quarta-feira, 4 de março de 2020

DO TUDO AO NADA (Wanderley Ribeiro da Costa)


 

Autor: Wanderley Ribeiro da Costa

Lá pelas tantas,
em mim bateu uns tantos,
Que de tão tontos,
me deixou tão tonto.
Era tanta do tanto,
que muito pouco,
quase em mim ficou tão pouco.
Vendo o todo,
e me afastando do tudo,
o todo me pareceu pouco,
e quase nada ficou,
deste todo que restou.
Mexendo as ventas ao vento,
me atinei da  desimportância de tudo,
e que nada me tocava ao fundo.
Respirei tranquilo,
assentei meu passo,
reduzi a quase nada,
o anseio do todo,
mergulhado no tudo.
Relutante, aquietei um lado,
porque do outro, o mundo todo,
impiedosamente efervescia.
"Que nada!", alguém dizia,
isso tudo em nada se dará,
e o tudo que todos têm,
não será mantido no além.
A ilusão permanente, 
estática, te arrebatará,
a inconstância de tudo, lunático te deixará.
Pensando assim, e bem assim, me arremesso ao nada,
e me reconecto ao recomeço sem fim,
me sentindo tão perto,
e ao mesmo tempo tão longe, de mim.

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