domingo, 10 de outubro de 2021

LÁGRIMAS DO TEMPO (Hélio Cervelin)

 










Autor: Hélio Cervelin


Nosso tempo só quer chover

Chover, chorar sem parar

Pedir para que pare é inútil

Suas lágrimas molhadas não querem cessar


O céu virou um grande rio

A cascata parece não ter fim

Quem levou tanta água lá pra cima?

E quem mandou derramá-la sobre mim?


Saem os dias, entram as noites

E as águas choram aos cântaros deitados

Será que precisamos tanto nos purificar?

Estaremos todos assim tão maculados?


Sei que a água, por fim, é uma bênção

Que a tudo rega, faz brotar a flor

Faz germinar a tenra semente

Que nos traz o pão com amor


Os dias ensolarados também chegarão

Deixemos nosso tempo se ajustar

Ele é a resposta da natureza

Que, em sua justeza, sabe o que deve nos proporcionar


Raios, coriscos, trovoadas

Fazem parte da paisagem natural

Assim como as cores do arco-íris

E as borboletas que povoarão o meu quintal


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