
Autor: Hélio Cervelin
Pense
nesta vida, na presente encarnação, como sendo um estágio em uma das milhões de
faculdades/disciplinas exigidas pelo Universo para o nosso aprimoramento, nas
quais precisamos nos formar, gradual e calmamente, pois temos "todo o
tempo do mundo".
Pense que
a cada ciclo completado retornaremos ao nosso lugar de origem, sendo recebidos
pelos nossos familiares e amigos, com aplausos e ovação pelo nosso desempenho,
ou talvez admoestados, embora de forma afetuosa e plena de sentimentos de amor, diante da
eventual negligência no cumprimento de nossa missão.
Pense que
será necessário repetir o estágio quando o insucesso se apresentar, devido a
não superação dos desafios que nos foram apresentados, considerados essenciais para o nosso aperfeiçoamento
e consequente credenciamento para a viagem seguinte.
Pense que
a sensação de prazer e exultação no seu Verdadeiro Lar é infinitamente superior
à efêmera felicidade alcançada aqui, neste planeta, e que cada retorno
representa o resgate do nosso Eu Verdadeiro, através do domínio total de nossas
próprias ações, embora reconhecendo sermos seres ainda em construção, portanto
imperfeitos, inacabados.
Pense que
a ganância, o ódio e a hipocrisia são vícios dos quais se deve manter
distância, visto que em nada contribuem para o nosso aperfeiçoamento, ao contrário, criam mais débitos sobre nossa
missão e nos impelem à repetição de nossa viagem, forçando-nos a um novo
retorno.
Pense
que, diante dessas premissas, de nada vale o acúmulo de bens materiais, pois
que tolhem nossa liberdade, criando em nós as amarras que nos embaraçam a
observação de tantas belezas e oportunidades de convivência e aprendizado com
nossos semelhantes, tão vitais ao nosso
crescimento e realização interior.
Pense que
a fraternidade e o amor aos nossos semelhantes, além de nos proporcionarem paz de
espírito, também nos fornecem a sensação de sermos úteis a quem tem necessidades,
gerando em nós a certeza do amparo aos mais fragilizados e a sensação do dever
cumprido.
Pense que
a inércia, a preguiça e a falta de conhecimentos dificultam nossa existência e
nos abrem os caminhos para cometermos erros primários, causadores de sofrimento
para nós e para os demais irmãos de caminhada.
Pense que
cada dia que aqui passamos deve ser aproveitado ao máximo em trabalho profícuo
e realizador, convivências de aprendizado e transmissão de nossos conhecimentos
e habilidades para as crianças e os jovens, para que tenham, eles mesmos o
bem-estar que necessitam no presente e para o futuro.
Pense que
devemos ter gratidão a tudo e a todos que nos cercam, seja pelo apoio que nos
proporcionam, seja pelo alerta que representam ao desafiarem nosso autocontrole
e nos proporcionarem o despertar de nossos sensores e estímulo à nossa acuidade
mental.
Pense que
nossa viagem poderá ser interrompida a qualquer momento, forçando-nos a não desperdiçar
um só segundo do nosso tempo, uma vez que não há garantia de que a missão terá
sido totalmente cumprida seguindo todas as orientações ditadas pelo nosso
intelecto, objeto de inspiração superior.
Pense que
nossa passagem por este planeta será sempre uma minúscula parte de uma longa e
indefinida caminhada e nunca o ápice de uma jornada que tem hora para
findar.
Pense que
o Universo contém mais de cem bilhões de galáxias, fazendo com que nosso
Sistema Solar pareça algo insignificante, e com isso reduzindo também a
significância do planeta Terra e dos indivíduos que aqui vivem, obrigando-nos a
nos despojarmos de quaisquer sentimentos de superioridade, empáfia ou
preconceito perante o Criador e suas criaturas.
E assim,
despojados de todos os apegos, livres de
todas as amarras, munidos apenas do desejo de oferecer o nosso melhor para
merecer também o melhor dos outros, poderemos ter a certeza de estar no caminho
certo para a nossa autorrealização enquanto indivíduos que somos, parte
integrante deste imenso Universo.
Pensando no que acabei de ler, me veio a lembrança de uma música "Dust in the Wind". A meu ver, ela serve de fundo às suas palavras.
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