domingo, 29 de julho de 2018

VIAGEM SOLITÁRIA (Áurea Wolff)


Autora: Áurea Wolff

A  neblina cobria o asfalto. Meus olhos estavam cansados de viajar durante horas. No céu,  as estrelas se escondiam atrás do nevoeiro que, batendo no vidro do carro, parecia partículas de poeira formando figuras exóticas na minha frente, comprometendo a minha visão.  Parei no acostamento.
No torpor do cansaço, uma saudade imensa colocou ao meu lado o companheiro de tantas viagens, sempre falando e contando histórias. As viagens eram gostosas aventuras. Lembrei-me do livro sem título que escrevemos juntos. Minha memória viajou pelos caminhos das recordações e, no ato de dormir e sonhar, a ilusão de que tudo continuava igual. Quanto tempo passou?
O reflexo do sol no espelho do retrovisor me acordou e dei o primeiro passo para  o título do nosso livro: "A grande miragem"

OS OLHOS DO PRIMEIRO PASSO (Hans Wiedemann)


 

Autor: Hans Wiedemann

Nosso primeiro passo da vida
É olhar para o espelho
Vendo que somos ilusão
Inexistindo memória

No livro colocamos nossa história
Da viagem que temos saudade
Da poeira que respiramos
Andando no asfalto molhado

Nossos olhos observaram o céu
Enquanto caminhamos ao léu
Com olhos úmidos de lágrimas
Sentindo muita saudade

sábado, 28 de julho de 2018

LIBERDADE (Hélio Cervelin)


 
Autor: Hélio Cervelin

Meus olhos miraram o horizonte, divisando a longa estrada, a qual parecia não ter fim. Lá no fundo, o céu, de um azul anil impressionante, típico dos dias de outono, contrastava com a linha do asfalto cintilando ao sol escaldante.
A poeira levantada pelos automóveis que transitavam à minha frente indicava que eu já havia alcançado o interior do estado, de terras vermelhas, trazidas do mato para a rodovia pelos caminhões das madeireiras. Essa paisagem me fez recordar as viagens que fizemos juntos e, naquele instante, senti saudade de você. Como se estivesse lendo um livro de memórias, tudo o que passamos juntos se mostrava em minha mente como num espelho, retratando os momentos felizes e também os conflitos que havíamos vivido.
A esperada felicidade infinita foi uma ilusão, agora o sabemos. Nossas divergências superaram nossas afinidades, e o resultado foi inevitável: a separação.
Esta minha viagem é o primeiro passo para a liberdade tão almejada por todos os seres humanos, mas sei que se revelará efêmera ao longo do tempo, pois ninguém consegue viver completamente só.
A felicidade que tanto havíamos buscado,  sem sucesso, deve estar lá, no horizonte.

UM ALERTA PARA OS IDOSOS (Gustavo Krause)

Dicas de Gustavo Krause para os amigos que já passaram dos 50 anos (texto extraído do Whatsapp)

➖ Gaste o seu dinheiro com você, com seus gostos e caprichos.
➖ É hora de usar o dinheiro (pouco ou muito) que você conseguiu economizar . Use-o para você, não para guardá-lo (para ser desfrutado por aqueles que não têm a menor noção do sacrifício que você fez para consegui-lo).
➖ Não é tempo para maravilhosos investimentos, por mais que possam parecer bons, eles só trazem problemas e é hora de ter muita paz e tranquilidade.
➖ PARE de PREOCUPAR-SE COM A SITUAÇÃO FINANCEIRA dos filhos e netos. Não se sinta culpado por gastar o seu dinheiro consigo mesmo. Você provavelmente já ofereceu o que foi possível na infância e juventude como uma boa educação. Agora, a responsabilidade é deles! JÁ NÃO é época de sustentar qualquer pessoa de sua família.
➖ Seja um pouco egoísta.
➖ Tenha uma vida saudável, sem grande esforço físico. Faça ginástica moderada (por exemplo, andar regularmente) e coma bem.
➖ SEMPRE compre o melhor e mais bonito que esteja ao seu alcance. Gaste dinheiro com você, com seus gostos e caprichos e do seu parceiro. Após a morte, o dinheiro só gera ódio e ressentimento.
➖ NADA de angustiar-se com pouca coisa. Na vida tudo passa. Sejam bons momentos para serem lembrados, sejam os maus, que devem rapidamente ser esquecidos.
➖ Independente da idade, sempre mantenha vivo o amor. Ame o seu parceiro, ame a vida.
➖ LEMBRE-SE !! “Um homem nunca é velho enquanto lhe restarem a inteligência e o afeto”.
➖ Seja vaidoso. Cabeleireiro frequente, faça as unhas, vá ao dermatologista, dentista, e use perfumes e cremes. Com moderação.
➖ SEMPRE se mantenha atualizado. Leia livros e jornais, ouça rádio, assista a bons programas na TV, visite a Internet.
➖ Respeite a opinião dos JOVENS. Muitos deles estão mais bem preparados para a vida, como nós quando estávamos na idade deles. Nunca use o termo “no meu tempo¨. Seu tempo é agora.
➖ NÃO caia em tentação de viver com filhos ou netos. Apesar de ocasionalmente ir alguns dias como hóspede, respeite a privacidade deles, mas especialmente a sua.
➖ Pode ser muito divertido conviver com pessoas de sua idade.
➖ Mantenha um hobby. Você pode viajar, caminhar, cozinhar, ler, dançar, cuidar de um gato, de um cachorro, cuidar de plantas, jogar cartas de baralho...
➖ Faça o que você gosta e o que seus recursos permitem.
➖ ACEITE convites. Batizados, formaturas, aniversários, casamentos, conferências … Visite museus, vá para o campo … o importante é sair de casa por um tempo.
➖ Fale pouco e ouça mais. Sua vida e seu passado só importam para você mesmo. Se alguém lhe perguntar sobre esses assuntos, seja breve e tente falar sobre coisas boas e agradáveis. Jamais se lamente.
➖ Permaneça apegado à religião.
➖ Ria muito, ria de tudo. Você é um sortudo, você teve uma vida, uma vida longa.
➖ Não faça caso do que dizem a seu respeito, e menos do que pensam de você.
➖ Se alguém lhe diz que agora você não faz nada de importante, não se preocupe. A coisa mais importante já está feita: você e sua história.
➖"A vida é muito curta para beber um vinho ruim”

quarta-feira, 25 de julho de 2018

O Significado da Vida (Hans Wiedemann)


Autor: Hans Wiedemann

Essa pergunta primária,
Todo Ser pensante se faz,
Dependendo da nossa crença,
Acreditando em algo maior,
Ao qual deixamos de ter acesso.

Podemos dizer ser viver,
Acreditando ser evoluir,
Pensando então para onde,
Acreditando se melhorar,
Querendo saber em que sentido.

Todos os instantes agregamos,
Sempre novas experiências,
Se somando à nossa memória,
Mantida no nosso Espírito,
Podendo usá-la depois.

Deixando de ter acesso,
Queremos entender o agora,
Para nos sentirmos inteiros,
Acreditando numa finalidade,
Poucos de nós percebendo.

Sabemos que existe algo maior,
Chamando de Inteligência Superior,
Ou outras designações,
Que criou este Infinito,
Imaginando evoluir eternamente.




segunda-feira, 16 de julho de 2018

SER BRASILEIRO (Hélio Cervelin)



Autor: Hélio Cervelin

Ser brasileiro é honrar a nossa pátria
É estar atento a tudo o que acontece
É vigiar,  fiel e constantemente
É amparar o irmão que mais padece

É unir a todos com o mesmo objetivo
E orientar no que cada um sabe fazer
Para que a ética nos guie nessas ações
E que possamos ter paz em nosso viver

Ser brasileiro é respeitar a nossa gente
É manter a fé, firmes, determinados
Respeitar as leis e agir com retidão
E sermos todos por Deus abençoados

É não permitir que alguém seja injustiçado
Em sua honra, ferido ou maltratado
É unir-se ao fraco e curar suas feridas
Livrá-lo da dor e mantê-lo ao nosso lado

Em nosso meio há maldade, já o sabemos
As lideranças em geral são egoístas
E tudo fazem para seu próprio proveito
Desconhecendo os sentimentos altruístas

Cabe a nós mesmos assumirmos o timão
Dessa nau errante que vagueia em alto mar
Buscar no fundo de nossa alma ensinamentos
De antepassados que nos ensinaram a amar

Ajustar o rumo e lutar diuturnamente
É  o que deve nortear nossas ações
E sendo assim, ao findarem nossas vidas
Mereceremos os mais altos galardões

De nada adianta viver sem utilidade
Ter vida estéril, desprovida de valor
Conclamo a todos a fazermos um Brasil novo
Pleno de justiça, liberdade e amor.




terça-feira, 10 de julho de 2018

ESTRELAS ( Lucila Mônica Fontana)



Autora: Lucila Mônica Fontana

Encantadoras luzes no céu
Deixam-me a pensar
Quantas são?
Inumeráveis, com certeza!
Mas, quantas?   
Ó infinito, diga-me quantas
Pois as amo tanto
E seu encanto me faz delirar
Delírio de alegria por poder ver tamanha beleza
A confundir o meu olhar

Sonho contigo, ó estrela brilhante!
És tão fascinante
Que me ponho a chorar
Chorar?
Ah, sim, pela beleza de um céu estrelado
E me vejo a cantar e sonhar 
Pois ao lado do meu amor
O seu esplendor reluz 
No mais alto do infinito

E com o sol a chegar
Seu brilho a encantar
A luz das estrelas a se apagar
Volto ao esplendor do dia

E com muita alegria
Esperar
Que quando a noite cair
As estrelas voltem a brilhar
   


segunda-feira, 9 de julho de 2018

Criação da Dualidade (Hans Wiedemann)



Autor: Hans Wiedemann

O Infinito era a Unicidade,
Deus, a Inteligência Superior,
Tudo operando a Bondade,
Entendendo dar Liberdade,
Permitiu a Dualidade.

Assim, criou a Materialidade,
Que criou a Sexualidade,
Imaginando o Equilíbrio,
Pela Convivência Harmônica,
No Entendimento Integrado.

A Dualidade, pela sua natureza,
Desenvolveu a Identidade,
Podendo cada qual Criar,
Suas Necessidades Egóicas,
Contrastando com sua Consciência.

A Identidade pleiteou,
O Livre Arbítrio e a Razão,
Usando a sua Liberdade,
Acreditando no seu Poder,
Deixando de olhar a Responsabilidade.

Para voltar à Unicidade,
O Homem deve vencer a Dualidade,
Retornando à Integridade,
De uma só Identidade,
Observando a Visão Divina.

***** 

Acesse o nosso Blog -  http:\\vamospensaravida.blogspot.com.br


quinta-feira, 5 de julho de 2018

HISTÓRIA DAS FESTAS DE SÃO JOÃO (Áurea Wolff )


Autora: Áurea Wolff

Você sabe a origem das festas de São João?  De onde vem a história das festas de São João?
Queridos brasileiros,  é muito importante  sabermos  mais  sobre as histórias do nosso querido Brasil. Tudo começou há muito tempo. E não foi no Brasil. 
Antes mesmo do nascimento de Cristo, havia rituais pagãos para comemorar o solstício de verão no Hemisfério Norte, ou seja, o dia mais longo e a noite mais curta do ano, que lá ocorrem em junho e marcam o início do estação. Os rituais tinham por objetivo promover a fertilidade do solo, o crescimento da vegetação e a fartura das colheitas.
Depois de Cristo, no século VI, o dia 24 de junho passou a ser comemorado em homenagem a São João Batista, e  recebeu o nome de Festa Joanina.
Os dias de Santo Antônio (13 de junho) e de São Pedro (29 de junho) foram incorporados às comemorações a partir do século XIII, na Espanha, na França, na Itália e em Portugal. Foram os colonizadores portugueses que trouxeram o costume para o Brasil e o difundiram entre os índios.
Com a vinda da família real portuguesa, em 1808, a festa retomou as características originalmente aristocráticas.  E eram realizadas nos salões do palácio real

Dança da Quadrilha
A  quadrilha, dança de origem inglesa, incorporada aos costumes franceses,  veio para o Brasil  com a família real. O povo, que observava às escondidas as evoluções que aconteciam no palácio, gostou do que viu e levou a novidade para as festas populares.
E a contradança passou a fazer sucesso em casamentos, batizados e, principalmente, nas festas, que passaram a ter o nome de festas juninas. "O brasileiro, sempre criativo, terminou transformando a quadrilha francesa numa dança com características bem nacionais"
Com o passar dos anos, uma encenação chamada de "casamento do matuto" ou "casamento caipira" foi se incorporando à dança. É a história da noiva que fica grávida antes do casamento e seu pai obriga o noivo a se casar com ela. O rapaz tenta fugir, mas o pai da moça pede ajuda ao delegado. Quando o noivo é capturado, o casamento se realiza, ao som de sanfona, triângulo e zabumba. Só então começa a quadrilha. Na verdade, na cultura nacional, estes casamentos aconteciam na nossa terra.
Dançar a quadrilha ao redor de uma fogueira, outro costume cheio de significados. O fogo,  ilumina, aquece, purifica, assa os alimentos, prepara vestes e armas, enfim, dá segurança e conforto. Daí as superstições: "faz mal brincar com fogo, cuspir na fogueira, arrumar as madeiras com os pés, etc.". A fogueira, que na Antiguidade era erguida para reverenciar a fertilidade da terra, ganhou na simbologia católica o poder de espantar as pragas agrícolas. 
Os balões, outra tradição que pintava o céu de luzinhas, eram encarregados de  levar mensagens e pedidos a São João. Hoje são proibidos, devido ao risco de incêndio que representam.

A festa nas regiões brasileiras 
Onde quer que você esteja neste imenso Brasil, certamente vai comemorar o "São João", como se diz no Nordeste. Em Campina Grande (Paraíba) e em Pernambuco a festa  atrai milhares de pessoas. Em ambas as festas, as pessoas que dançam a quadrilha se vestem de forma luxuosa, e quem vai assistir coloca sua melhor roupa.
No Sul, a dança-das-fitas, de origem portuguesa e espanhola, é a que mais anima as festas. Casais com roupa caipira, bombachas e vestidos remendados, dançam cruzando fitas coloridas presas a um mastro. O gosto dos gaúchos pelas carnes não é esquecido, e o churrasco está sempre presente. 
Da região Sudeste vem o caipira com chapéu de palha, calça remendada,camisa xadrez e dente cariado, personagem nascido nas comemorações pelo interior de São Paulo e de Minas Gerais. É dessa região também grande parte das comidas típicas, como pé-de-moleque, curau, batata-doce, quentão e todas as receitas à base de milho, como o bolo de fubá e a canjica.
Tradição

Estas festas eram e ainda são em homenagem a São João, São Pedro e Santo Antônio e são comemoradas em festas religiosas Todos estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e imigrantes europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas.  


Comidas típicas 

Como o mês de junho é a época da colheita do milho, grande parte dos doces, bolos e salgados, relacionados às festividades, são feitos deste cereal. Pamonha, curau de milho verde, milho cozido, canjica, cuscuz, pipoca, bolo de milho são apenas alguns exemplos. 

Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bom-bocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão, vinho quente (chamado de quentão), batata doce e muito mais. 

Considerações Finais

O mais importante de conhecermos nossa história é que  nestas  festas juninas/julinas lembramos que somos brasileiros  e que em todo o nosso grande território muitos irmãos nossos  precisam ser ajudados a fazer parte deste Brasil que hoje canta e dança a quadrilha e festeja São João apenas como folclore.

Que algum dia, em futuro breve, possamos todos nós, os "caipiras" do Brasil, desde o Norte até o Sul, estar unidos e fortes para lutar pela nossa querida pátria brasileira.

SOLIDÃO (Hélio Cervelin, Blumenau, 29 dez 1997)


 

Autor: Hélio Cervelin

Você sabe o que é a solidão?
Viver em grupo, em sociedade, pode parecer complicado. Conviver com outras pessoas - seus métodos, suas manias, seu modo de ser - é uma arte e exige uma adequação permanente. Mas existem lá as suas compensações.
O excesso de barulho, as desavenças familiares - especialmente em um lar onde existem crianças ou adolescentes - exige um esforço diário para manter a ordem e a disciplina. São fatores muitas vezes desgastantes e que podem, eventualmente, nos induzir à tomada de atitudes descontroladas.
Entretanto, a solidão - ah, a solidão! - esse bichinho danado que corrói nosso íntimo, geralmente nos deprime. E nesse nostálgico silêncio, olhamos ao redor e começamos a nos perguntar: - Cadê todos? Aonde se meteram? - O que estarão fazendo agora?
O silêncio é sepulcral. Até os vizinhos, os transeuntes, os automóveis, sumiram todos, parece que se evaporaram! Assistir TV, ler, ouvir música, ficar em silêncio é tudo muito relaxante, mas não é a mesma coisa! Falta vida, movimento! E os filhos, tão barulhentos, como fazem falta! Mas, então, por que brigam tanto quando estamos juntos?
Parece que ainda temos muito a aprender em relação à convivência familiar para tentar explicar os relacionamentos. É urgente aprender a organizar nosso ruído, nossa comunicação.
O mundo é maravilhoso. Talvez sejamos nós a complicá-lo com doses exageradas disso e daquilo. 
E essa situação toda me traz uma certeza: não tenho vocação para eremita.