sexta-feira, 10 de agosto de 2018

PALAVRAS ESTRANHAS (Eliana Haesbaert)


Autora: Eliana Haesbaert

A primeira vez que me confrontei com a palavra FALÁCIA foi num texto, não lembro o autor, que afirmava:
O AMOR É UMA FALÁCIA.
Como desde sempre tive perfeito entendimento do que AMOR, desde o “amor ao próximo”, “amor materno”, filial, de homem/mulher e vice-versa, enfim, o amor que move o mundo, minha percepção foi de que aquela palavra era malévola, bandida e que estava ali posta para desqualificar o AMOR. Essa aí, nunca me enganou.

Quanto a HERMENEUTA (que palavrão!) nunca ouvira ou lera antes, mas agora sei que é por que nunca tive proximidade com a linguagem dos juristas e intérpretes das escrituras legais. O advocatês erudito.
No meu entendimento, deveria ser HERMENAUTA, assim, fácil, acessível, tipo: “marinheiro do deus mitológico Hermes” que levava as mensagens por via marítima”, uma vez que Hermes era o deus Sedex do Olimpo.

Já a TRAQUINAGEM é o conjunto de pacotes das bolachas
Traquinas, não lembro a Razão Social da empresa fabricante.

PLÚMBEO é sonoro, palavra muito mais redonda do que a cerveja Skol descendo goela abaixo num dia quente de verão.
Lembra maciez, fofura, suavidade, como a pluma rósea com que minha mãe aplicava pó-de-arroz.
Quem poderia dizer que, na realidade, é chumbo grosso?

Com relação à palavra destaque, ou seja, DEFENESTRAÇÃO, esta, sim, é uma palavra escrachada, escancarada, pois ela própria diz o que é.

Desde o primeiro contato com ela, já se sabe o que significa.
Do francês “fenêtre” que é “janela”,  mais o “s” sibilante e, pra encerrar,  o sufixo AÇÃO!

A DEFENESTRAÇÃO  não deixa qualquer dúvida de que só pode ser jogar, atirar, lançar tudo pela janela afora!
 

                 




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