Autor: Hélio Cervelin
A inspiração de um poeta vem e vai ao sabor do vento
É um momento
A ideia não aproveitada, ao ser desperdiçada, continua
A vagar no espaço, perdendo-se ao relento
Aquele novo poema, que surgiria com excelência
Com todos os elementos para ser inesquecível
Ao ser desprezado, atinge nova face da consciência
E desce à vala comum do inexequível
Uma linda ideia pode desvanecer-se no espaço
Por falta de papel e lápis à mão
Pela sua falta de força no braço
Ou porque o poeta disse não
Não procurou as palavras certas
Não se animou a acender a luz
E não deixou as portas abertas
Para a ideia brilhante que, naquele instante, reluz
Criar é pensar, é penar como uma ciosa mãe
Que sofre e se esforça para dar à luz mais um ser
Um poema que surge é uma nova existência
Uma genuína e feliz manifestação do saber
Um novo ser precisa nascer da forma certa
E contemplar ao seu entorno todas as aspirações
Pois que ficará para sempre como página aberta
A encantar, ao seu contato, todos os corações
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