmente consegue vê-la, tomá-la nos braços e sentir o seu cheiro de bebê, o seu calor.
Para os pais é o encontro com uma nova vida; para a criança, nascer representa uma passagem para um mundo desconhecido. No caos deste planeta a vida pode começar calma e serena ou repleta de percalços que poderão trazer contrariedades e constrangimentos.
Cada fase da vida de um ser humano pode ser considerada um encontro: o nascimento, o crescimento e o desenvolvimento da individualidade. E nesses processos há encontros e conflitos ou desencontros. Ao longo da vida cultivamos afetos familiares, amizades, atração pelo outro, especialmente na descoberta da atração física quando ensaiamos os primeiros namoricos, e também ao nos apegarmos aos animais de estimação, ao nos separarmos deles ou perdermos de alguma forma esses afetos é que surgem os desencontros da vida. Os bichinhos de estimação entram e saem de nossas vidas. Alguns morrem outros desaparecem e lá se vai  mais um amigo e acontece mais um desencontro
Cada amigo conquistado representa um encontro, mas quando eles se vão dá-se o desencontro indesejado. Às vezes estamos sós, precisando de alguém para conversar, e eis que um encontro acontece, e uma nova amizade surge.  .
E a vida trata de nos ensinar que existem os encontros, mas também as separações, os desencontros. Às vezes ficamos na esperança de um reencontro que pode ou não acontecer.
Muitas coisas passam por nós em nossa vida. Por minutos, horas, por um dia,  meses ou anos e, em alguns casos, até mesmo por quase uma vida  inteira. Uns vão, outros vêm, alguns são premiados com as lembranças, outros são relegados ao esquecimento. Assim são os encontros e desencontros da  vida.


sexta-feira, 6 de abril de 2018

O BEM E O MAL (Hélio Cervelin)



Autor: Hélio Cervelin

Compreender o outro ser, eis o nosso desafio
Colocar-se em seu lugar e entender o que ele sente
Falar menos e ouvir mais, esta é a regra de ouro
E um diálogo proveitoso surgirá, seguramente

O mundo pode ser belo quando há o entendimento
Não somos todos iguais, foi assim que Deus nos fez
E por sermos diferentes, diversos são os pensamentos
Mas todos devem se amar, aceitemos de uma vez

Respeito, bela palavra, impregnada de carinho
Que aceita os diferentes e compreende sua opção
Cada um tem seu estágio, e o cumpre fielmente
Onde pulsa o entendimento no pulsar do coração

Estamos todos confusos neste universo sem fim
Lançados à própria sorte, tateando tudo ao léu
Nosso único consolo, nos ensinam as religiões
Aos sermos justos, bondosos, mereceremos o céu

Centenas de livros sagrados nos apontam o caminho
Pra expulsar nossos demônios e seguir um reto agir
É muito fácil perceber que o mal faz chorar a todos
Enquanto o bem nos alegra e faz a todos sorrir

 Neste mundo de ilusão, há oportunidades sem fim
Para agir, criar, sorrir e aprender a amar
Abraçar a humanidade e regar o seu jardim
Mas tudo tem que ser feito antes da vida acabar

No turbilhão da viagem de retorno ao Criador
Prestaremos nossas contas num balanço rigoroso
Nossos atos, se aprovados, nos darão merecimento
A uma bela eternidade de alegrias e gozo

Assim dizem os profetas!

terça-feira, 3 de abril de 2018

CRIANDO O TEMPO (Hans Wiedemann)


O Infinito desconhece o tempo
Pois existe sem limitações
Incluindo todos os ciclos
Desconhecendo privilégios
Nem quaisquer preconceitos

O dia tem vinte e quatro horas
Independentemente do que fazemos delas
Sendo sempre nossa escolha
Existindo melhor ou pior
Ficando a nosso critério

O tempo terráqueo
Somos nós que o definimos
Em função do ciclo da Terra
Percebendo ser dia ou noite
Em função da rotação da GAIA

A consciência do tempo
Está na nossa organização
Como distribuímos afazeres
Sentindo as atividades
Havendo tempo para tudo

Quando descuidamos do fazer
O tempo passa depressa
Quando estamos no ócio
O tempo é longo
Assim de fato inexiste

O tempo é uma variável
Que a física explica
Como o tempo entre dois eventos
Que dependem do Ser
De como ele o quer perceber