quinta-feira, 20 de junho de 2019

CORPUS CHRISTI (Hélio Cervelin, 20 jun 2019)


 

Autor: Hélio Cervelin

Produto da terra bruta, matéria prima do chão
Meu corpo é minha imagem, visível pela aparência
Com ele eu posso te ver e me mostrar também
Oportunidade de vida, amor e convivência

Invólucro deste meu ser, minha mente e emoção
Expressa uma mensagem de luz e de transparência
É uma forma de criar,  amar e fazer o bem
Que embala todo meu ser em ação e consequência

Meu corpo é uma joia que foi doada por deus
E minha vida sem ele perderia o sentido
Recebido de herança será doado aos meus
Com ele posso amar, cantar, falar, ser ouvido

De humanidade tosca, objeto moldado na lama
O teu corpo transformou-se na expressão de quem me ama
E se não fosse por ele, tão gracioso e delicado
Eu não sentiria o encanto que sinto estando ao teu lado

Escravo neste planeta, onde não posso voar
Invejo os pássaros errantes, felizes, pairando no ar
Valho-me de máquinas e truques pra enganar a minha mente
E faço viagens fantásticas, estando no mesmo lugar

Até Cristo se valeu de um corpo material
Para trazer a Boa Nova para quem quisesse ouvir
E pregar sua mensagem da lei do Bem contra o Mal
E mapear nosso caminho pra viagem do porvir

Sei que no gozo dos céus eu não preciso de corpo
Pra me expressar como faço, aqui nesta dimensão
No vácuo da antimatéria poderei tudo fazer
Sem amarras, serei pleno, planando na imensidão

Junto ao Pai posso sorrir e viver eternamente
Em coro cantar com os anjos belas canções de louvor
E viver a plenitude com a qual sempre sonhei
Sem jamais chorar, sofrer ou voltar a sentir dor

Enquanto ainda não chega a minha hora final
De abrir mão desta matéria e devolvê-la ao chão
Fica comigo e me ame com ternura celestial
Beijos, suaves carícias e muito amor no coração.



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