segunda-feira, 16 de setembro de 2019

HUMANO DESENCANTO (Hélio Cervelin, 16set2019)



Autor: Hélio Cervelin

Estudei tanto, orei tanto
Feito santo
E no entanto
Prostrado aqui no meu canto
Desejo a morte do inimigo
E me espanto

Muito busquei a leveza
Teimosamente cultuei a beleza
Dedicado, me esforcei na sutileza
E em tudo ansiei pelo nexo
Mas, agora, desolado e abatido
Sinto chegar a tristeza
Estou perplexo!

Assombrado pelo desencanto
Tento conter o meu  pranto
Busco  por um acalanto
E em desespero
Espero

Sempre bondoso e afável
Com muita firmeza e fé
Confiei, sim, na alma humana

Mas agora a vejo insaciável
Tristemente deplorável
Totalmente execrável
E insana!

Mundo estranho este nosso
Em que tento fazer  o que  posso
Até rezar um Pai-Nosso
Sincero
Pra conviver dignamente

Não peço nada de mais
Apenas que imitemos os animais
E que tratemos os demais
Como gente
Intensa e amorosamente



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