segunda-feira, 11 de junho de 2018

BRAVOS CAMINHONEIROS (Áurea Wolff)


Autora: Áurea Woff

Sempre que ultrapasso nas rodovias estes caminhões grandes, tento ver o rosto do motorista, pois penso que ele é um homem corajoso, um herói,  dirigindo um caminhão enorme e, sozinho, consegue controlar este gigante que percorre as estradas de todo o nosso imenso Brasil.

Uma secreta admiração, envolta em respeito, leva meu pensamento a acompanhá-lo nos longos dias  solitários, fazendo seu trabalho com a responsabilidade de levar a carga para seu destino e o coração saudoso amarrado  na  família para quem deve levar o pão.
São anônimos condutores que levam para os irmãos, através dos alimentos, dos agasalhos, dos remédios que transportam de alguns lugares para outros, tudo o que cada ser humano necessita para a  vida.
Naquela manhã, a notícia: os caminhoneiros estão em greve. O medo se espalha rápido, através de mensagens, e a correria para garantir o pão e o combustível aumenta as filas nos postos de gasolina e nos supermercados.
Depois do primeiro susto, as ruas ficam desertas, os carros nas garagens, as pessoas permanecem em suas casas. Famílias sentaram juntas ao redor da mesa para conversar, para reconhecer a força surpreendente dos caminhoneiros que, com sua paralisação distante, buzinam nos ouvidos dos brasileiros  a reflexão sobre seus deveres de cidadãos, sobre os perigos que rondam nosso país. 
Foram poucos dias de expectativa como se estivessem todos num barco sem bússola, à deriva, nas águas de um grande oceano.  Se vier a tempestade qual será o rumo que este imenso barco vai tomar? Como seus tripulantes irão se comportar diante  do imprevisto, das surpresas que colocam cada um diante de seus valores, de suas crenças, de seus princípios?
Caminhoneiros, homens de todas as partes, de todas as raças, de todas as cores: vocês têm o poder de despertar o coração dos brasileiros que estão dormindo neste berço esplêndido e maravilhoso que os nossos heróis do passado nos deixaram como herança; têm o poder de  abrir as portas do patriotismo envolvente e do amor ao Brasil dos primeiros tempos; têm o poder de lembrar  aos nossos irmãos a grande nação que somos, onde  o Cruzeiro do Sul abre os braços para nos abençoar com o sinal da Cruz.
Muitos brasileiros morreram defendendo estas terras que ficaram para nós, para nossos filhos. Vocês, caminhoneiros, trazem à  nossa  lembrança o desvelo das primeiras gerações pelo nosso território, pelas nossas riquezas e pela  nossa gente, e nos impulsionam a seguir seus exemplos.
Minha gratidão por este buzinar de suas carretas que trazem para  todos nós a certeza de que somos um povo honesto, que trabalha, luta e ama este imenso território que é o nosso querido Brasil                   
              

                            

              
             

Um comentário:

  1. Um maravilhosa e poética homenagem a esses bravos trabalhadores de nosso país, amiga Áurea! Parabéns!

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