quarta-feira, 15 de maio de 2019

MÃE 2019 (Áurea Wolff)



Autora: Áurea Wolff

Existe algo na nossa vida que jamais poderemos mudar:  nossos pais, nossos filhos.
Podemos ter ex-marido, ex-sogra, ex-vizinho, ex-amigo, ex-casa, ex-professor. Jamais poderemos dizer: ex-mãe, ex-filho.
A mãe, bonita ou feia, grande ou pequena, doutora ou analfabeta, carinhosa ou durona  -  é sempre a mãe.
Ela  carregou dentro de si, muito perto do coração, a centelha da vida divina que se acendeu, que foi ganhando forma humana, no meio de seus encantos e desencantos, e que teceu, em nove meses, uma teia tão forte entre os dois, que jamais nenhuma cirurgia do mundo poderá tirar ou  mudar.
Ela cedeu o espaço no seu corpo para deixar germinar uma nova criatura, formada pelo milagre, pelo misterioso encontro de dois raios luminosos, fundindo-se num encantado estouro da vida, e que resultou numa nova luz.
Depois, ela coloca no mundo esta nova luz, que cresceu carregando na sua forma humana um pouco de tudo o que seu corpo e sua mente deixaram à disposição para que ela se formasse.
Um cordão umbilical é cortado para deixar o corpo físico crescer em um espaço maior do mundo. Mas os fios tecidos entre mãe e filho, no segredo maravilhoso do desconhecido, jamais irão se romper. Seja rodeado de encantos, de doçura, seja com sofrimento, seja com amargura, seja com saudades ou mágoas, seja com gratidão ou frieza, a mãe está ligada ao filho e o filho à mãe, 
Longe ou perto, no meio do sofrimento ou da alegria, a figura da mãe está presente, lá dentro do coração e da alma, mesmo que não se manifeste em gestos, palavras. E essa ligação, tão divina e humana tem um nome, revelando o sutil encanto da vida: o amor.
Penso na minha mãe. Era bonita, alegre, engraçada, faladeira, forte, decidida, baixinha. Linda. Hoje eu a vejo como uma luz. Luz que me deu vida e iluminou meu caminho. Cuidou de mim, ensinou, alertou, defendeu-me, deixou-me ir, me acompanhou, se alegrou comigo, sofreu comigo, contou-me sua vida.
Não se apagou esta luz, apenas sumiu aos meus olhos, porque ainda ilumina minha vida através dos reflexos deixados em cada canto da minha existência e que jamais irão se apagar.
Eu agora sei que tudo isso se chama amor. 
MÃE, EU TE AMO.
           

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