
O Outono de
2020, começou astrologicamente, às 00h50 da última sexta-feira, dia 20 de
março, quando coincidentemente a melhor estação começou também na percepção
física do clima agradável.
Manhãs,
madrugadas gostosas e amenas, tempo seco de céu muito azul, ensolarado e as
temperaturas esquentando à medida que as horas do dia avançam na manhã e início
da tarde e, à medida que segue para o
declínio da tarde traz uma brisa logo transformando-se em vento, inicialmente
brando, depois de intensidade e esfria sensivelmente.
Assim tem sido
invariavelmente desde a quinta-feira,
quando entrei em reclusão e isolamento social, já com as atividades
culturais e ginastas paralisadas e a casa abastecida com material de higiene e
limpeza, alimentação e meu indefectível gin-tônica para os próximos dez dias.
Depois disso, não sei como será. Mas como tudo, em chegando a hora do aperto se
resolve, e espero já poder sair à rua.
Nós, brasileiros
nunca sofremos diretamente os terríveis efeitos das duas grandes guerras
mundiais, mas agora estamos vivendo globalmente a guerra contra o inimigo comum
invisível, inesperado, traiçoeiro e (ainda) desconhecido. Somos um povo
inexperiente ante sérias dificuldades. Estamos convivendo com esse inimigo no
susto, no atropelo, na ignorância e nas tentativas ainda desconhecidas se
eficientes ou não.
Então cada um
faça a sua parte. Desde quarta-feira, 18 de março, nada funciona aqui, nem
transporte coletivo. Toda a atividade comercial está de portas cerradas e é
proibida a freqüência em praças, praias, nas ruas. Só funcionam os serviços
essenciais, supermercados e farmácias.
Tudo paralisado
Como eu sou
absolutamente sozinha, várias pessoas, colegas das diversas atividades e
vizinhas têm oferecido solidariedade.
Só usei o filho
de uma amiga e ex-colega do NETI/UFSC para me trazer os dois remédios de uso
contínuo para controle da pressão arterial que recebo gratuitamente do Posto de
Saúde Municipal. Mandaram para dois meses. De resto, só vou saber como vou me
virar à medida que as coisas forem acabando.
Tenho fé que
esse mal vá diminuindo logo, pois as restrições aqui começaram mais cedo que o
resto do país e bastante rígidas.
Aproveito esse
isolamento para escrever meu 4º livro e 3º romance ficcional: CRISTAIS DE
QUARTZO.
Já estou na
página 20 em papel A-4 ,
que em página tamanho de livro corresponde (+ ou-) à página 35.
Já fiz a
apresentação dos personagens e estou entrando na escrita da história, na trama
propriamente dita.
Me aguardem!
*********************************************************************
Hoje, 28 de
abril de 2020, passado mais de um mês da paralisação total do mundo inteiro
frente a esse ataque do coronavírus que já matou 200 mil pessoas deste planeta,
apenas em números oficialmente divulgados, mas contando com dois milhões de
infectados, continuamos perplexos ante a pandemia.
É surreal,
surpreendente e avassalador.
O inimigo é
invisível a olho nu, silencioso, traiçoeiro porque não se anuncia quando chega,
e portanto não avisa os contaminados que passam a contagiar muitos que se
aproximam e assim a doença letal vai proliferando de forma exponencial e
incontrolável.
Como há quase
dois meses ou mais, dependendo da região do planeta, estamos vivendo nesse
clima de pavor e morte, os repórteres, jornalistas, cronistas, analistas,
comentaristas, ensaístas, especialistas, médicos, enfermeiros, pesquisadores do
mundo inteiro já disseram de tudo sobre esse vírus assassino, eu –
particularmente – me permito a comentar algumas impressões sobre esta época de
calamidade que estamos vivendo.
Dizem que a
vacina anti esse vírus só será concretizada dentro de no mínimo um ano. Até lá haverá uma derrocada total social e
economicamente falando no mundo inteiro.
Grande
quantidade de pessoas, em proporções inimagináveis em todo o planeta que não
morrer da doença poderá morrer de fome ou de colapsos psíquicos incluindo o
suicídio.
Aqui, nesse
paraíso que é Florianópolis, no sul do nosso imenso Brasil, portanto no sul do
Hemisfério Sul, estamos observando um resplendor da natureza agradecida.
Há cerca de 40
dias sem transporte coletivo e com a diminuição drástica de automóveis
circulando nas ruas, o ar está muito mais limpo, puro, despoluído;
O Outono chegou
e está se mantendo há dois meses numa estabilidade de temperaturas agradabilíssimas,
madrugadas e amanheceres cálidos e amenos, tardes mornas e céus luminosos,
translúcidos, inacreditavelmente azuis;
Reparo que as
plantas, folhagens, enfim toda a vegetação brota, cresce e se desenvolve com
mais rapidez, liberdade e resplendor, apesar da estiagem;
Nos amanheceres
límpidos, claros que prenunciam dias dourados, os bandos de pássaros, os mais
diversos, compõem sinfonias variadas e tenho percebido sons diferentes que
parecem vir de algumas espécies senão novas, anteriormente inaudíveis pelo
ronco da cidade ativa e pulsante e agora silenciosa e receptiva aos sons da
natureza.
Não fosse a
tragédia colossal que estamos atravessando, estaríamos num paraíso redivivo.
Eliana Haesbaert
Lindo texto querida Eliana tenho certeza do sucesso com seus livros parabéns , abraços saudades
ResponderExcluir