segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

ETIMOLOGIA DE AMOR (Hans Christian Wiedemann)



Autor: Hans Christian Wiedemann

Amor escreve A-Mor
Ou seja sem morte
Imaginando morte
Como fator perverso
O que de fato inexiste.

A morte é libertação
Do cárcere Carnal
Onde viemos aprender
A necessidade de ser
O que de fato existe.

O espírito desconhece
Cobrança em qualquer sentido
Por para ele inexistir a morte
Brilhando sempre a Luz
Como energia interna.

O pavor da morte
É criação de credo religioso
Para controlar o Homem
Expressando na matéria
Seu prazer na Vida.

Assim Amor
É doação permanente
Pois doando nos entregamos
Permitindo a liberdade
Que é sua origem.

Então Amando
Desconhecemos a dor
Ou seja, a própria morte
Que tanto nos apavora
Tornando-nos seu Escravo.

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domingo, 22 de dezembro de 2019

AMAR OU COMPREENDER? (Hélio Cervelin, 20dez2019)



Autor: Hélio Cervelin

O que significa amar? E o amor, o que é o amor, afinal? Quem ama, simplesmente ama, ou exige reciprocidade? É apenas amante ou  pode julgar-se o possuidor ou, pelo menos, o controlador da pessoa amada?

Para amar alguém é preciso, primeiramente, admirá-lo: sua simpatia, beleza, ternura, educação, cultura, coragem... Ou todas essas qualidades juntas. Quando o ser amado só tem qualidades, deduz-se que fica bem mais fácil amá-lo! Todavia,  pessoas perfeitas, sem nenhum defeito, existem? Provavelmente, não! Se existirem, são raras.

A imperfeição de todos nos parece ser um consenso, uma  vez que a retórica corrente é a de que não existe ninguém perfeito sobre a face da Terra. Isso até acabou gerando a famosa frase "Ninguém é Perfeito!", justificativa para a maioria de nossos atos "imperfeitos".   O que fazer, então, com os defeitos da pessoa amada? As opções são variadas: submeter-se a eles; adaptar-se; tolerá-los e tentar amenizá-los até conseguir suprimi-los ou suavizá-los; ou ainda, na pior das hipóteses,  procurar outro alguém para amar, desistindo do esforço conciliatório.

Um filósofo me ensinou que a palavra "amor" não tem origem, deixando-nos sem base etimológica, portando inseguros para definir o que é amar. Ele prefere trocar a palavra "amor" pela palavra "compreensão".

Assim, em vez de "amar", "compreender", porque, se eu compreendo alguém, eu perdoo os seus defeitos, o apóio nas suas falhas e inseguranças, e o respeito como uma pessoa sujeita a errar, aceitando-o, até porque me considero imperfeito também. Enfim, amo-o por compreender isso tudo. E, especialmente, o amarei ainda mais se esse alguém me amar/compreender também.

O mesmo filósofo me ensinou que a paixão é um sentimento negativo ou, melhor dizendo, que a paixão é uma "emoção" em vez de um sentimento. E toda emoção é perigosa, pois pode nos fazer perder o controle e nos impelir a cometer desvarios, tomar atitudes impensadas e até violentas, fazer loucuras que possam prejudicar, às vezes até matar, a outra pessoa.
Frequentemente, ouvimos falar que alguém matou a companheira, cometendo um feminicídio, por motivo de ciúmes, porque estava muito apaixonado ou enciumado.

Se estar apaixonado for o mesmo que "amar intensamente", pergunta-se: Quem ama pode matar a pessoa amada? Acredito que, quem ama verdadeiramente, ou seja, quem compreende verdadeiramente a outra  pessoa,  certamente entenderá todos os seus atos e jamais lhe fará mal.

No amor-compreensão existe a renúncia em favor da outra pessoa, a ponto de o renunciante sentir-se bem por ter deixado de usufruir algo para ver feliz a pessoa amada. Então isso pode significar que quem compreende, além de perdoar, tolerar, respeitar e aceitar pode incluir nesse rol mais um verbo ou virtude: renúncia.

Joana de Angelis, espírito de luz do kardecismo, nos ensina que  o amor no Plano Espiritual é "incondicional", ou seja, quem ama compreende, aceita, confia, perdoa, tolera...  Quem ama, simplesmente AMA, SEM EXIGIR NADA EM TROCA. Na psicografia de Divaldo Pereira Franco, ela começa definindo o amor, assim:

O amor é a substância criadora e mantenedora do Universo, constituído por essência divina. É um tesouro que, quanto mais se divide, mais se multiplica, e se enriquece à medida que se reparte. Mais se agiganta, na razão que mais se doa. Fixa-se com mais poder, quanto mais se irradia. Nunca perece, porque não se entibia nem se enfraquece desde que sua força reside no ato mesmo de doar-se, de tornar-se vida, (http://www.novaera.org.br/index.php/artigo10931/)

Com base nessa definição, ainda poderíamos citar mais uma qualidade de quem realmente ama: a  doação. Neste caso justifica-se a renúncia, pois seu significado é semelhante ao da doação.

Amar não significa dar liberdade plena ao ser amado, pois, se já concordamos que ninguém  é perfeito, deixar a corda solta para alguém fazer algo do qual temos certeza de que lhe trará consequências e arrependimento, podemos concluir que, eventualmente,  amar é também discordar quando a situação o requer. Mas, é claro, visando sempre à felicidade do ser amado.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

AMAR... AMAR?... AMAR! (Wander Costa)



Autor: Wander Costa

Precisaria eu lançar mão da impregnada estruturação do amor, cantada em sustenidos e bemóis, esculpida em suas estátuas fulgurantes  ou disformes, pintada em tons ácidos ou pastéis, para me deter sobressaltado pela simples ação do verbo?
Ah.... amar, de que maneira ou de qual forma ele se atreveria a apresentar-se? Seria talvez em ação velada, quase imperceptível aos sentidos, ou  altivo e poderoso em sua suave expressão de ser e de se conter.
Indagado me encontro em estado reflexivo. O que dá sustentação à sua existência, simplesmente ser ou se fazer existir?
Enquanto o vento, a água, o fogo e o ar seguem seu fluxo sem se indagar, eu vou seguindo a natureza pronto para com ela desabrochar.



domingo, 15 de dezembro de 2019

A MALDIÇÃO DO VOCÊ (Hélio Cervelin, 15 dez 2019)



Autor: Hélio Cervelin

Quando se quer aconselhar alguém, se deve largar tudo o que se está fazendo, se sentar à sua frente, olhá-lo nos olhos e, com muito respeito, argumentar.
Elaborei a frase, acima, para servir de ponto de partida para um debate sobre deturpação da palavra "se", uma ocorrência diária nos meios de comunicação, tendo já contaminado a fala de repórteres, apresentadores, economistas, profissionais da medicina e até mesmo ministros de Estado. Acredito que tal anomalia proveio diretamente do estado de São Paulo, e já explico por que. É em São Paulo que se adota muito contrair a  palavra "você" para "cê". "Você" virou simplesmente "cê": Vejamos: "Cê foi à festa, ontem?" - "Cê vai entrar em férias quando?"
Existem até motéis com o nome "Cê que sabe", muito utilizados pelos galanteadores, que, no primeiro encontro, apanham a menina para sair e perguntam aonde ela gostaria de ir. Então ela responde: "Cê que sabe".  Pimba! Melhor impossível, não é mesmo?
Quando o assunto é Língua Portuguesa, torna-se espinhoso explicar aos cidadãos comuns a função da partícula ou palavra "se", hoje em dia muito confundida com "você".
"Se" pode ser uma Conjunção Subordinativa Integrante na frase: "Quero saber se ela virá à festa". Ou um Pronome Reflexivo, na frase: "A criança machucou-se".  Ou Índice de Indeterminação do Sujeito, no caso: "Discorda-se do fato". É este o que mais nos  interessa, embora ainda existam outras classificações para a famigerada partícula.
E a corruptela começa quando um médico,  por exemplo, referindo-se a  um paciente que tenha sofrido traumatismo craniano grave, dirige-se ao repórter em resposta a uma pergunta deste sobre a possibilidade de uma intervenção cirúrgica, dizendo: "-Veja bem! Se VOCÊ entrar agora com um procedimento dessa natureza VOCÊ poderá abreviar a vida do paciente. O ideal  é VOCÊ esperar."
Opa! Tem algo errado aí! O repórter vai fazer uma cirurgia, vai comprometer a vida do paciente?! Mas ele não é cirurgião! Nem enfermeiro é!
Então vamos refazer aquela frase: - Se SE entrar agora com um procedimento dessa natureza SE poderá pôr em risco a vida do paciente. O ideal a SE fazer é esperar. Ah, bom, agora eu entendi. É o maldito VOCÊ utilizado no lugar do SE!
E assim ocorre diariamente, por esse  país afora, repórteres virando ministros de Estado a toda hora: "- Se VOCÊ relaxar o controle sobre a moeda, agora, VOCÊ poderá trazer a inflação de volta." O repórter poderia se perguntar: "-EU, relaxar o controle?! - EU, trazendo a inflação de volta?!"  Ah, entendi! Ele quis dizer: "Se se relaxar (ou se relaxarmos - nós, autoridades monetárias) o controle sobre a moeda, agora, se poderá (haverá o risco de) trazer a inflação de volta."
E mais uma, esta é do delegado, explicando a captura dos bandidos alvejados pela polícia: "- Se VOCÊ tivesse atirado com uma arma de calibre mais grosso VOCÊ teria tirado a vida dos suspeitos." Novamente a pergunta; "-Eu, atirando?! Eu, tirando a vida de alguém?!" diria o repórter. Aqui está, de novo, o  pronome pessoal "VOCÊ" roubando o lugar da partícula "SE".
E a vida segue, com o nosso vernáculo sendo assassinado por "VOCÊ", diariamente. Maldito "VOCÊ"! Paulistas, "CÊS" me  pagam!


domingo, 8 de dezembro de 2019

SER FELIZ (Elizete Menezes)



Autora: Elizete Menezes

Eu já não mais me surpreendo do que  sou capaz. 
Já fui aos extremos.
Já fui ao fundo 
Já fui ao alto
Já provei a dor 
Já saboreei o prazer
Já fiquei no caminho 
Já segui o tempo
Já não me surpreendo mais 

Hoje eu sigo o dia pra chegar à noite. 

Já não corro mais 
Já não choro tanto 
Já não fico infeliz.

Hoje eu sinto saudades 
Hoje eu tento fazer o meu dia mais feliz
Hoje eu agradeço o ontem
Hoje eu peço pelo amanhã. 

Ser feliz hoje pro amanhã ser completo.
Gratidão sempre 
Ontem
Hoje 
Amanhã.

MENSAGEM AO PRESIDENTE (Hélio Cervelin, 06 dez 2019)



Autor: Hélio Cervelin

Conserve nosso belo país intacto e fortalecido.
Nossa pátria é uma flor singela e radiante
Não tome atitudes que lembrem a ação de um bandido
Todos precisam de pão, trabalho e cuidado constante

Não aja com desamor, sendo mau e egoísta
Tenha consciência  plena do dever da liderança
Diante das contrariedades não nos tache de comunistas
Não desanime esse povo que vive de fé e esperança

Não magoe as crianças, os deficientes, os idosos
Eles clamam por amparo, afeto e gratidão
Lembre que as lágrimas deles, ou os seus lindos sorrisos
São consequência direta de sua ação ou omissão

Uma atitude perversa traz danos e desespero
Que o líder sempre se lembre de que o poder é miragem
É muito triste colher as consequências de um erro
É fato que fama poder são de rápida passagem

A vaidade é perigosa e nos põe como  infalíveis
O poder é ilusório neste mundo de mentira
Faz de nós super-homens, gênios indestrutíveis
Aquele que tudo dá é  o mesmo que tudo tira

Cuidado com o que toca, evitando pôr a mão
Todos um dia pereceremos, nosso corpo é limitado
Só as boas obras contam, no pulsar do coração
Perante a justiça divina é preciso ser aprovado

Por isso ainda dá tempo de rever o que está fazendo
Enxugue as lágrimas do povo buscando fazer o bem
Espalhe amor e alegria àqueles que estão sofrendo
Ame e seja amado por todos, e seja feliz também!

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

AS ONDAS NAS PEDRAS (Hans Christian Wiedemann)



Autor: Hans Christian Wiedemann


“Água mole em pedra dura
Tanto dá até que fura.”
Esse ditado milenar
De origem desconhecida
É uma verdade insofismável.

Assim vemos o Mar
Batendo nas Rochas
Permitindo a vida
Alimentando animais
Enfeitando as rochas.

Assim nosso Mundo
Que chamamos de Terra
Transforma superfícies
Acontecendo o mesmo
no seu Interior.

O Que nos é invisível
Temos que deduzir
Ou mesmo induzir
A partir de aparências
Que podemos observar.

Homens são Rochas
Uns parecendo Granito
Outros já fracionados
Como Areias do deserto
Todos sendo essenciais.

O Mundo é de semelhanças
Bastando mudar Nomes
Entendendo a razão
Percebendo o cerne
Olhando a espiritualidade.

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domingo, 1 de dezembro de 2019

JUSTIÇA E PAZ, CAMINHOS CRUZADOS (Hélio Cervelin, (30 Nov 2019)



Autor: Hélio Cervelin


Frustração é o que sinto neste momento de minha vida, perante a sensação de uma traição.
Algumas pessoas nas quais eu confiava plenamente revelaram uma faceta de insegurança pessoal que, a meu ver, fragilizou sua ética e abriu caminho para uma injustiça.  
Diante dessa atitude, conclui-se que bateu mais forte sua conveniência de não desagradar aos outros amigos, embora esse ato representasse o sufocamento da justiça, um choque contra o bom senso e fizesse aflorar em mim a sensação de ter sido injustiçado ou até mesmo traído.
Sempre  imaginei que a idade avançada trouxesse sabedoria às pessoas. A sabedoria acumulada pela vivência,  e que suplantaria todas as fraquezas humanas. Mas, constato - decepcionado - que não foi assim que aconteceu.
Muitas pessoas evitam contrariar determinados  amigos - provavelmente muito especiais para elas - para não afrontá-los ou gerar um conflito entre eles. E, com isso, acabam escolhendo penalizar o lado mais "pacífico" e, portanto mais maleável, vislumbrando uma maior chance de contemporizar a situação. Assim agindo, esperam "ganhar nos dois lados" e ficar "de bem" com as duas partes. Aliás, é assim que a esmagadora maioria dos brasileiros se comporta, adotando o já  famoso "jeitinho brasileiro" para ficar de bem com todos e deixar a injustiça correr solta, para não "arranjar incômodo". Esquecem-se, no entanto, de que o eleito como o "compreensivo", terá que assimilar o baque e tudo fazer para amenizar esse conflito, mesmo sentindo-se invadido em seus princípios e injustiçado diante da situação colocada.
De minha parte, jamais dou razão a quem não a tem. E jamais acuso ou deixo pairar no ar uma desconfiança, por menor que seja, sobre a ética de quem, a princípio, merece a minha confiança.
É deprimente e decepcionante ver amigos fugirem de uma luta justa em nome da paz, quando essa mesma paz permanecerá fundada na injustiça.
É muito bom, gratificante mesmo, quando um amigo se revela mais digno do que o  imaginado  por nós. E é tão triste e desalentador quando um amigo se revela mais inconfiável que o pior imaginado por nós.