quinta-feira, 16 de novembro de 2023

NADA É PERFEITO DEBAIXO DO CÉU (Hélio Cervelin, 15 nov. 2023)







 




Autor: Hélio Cervelin

Assim como nada é perfeito neste planeta, assim também são os nossos relacionamentos ditos amorosos. 

Quando não temos experiência, isto é, a vida inteira, do começo ao fim, estamos em aprendizado constante, mas pensamos que sabemos muito, ou pelo menos o bastante para tomarmos as decisões mais acertadas. 

Desde recém-nascidos, testamos dia a dia nossas possibilidades, nossas capacidades motoras, inicialmente desejando alcançar objetos, apanhar coisas. Assim, vamos evoluindo até aprendermos, sempre por insistência própria, a engatinhar, porque queremos nos movimentar, até aprendermos a andar, a nos locomover. Trata-se de um processo lento, sofrido, mas progressivo e persistente. Enquanto isso, o aspecto psicológico também atua e se adapta à situação, testando limites, verificando possibilidades, ampliando fronteiras de atuação, testando argumentos mentais que serão depois verbalizados ou aplicados. 

E é assim que, quando adolescentes começamos a identificar afinidades entre colegas e amigos até estabelecermos os limites dos relacionamentos, em que para alguns caberá a nossa indiferença, para outros nossa atenção, amizade ou admiração, até chegarmos ao primeiro frêmito, o primeiro calafrio, indicando uma atração com alguém, que poderá vir a ser avassaladora, trazendo-nos o inevitável “primeiro amor”. Este, por sua vez, poderá ser um relacionamento calmo, de aprendizado mútuo, sem grandes conflitos ou, ao contrário, estar sujeito a atritos constantes entre o casal. Alguns desses relacionamentos podem durar a vida toda, enquanto a maioria sofrerá a “síndrome do primeiro amor”, na qual sempre nos questionaremos do porquê de não ter “dado certo”. 

Foi com essa imaturidade natural do ser humano que nos casamos, você e eu. E assim fomos convivendo, com muitas falhas nas atitudes, com inexperiências de toda ordem, deficiências identificadas só depois, até porque o mundo evoluiu cientificamente todos os dias, e mais do que antes, nos últimos 50 anos. 

O resultado foi o somatório de atitudes de sobrevivência, ajustes e desajustes de relacionamento, marcas de culturas diferentes. No entanto a nau seguiu em frente. Amor-paixão ou amor-compreensão? Devido às circunstâncias, as quais dariam um romance épico, prevaleceu o amor-compreensão, o amor-perdão, o amor-objetivo, voltado para as crianças, que vieram através de nós e que atraímos para nós.

Nosso casamento pode não ter sido um romance cinematográfico, mas trouxe três novas vidas inteligentes ao planeta, que, por sua vez, trouxeram mais quatro lindas criaturas para passarem pelas provas que este Plano apresenta, e que, segundo as teorias filosóficas mais aprofundadas, são escolhas de cada ser que encarna neste orbe. 

Resta-nos aprimorar nossas atitudes físicas, psicológicas e mentais para que alcancemos a autorrealização e tiremos o maior proveito dessa jornada solicitada por nós e consentida pelo Criador.

4 comentários:

  1. Esclareço: "jornada solicitada por nós e consentida pelo Criador. "

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  2. Que lindo!!!Senti algo inexplicável. Voltei ao passado e entendi porque erramos e acertamos .Também revivi , ou melhor,compreendi que passamos na vida momentos parecidos,porém numa conjuntura diferente.Na vida uns possuem tolerância, perdão, sabendo chegar com certeza a sabedoria.

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  3. Obrigado, Anônimo (Céci). Gentis palavras.

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  4. Sim , lindo texto e compete a nós cada amanhecer dar o melhor do nosso aprendizado para tornar perfeito hj oque erramos ontem , acreditando que somos capazes de fazer acontecer. Sempre com fé em quem nos guia e só quer nossa felicidade.

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