Autor: Hélio Cervelin
Olá, meu amor!
Hoje o dia está lindo, tem sol e nenhuma nuvem no céu. Há um vento que sopra do Sul, sem parar, provocando assobios no telhado de minha casa.
É feriado nacional, Dia de Finados, o dia em que se cultua a memórias dos nossos entes queridos que já faleceram, que partiram desta vida.
E nessa paz, quebrada apenas pelo ruído do vento, não consigo tirar você dos meus pensamentos. Você, sua bruxinha malvada, conseguiu abalar o meu coração. Não consigo pensar em outra coisa, só em você, no que estará fazendo agora, no que estará pensando, se está ou não pensando em mim, assim como eu estou pensando em você.
Sinto sua falta! Olho para o celular e espero ansioso por uma mensagem sua, me dizendo que está feliz, me chamando de meu amor, meu querido, meu tudo...Como um ser humano carente que sou, ansiando sempre por um carinho, por palavras de afeto e de amor, estou ficando mal-acostumado. Você está me deixando mal-acostumado!
Lembra o que eu disse sobre o livro O Pequeno Príncipe? "Nós nos tornamos responsáveis por aquilo que cativamos". E você está me cativando perigosamente. Estou sujeito a aprender a te amar para nunca mais te esquecer, e nunca mais ficar longe de você. E isso é maravilhoso, mas também é assustador.
Como isso foi acontecer? De que planeta você surgiu para sensibilizar o meu coração, abalar minha cabeça, confundir meu raciocínio?
A única coisa da qual tenho certeza é de que é maravilhoso amar alguém! Mesmo que isso pareça um sonho. Mesmo pensando que, daqui a pouco tudo se desvanecerá, e poderei voltar à realidade obscura e deprimente da solidão.
Deveria existir uma lei que obrigasse as pessoas a dizerem para alguém à sua escolha, diariamente, frases semelhantes a essas: "Você é lindo"; "Estou apaixonada por você"; "Você é o amor da minha vida, e quero viver com você para sempre". São as frases que você me diz todos os dias, e que me deixam tão feliz, tão extasiado, tão leve a ponto de quase flutuar.
Mas, estamos tão distantes um do outro! Geograficamente falando, é verdade. O maravilhoso seria ouvir e falar essas frases um para o outro, abraçados, olhando no fundo dos olhos um do outro, nossos corpos colados, o coração disparado e a respiração ofegante, num encontro de amor sem palavras que possam descrê-lo.
Eu gostaria de dizer a você que a estou esperando há mil anos, que a procurei pelos quatro cantos do universo, e que agora estou feliz a ponto de não conseguir pronunciar uma só palavra. Só as lágrimas que escorrem do meu rosto é que podem sinalizar a minha emoção por tê-la encontrado outra vez, e poder dizer-te, mil vezes, até você cansar de me ouvir, que te amo, te adoro, te venero! Que você é a razão do meu viver. Que não sei como suportei ficar sem você por tanto tempo. Que sem você eu não existo, não sou nada, nunca serei nada, meu amor.
Do sempre seu,
Hélio
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