domingo, 10 de dezembro de 2023

REENCONTRO (Sonho com meu pai) Hélio Cervelin, (19/09/2011)

                    









 Autor: Hélio Cervelin


Amado pai

Como foi bom reencontrar-te

Neste universo indefinido

Depois de tanto tempo

Passado/Presente/Partido


Tempo?

O que é o tempo?

Uma centelha da existência

Uma fagulha cósmica

Um pedaço de ser/estar


E a separação

O que é a separação?

Um choque mental

Um espaço vazio 

Uma lacuna espacial?


Foi bom falar com você

E sentir tua ternura de pai 

Teu carinho por mim


Embora velhinho

Alquebrado pelo tempo

Tempo?

Senti que o seu/nosso amor

Atravessa dimensões


Separados outra vez

Espero outra chance

De uma nova emoção


Dar-te mais um beijo

E um abraço carinhoso

Para aquecer meu coração


É hora de voltar...

Quem vai voltar

Neste Universo misterioso?


                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

VIAGENS (Hélio Cervelin, 07 Fev. 2018)

 

 









Autor: Hélio Cervelin


Nuvens escuras me remetem a um passado

Que minha mente insiste em esquecer

Vasos quebrados, flores despedaçadas

Amores desfeitos, com hora certa pra morrer

 

Como as águas que correm insistentes

Contornando pedras e afastando impedimentos

A vida segue, firme e implacavelmente

Atropelando desejos e aniquilando sentimentos

 

Arrependimentos, neuroses e comoção

De nada valem nesse caos indescritível

Que leva a loucura ao coração

 

Com a lembrança dos fatos recém-vividos

Vejo-me à espera pra iniciar nova viagem

No próximo trem, que chega agora na estação


domingo, 26 de novembro de 2023

DESPREZO (para Céci) Hélio Cervelin (26 nov. 2023)



 Autor: Hélio Cervelin


Desprezas-me!  

Rejeitando o meu beijo puro e santo  

Burilado no meu pranto 

De amores mal-acabados. 

 

Rejeitas-me!  

Como se eu fora um ladrão vil 

Que busca enganar as damas  

Deste território fértil 

De norte a sul do Brasil 

  

Odeias-me!  

Como ao salteador vil,  

que feriu famílias mil  

e nunca foi apanhado.  

 

Desejas-me! 

O rigor da lei divina  

Que age quando termina 

A vida torpe de um sujeito impune 

Vil, calhorda e celerado. 

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

NADA É PERFEITO DEBAIXO DO CÉU (Hélio Cervelin, 15 nov. 2023)







 




Autor: Hélio Cervelin

Assim como nada é perfeito neste planeta, assim também são os nossos relacionamentos ditos amorosos. 

Quando não temos experiência, isto é, a vida inteira, do começo ao fim, estamos em aprendizado constante, mas pensamos que sabemos muito, ou pelo menos o bastante para tomarmos as decisões mais acertadas. 

Desde recém-nascidos, testamos dia a dia nossas possibilidades, nossas capacidades motoras, inicialmente desejando alcançar objetos, apanhar coisas. Assim, vamos evoluindo até aprendermos, sempre por insistência própria, a engatinhar, porque queremos nos movimentar, até aprendermos a andar, a nos locomover. Trata-se de um processo lento, sofrido, mas progressivo e persistente. Enquanto isso, o aspecto psicológico também atua e se adapta à situação, testando limites, verificando possibilidades, ampliando fronteiras de atuação, testando argumentos mentais que serão depois verbalizados ou aplicados. 

E é assim que, quando adolescentes começamos a identificar afinidades entre colegas e amigos até estabelecermos os limites dos relacionamentos, em que para alguns caberá a nossa indiferença, para outros nossa atenção, amizade ou admiração, até chegarmos ao primeiro frêmito, o primeiro calafrio, indicando uma atração com alguém, que poderá vir a ser avassaladora, trazendo-nos o inevitável “primeiro amor”. Este, por sua vez, poderá ser um relacionamento calmo, de aprendizado mútuo, sem grandes conflitos ou, ao contrário, estar sujeito a atritos constantes entre o casal. Alguns desses relacionamentos podem durar a vida toda, enquanto a maioria sofrerá a “síndrome do primeiro amor”, na qual sempre nos questionaremos do porquê de não ter “dado certo”. 

Foi com essa imaturidade natural do ser humano que nos casamos, você e eu. E assim fomos convivendo, com muitas falhas nas atitudes, com inexperiências de toda ordem, deficiências identificadas só depois, até porque o mundo evoluiu cientificamente todos os dias, e mais do que antes, nos últimos 50 anos. 

O resultado foi o somatório de atitudes de sobrevivência, ajustes e desajustes de relacionamento, marcas de culturas diferentes. No entanto a nau seguiu em frente. Amor-paixão ou amor-compreensão? Devido às circunstâncias, as quais dariam um romance épico, prevaleceu o amor-compreensão, o amor-perdão, o amor-objetivo, voltado para as crianças, que vieram através de nós e que atraímos para nós.

Nosso casamento pode não ter sido um romance cinematográfico, mas trouxe três novas vidas inteligentes ao planeta, que, por sua vez, trouxeram mais quatro lindas criaturas para passarem pelas provas que este Plano apresenta, e que, segundo as teorias filosóficas mais aprofundadas, são escolhas de cada ser que encarna neste orbe. 

Resta-nos aprimorar nossas atitudes físicas, psicológicas e mentais para que alcancemos a autorrealização e tiremos o maior proveito dessa jornada solicitada por nós e consentida pelo Criador.

sábado, 11 de novembro de 2023

LÁGRIMAS DE PRINCESA (para Valéria) Hélio Cervelin (10 nov. 2023)

  






 

Autor: Hélio Cervelin


Seus olhos verdes me dizem  

Que você não é feliz 

Decepções amorosas forjaram copiosas lágrimas 

Por alguém que você muito quis 

 

Promessas não cumpridas, frustraram o seu ser 

O amor que tudo prometeu, nada lhe concedeu 

E fez o seu coração muito sofrer 

Seu rosto lindo, marcado pelo sofrimento evidente 

Demonstra o quanto foi triste o desengano presente 

  

Um falso amante, que lhe fez promessas vis 

Sabendo que não iria cumpri-las jamais 

E nem se preocupou em te fazer feliz 

Retirando de vez a sua paz 

 

Uma tão linda mulher, que não foi valorizada 

Depois de tanto amar, encontra-se abandonada 

O destino foi mais traiçoeiro 

Te fez ver um maravilhoso príncipe encantado 

Quando todos percebiam ao seu redor 

Que era um sapo mal disfarçado 

 

Eu te amo e jamais te deixarei sozinha 

Você conhece o meu amor sufocado 

Esperando uma segunda chance 

Estarei para sempre ao seu lado. 

 

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

AMOR E CUMPLICIDADE (para Pollyana) Hélio Cervelin (19 out 2023)

 










 Autor: Hélio Cervelin


Tão convencida você estava de que me amava demais

Mais até do que acreditava que eu merecia 

Considerando-se em ampla desvantagem 

Ao me conceder muito em troca do pouco que de mim recebia 

 

E assim você foi se contendo nas atitudes 

Se resguardando de ceder um carinho “imerecido” 

E aos poucos foi se fechando em si mesma 

Enquanto eu, do lado de cá, me sentia desiludido 

 

Você foi regulando as suas melhores atitudes 

Dando lugar a atos neutros, contidos e controlados 

Isso tudo foi minando nosso amor 

Até nos sentirmos um pelo outro desprezados 

 

As queixas de ambos foram então se agravando 

A mudança de atitudes ficou em segundo plano 

Sem reagir, começamos a acusar um ao outro 

Faltou humildade pra reconhecer o triste engano 

 

Ser amado pelo outro, todo mundo o deseja 

Mas amar de verdade, poucos o sabem fazer 

À primeira contrariedade, muitos amantes choram 

Sentem-se desprezados e pedem logo pra morrer 

 

Quanta fraqueza, quanta falta de coragem! 

A humanidade está no frio, no relento 

Não tem mais fibra pra defender seus ideais 

De tanto se omitir perdeu até o argumento 

 

Está envolta num véu de frivolidade 

Quer conquistar o amor na base da beleza retocada 

Não vai à luta pra conquistar uma pessoa verdadeira 

Alguém que tenha sua essência burilada 

 

Nos verdadeiros sentimentos de amizade 

No bem-querer de ternura e compaixão 

Deixando de lado o vazio das imagens frias 

E buscando o amor do fundo do coração 

 

Amor verdadeiro, que dure para sempre 

Amor de mãe, de filho, de amigo de verdade 

Amor parceiro, de namorados e amantes 

Amor sincero, de ternura e cumplicidade.