
Autor: Hélio Cervelin
Meus olhos miraram o
horizonte, divisando a longa estrada, a qual parecia não ter fim. Lá no fundo,
o céu, de um azul anil impressionante, típico dos dias de outono, contrastava
com a linha do asfalto cintilando ao sol escaldante.
A poeira levantada pelos
automóveis que transitavam à minha frente indicava que eu já havia alcançado o
interior do estado, de terras vermelhas, trazidas do mato para a rodovia pelos
caminhões das madeireiras. Essa paisagem me fez recordar as viagens que fizemos
juntos e, naquele instante, senti saudade de você. Como se estivesse lendo um livro
de memórias, tudo o que passamos juntos se mostrava em minha mente como num espelho,
retratando os momentos felizes e também os conflitos que havíamos vivido.
A esperada felicidade infinita
foi uma ilusão, agora o sabemos. Nossas divergências superaram nossas
afinidades, e o resultado foi inevitável: a separação.
Esta minha viagem é o primeiro
passo para a liberdade tão almejada por todos os seres humanos, mas sei que se
revelará efêmera ao longo do tempo, pois ninguém consegue viver completamente
só.
A felicidade que tanto havíamos
buscado, sem sucesso, deve estar lá, no
horizonte.
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