quinta-feira, 5 de julho de 2018

SOLIDÃO (Hélio Cervelin, Blumenau, 29 dez 1997)


 

Autor: Hélio Cervelin

Você sabe o que é a solidão?
Viver em grupo, em sociedade, pode parecer complicado. Conviver com outras pessoas - seus métodos, suas manias, seu modo de ser - é uma arte e exige uma adequação permanente. Mas existem lá as suas compensações.
O excesso de barulho, as desavenças familiares - especialmente em um lar onde existem crianças ou adolescentes - exige um esforço diário para manter a ordem e a disciplina. São fatores muitas vezes desgastantes e que podem, eventualmente, nos induzir à tomada de atitudes descontroladas.
Entretanto, a solidão - ah, a solidão! - esse bichinho danado que corrói nosso íntimo, geralmente nos deprime. E nesse nostálgico silêncio, olhamos ao redor e começamos a nos perguntar: - Cadê todos? Aonde se meteram? - O que estarão fazendo agora?
O silêncio é sepulcral. Até os vizinhos, os transeuntes, os automóveis, sumiram todos, parece que se evaporaram! Assistir TV, ler, ouvir música, ficar em silêncio é tudo muito relaxante, mas não é a mesma coisa! Falta vida, movimento! E os filhos, tão barulhentos, como fazem falta! Mas, então, por que brigam tanto quando estamos juntos?
Parece que ainda temos muito a aprender em relação à convivência familiar para tentar explicar os relacionamentos. É urgente aprender a organizar nosso ruído, nossa comunicação.
O mundo é maravilhoso. Talvez sejamos nós a complicá-lo com doses exageradas disso e daquilo. 
E essa situação toda me traz uma certeza: não tenho vocação para eremita.


Nenhum comentário:

Postar um comentário