sábado, 28 de julho de 2018

LIBERDADE (Hélio Cervelin)


 
Autor: Hélio Cervelin

Meus olhos miraram o horizonte, divisando a longa estrada, a qual parecia não ter fim. Lá no fundo, o céu, de um azul anil impressionante, típico dos dias de outono, contrastava com a linha do asfalto cintilando ao sol escaldante.
A poeira levantada pelos automóveis que transitavam à minha frente indicava que eu já havia alcançado o interior do estado, de terras vermelhas, trazidas do mato para a rodovia pelos caminhões das madeireiras. Essa paisagem me fez recordar as viagens que fizemos juntos e, naquele instante, senti saudade de você. Como se estivesse lendo um livro de memórias, tudo o que passamos juntos se mostrava em minha mente como num espelho, retratando os momentos felizes e também os conflitos que havíamos vivido.
A esperada felicidade infinita foi uma ilusão, agora o sabemos. Nossas divergências superaram nossas afinidades, e o resultado foi inevitável: a separação.
Esta minha viagem é o primeiro passo para a liberdade tão almejada por todos os seres humanos, mas sei que se revelará efêmera ao longo do tempo, pois ninguém consegue viver completamente só.
A felicidade que tanto havíamos buscado,  sem sucesso, deve estar lá, no horizonte.

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