
Autor: Hélio Cervelin
Sinto
que devo externar, urgentemente
O que sobrecarrega
o fundo da minha alma
Como
forma de me sentir mais vivo, pungente
Fecundar
os meus dias, com ânimo e alegria
E da
agitação severa, buscar a brisa calma
Tenho
tantas coisas guardadas dentro de mim
Em
ânsia por aflorar e apresentar-se ao mundo
E todas
as angústias derramar
Como
jarras transbordantes de águas turvas
Pesos
que nos oprimem a cada um de nós
Dar à
luz ao trovão, rasgar o ar com nossa voz
Dizer,
expor, falar, gritar, enfim
É como
o desabrochar de uma rosa
Com
suas pétalas de seda e seus espinhos discretos
Tal
qual os guardiões de um tesouro
Que
vendem suas vidas a peso de ouro
Ao
abandonarem seus compartimentos secretos
O
desejo é sempre dar lugar ao belo
Transparecer
o doce, em tênue suavidade
E só apresentar
as baionetas caladas
Em caso
de extrema necessidade
Pois
tudo na alma se mistura
O
singelo, o puro, o formoso
Mas,
disfarçados entre os véus de ternura
Escondem-se
o ácido, o triste, o espinhoso
Suspirar
profunda e ansiosamente
Olhar
para o céu e buscar a inspiração
A vida
segue esse mistério que nos desafia
Colocar
ordem em nossa confusa mente
É
momento de aliviar o coração
Mais um
pouco, e amanhece, é outro dia.
Belas as considerações. O Mundo é fantasia real e somos nós que pouco queremos enxergar. Hans
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