Autor: Hélio Cervelin
Chove devagar e insistentemente há duas semanas, alternando-se entre chuvas leves durante o dia e chuvas torrenciais com fortes trovoadas nas madrugadas.
Nesta manhã chego até a janela, e a primeira imagem que vejo entre os pingos de chuva é a de um lindo pássaro de peito amarelo, pousado num galho seco de uma árvore do jardim, cantando alegremente.
Comecei a pensar sobre ele e a me perguntar: Ele não tem medo da chuva, de ficar doente? Será ele feliz? Por que está sozinho? Terá ele uma companheira que ele ama e pensa nela o tempo todo? Terá ele filhos com ela? Existe a fidelidade entre os casais de pássaros, ou terão liberdade total em seus relacionamentos? Serão casuais os seus encontros, sem cobranças, sem a obrigação de ligar no dia seguinte? Se assim for, quando nós humanos chegaremos a esse nível de relacionamento?
Invejo os pássaros pela sua beleza, leveza e liberdade de ação! Andam pelos céus, protegidos dos perigos terrenos, voam ao sabor dos ventos, contemplando as lindas paisagens que se desenham ao longe, movimentando-se o tempo todo e conhecendo lugares diferentes.
E cantam! Entoam lindas canções como que em agradecimento pela liberdade de que desfrutam, sem estarem presos a compromissos. Talvez esse estágio seja um degrau acima de nossa evolução humana, presa aos bens materiais, escrava e submissa aos “poderosos” endinheirados.
Os pássaros são livres e por isso não necessitam de dinheiro para viajar ou para hospedar-se fora de casa. Essa é a liberdade que as asas lhes proporcionam!
De nossa parte só nos resta o consolo da liberdade de sonhar, sonhar, sonhar! E transpor nossos obstáculos através da imaginação sonhadora.
Ai, que inveja eu sinto dos pássaros!
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