quarta-feira, 13 de junho de 2018

EPÍLOGO (Hélio Cervelin)


 
Autor: Hélio Cervelin

Quando dei por mim
Eu ainda estava pensando em você
E cheguei à conclusão
De que em toda a minha vida
Foi só o que eu soube fazer

E assim
O tempo foi passando
E a vida foi escorrendo
Por entre os meus dedos
Como a água apanhada na fonte
Com as mãos

Quando dei por mim
Vi os meus cabelos grisalhos
Caídos sobre a minha fronte
Misturando-se às lágrimas amargas
E cheguei à conclusão
De que corri riscos de menos
Pois, as marcas dos erros passados
Impediram-me de ousar
Por medo de errar mais

Agora, nem sei dizer se valeu a pena
Nem sei se posso afirmar que fui infeliz
Só sei dizer que não fui feliz
Nesse emaranhado morno que é a vida
Do ser sem ser
Do não ser para tentar ser melhor

Afinal, para que serve a vida?
Para amar e sofrer?
Ou para não amar, não sofrer e não viver?
Ou será para viver por viver
Para cumprir um tempo determinado
Como um sagrado dever?



2 comentários:

  1. O Coração de um poeta quando questiona também ensina...

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    1. Obrigado, Karina! Carina, em italiano, é querida, sabia? Suas palavras me dão ânimo para continuar a escrever. Um beijo Kariñoso.

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