quinta-feira, 28 de outubro de 2021

MIL E UMA NOITES (a odalisca Hérica) Hélio Cervelin

 


Autor: Hélio Cervelin


O véu que ela ostenta esconde o seu belo rosto

É lindo, sim, eu não iria me enganar

Pois que acompanha o lindo sorriso dela

Denunciado pela meiguice do olhar


Sei que debaixo desse véu há uma boca

Sensual e ansiosa pra dizer palavras de amor

Sem preocupar-se com o moral e o imoral

Ávida por beijos sôfregos, carregados de calor


Fico imaginando ela dançando pra mim

Lindas canções do Oriente, o seu corpo a balançar

Que, em movimentos sinuosos se insinua

Suas finas mãos riscando desenhos no ar


O seu perfume já invade o ambiente

Inebriando o pensamento e a emoção

Pra saber a hora de pedi-la em casamento

E atender o que me pede o coração


Mil e uma noites de amor terei com ela

Em nossa relação só amor, delicadeza

O nosso mundo será pleno e feliz

Seremos sempre um príncipe e uma princesa


domingo, 24 de outubro de 2021

AUGÚRIOS DE PAZ Hélio Cervelin (23 Out 2021)



Autor: Hélio Cervelin


Que o seu passo seja largo

Seu sorriso bem aberto

Seu pensamento sereno

E seus amigos por perto


Que sua estrada seja livre

Seus trajetos sem espinhos

Seu guia seja inspirado

E adorne com flores seus caminhos


Que seu pensamento seja livre

Aberto ao novo, ao moderno

Que seu ânimo nunca se exalte

E seja afável, fraterno


Que valorize os amigos

Reconhecendo seu valor

Enaltecendo a amizade

Pelas veredas do amor


Que sua chegada seja alegre

Que louvem tudo o que faz

Que as resultantes se assentem

Nas bases firmes da paz.








 

domingo, 10 de outubro de 2021

LÁGRIMAS DO TEMPO (Hélio Cervelin)

 










Autor: Hélio Cervelin


Nosso tempo só quer chover

Chover, chorar sem parar

Pedir para que pare é inútil

Suas lágrimas molhadas não querem cessar


O céu virou um grande rio

A cascata parece não ter fim

Quem levou tanta água lá pra cima?

E quem mandou derramá-la sobre mim?


Saem os dias, entram as noites

E as águas choram aos cântaros deitados

Será que precisamos tanto nos purificar?

Estaremos todos assim tão maculados?


Sei que a água, por fim, é uma bênção

Que a tudo rega, faz brotar a flor

Faz germinar a tenra semente

Que nos traz o pão com amor


Os dias ensolarados também chegarão

Deixemos nosso tempo se ajustar

Ele é a resposta da natureza

Que, em sua justeza, sabe o que deve nos proporcionar


Raios, coriscos, trovoadas

Fazem parte da paisagem natural

Assim como as cores do arco-íris

E as borboletas que povoarão o meu quintal


sexta-feira, 17 de setembro de 2021

REENCONTRO Hélio Cervelin (17 set 2021)

 









Autor: Hélio Cervelin

Esperava ansiosamente pela atenção de minha mãe. Queria que ela olhasse as unhas dos meus pés.


Depois de um certo tempo, ela finalmente chegou. Eu já me encontrava sentado numa cadeira, os pés levantados sobre outra. Então ela veio e começou a trabalhar, dedicada e amorosamente, as unhas dos meus pés. Depois de determinado tempo, afastou-se.

Percebendo a demora, chamei-a.

Então ela disse:

O que foi, meu filho?

E eu lhe respondi:

A senhora não vai terminar?

Ao que ela afirmou: - Eu já terminei.

Desculpe, pensei que estivesse descansando!, ponderei.


Então levantei-me para lhe agradecer, beijando sua face direita.


Minha mãe era uma mulher alta, esbelta, cabelos castanhos. Usava um vestido longo, claro, com estampas florais suaves.


Então ela se movimentou, ficando de pé ao meu lado. Entendi que queria mais um beijo. Então a beijei novamente, desta vez na face esquerda, de pele alva.


Isso feito, encaminhei-me para o meu quarto, encontrando no caminho o meu sobrinho Aírton, cantando a plenos pulmões a canção antiga de Tonico e Tinoco, Chico Mineiro, que dizia:


Fizemos a última viagem
Foi lá pro sertão de Goiás
Fui eu e o Chico Mineiro
Também foi o capataz


Sem interromper, sorri para ele, apontando o indicador para baixo, rente ao chão, para dizer-lhe: _ - - Você tirou essa lá do fundo do baú!


E com isso, eu me acordei. O meu sonho acabou. Mas fiquei feliz com o reencontro.


Minha saudosa mãezinha, Dona Otília, faleceu há 44 anos, em 1977. Aírton é o segundo neto de minha mãe.


quinta-feira, 29 de julho de 2021

ANJOS MULTICORES (Hélio Cervelin) (2020)

 









Autor: Hélio Cervelin


Meus anjos são multicores

De tons de pele sem fim

São seres que vão e vêm

E que trazem amparo pra mim


Você é o meu anjo moreno

De um lindo semblante dourado

É o meu anjo do presente

Que hoje caminha ao meu lado


Os anjos nos orientam e inspiram

Com seus sorrisos e conselhos

Luz do céu em forma de gente

Lindas sardas, cabelos vermelhos


Anjos de pele alva de luz

E rasgados olhos azuis

De cabelos longos e olhar sereno

Lembrando a imagem de Jesus


Anjos de pele vermelha

Amorenada pelo sol, marcados

Que me conduzem nas veredas

De todos os caminhos trilhados


Anjos amarelos, de olhos pequenos,

Ternura sem par, doçura sem fim

Anjos retintos, corpos azulados

De alvos dentes de marfim


Anjos são fontes de amor

Amparo, conforto e amizade

Cada um que vem ou vai

É um pouco da Eternidade


Anjos de todas as cores

Que pela vida passaram

E muitos que passarão


Também sou o anjo dos outros

E a todos procuro doar

O amor do meu coração

segunda-feira, 12 de julho de 2021

LUMINOSA (Hélio Cervelin, 10 Jul 2021)

 












Autor: Hélio Cervelin


Luminosa te encontro

Ao ver o teu lindo sorriso

Brilhar à luz do luar


Luminosa te sinto agora

Ao captar a luz que aflora

Do brilho do teu olhar


Luminosa te admiro

E neste momento suspiro

Ao sentir tão profunda relação


Luminosa te aceito

No turbilhão dentro do peito

Que acelera o meu coração


Esqueço as mágoas, sofrimentos

Do rodar dos cataventos

Da emoção desenfreada


No choque do reencontro

Do outrora desencontro

Nos caminhos dessa estrada


Por que te reencontrei agora?

Teria então chegado a hora

Do nosso amor prevalecer?


Sinto que chegou o momento

De jogar as tristezas ao vento

Da chama voltar a arder


Não vou desperdiçar a chance

De apostar nesse lance

Pra nunca mais te perder

quinta-feira, 8 de julho de 2021

O AMIGO DA VACA (Hélio Cervelin, 08 Jul 2021)

 












Autor: Hélio Cervelin


Eu estava no escritório finalizando um poema, quando ouvi a voz de minha filha, gritando para me avisar que a vaca havia invadido nossa casa e estava comendo um pão. E o pior: já havia nos brindado com um belo bolo de fezes escuras e moles no meio da sala.

Abandonei meu poema e corri imediatamente para lá. Abraçando afetuosamente a vaca de cor clara e olhar suave, fui puxando uma conversa e, enquanto a conduzia para fora, fui argumentando com ela, dizendo-lhe:

Querida, aqui dentro de casa não é o seu lugar. Nós, humanos, e vocês, somos diferentes, vocês têm cascos, nós não. Os cascos protegem vocês das bactérias e doenças, e vocês podem ficar lá fora, enquanto nossos pés são desprotegidos, tornado-nos vulneráveis às doenças. Por isso vivemos dentro de casa.

E fui conduzindo-a para fora naquele entendimento amigável. E ainda lhe pedi desculpas por termos esquecido a porta aberta.

Quem limpou o cocô? O sonho não revelou.















quinta-feira, 24 de junho de 2021

GENOCIDA (Hélio Cervelin, 9 Jun 2021)

 










Autor: Hélio Cervelin


Não sabe falar,

Não sabe se expressar

Não sabe argumentar

É um inculto.


Não sabe sentir

Não sabe intuir

Não tem empatia

É um insensível


Não sabe amar

Não sabe doar

Não sabe querer

É um robô


Não sabe gerir

Não sabe cooperar

Não sabe distribuir

É um egoísta


Não sabe orar

Não sabe educar

Não sabe curar

É um GENOCIDA!









domingo, 20 de junho de 2021

AMOR INFINITO (Mantra) Hélio Cervelin, (20Jun2021)

 











Autor: Hélio Cervelin


Eu amo a mim mesmo

Eu amo você

Eu amo minha família

Eu amo meus antepassados

Eu amo a água, os rios, as cascatas

Eu amo o verde das matas

Eu amo as flores, todas as cores

Eu amo os riachos e regatos

Eu amo os pássaros e as borboletas

Eu amo os cães e os gatos

Eu amo todos os animais

Eu amo o Deus Criador

Estou transbordante de Amor.


Eu respeito mim mesmo

Eu respeito você

Eu respeito minha família

Eu respeito meus antepassados

Eu respeito a água, os rios, as cascatas

Eu respeito o verde das matas

Eu respeito as flores, todas as cores

Eu respeito os riachos e regatos

Eu respeito os pássaros e as borboletas

Eu respeito os cães e os gatos

Eu respeitos todos os animais

Eu respeito o Deus Criador

Estou transbordante de Amor.



terça-feira, 8 de junho de 2021

SONETO (DES)TEMIDO (Hélio Cervelin, 26/out/1990)








Autor: Hélio Cervelin


Não magoes tua pele

Não maltrates teu amor

Não contenhas tuas queixas

Não escondas teu temor


Não poupes o teu carinho

Não esmoreças teu fervor

Não esvaias tua ternura

Não derrames teu calor


Fica sempre do meu lado

Este ser apaixonado

Que transborda o coração


Não fujas nunca de mim

Abraça-me forte, assim

E nunca me digas não


domingo, 6 de junho de 2021

POEMA DO APAGÃO NA ILHA (Hélio Cervelin, Floripa, 31 out. 2003)

 











Autor: Hélio Cervelin


Ilha encantada

Assaz maltratada

Sem brilho

Sem cor


Ilha tristonha

Em nada risonha

De astral abatido

Suplicas calor


Os homens do mal

Maltratam, desonram

E nem se apercebem

Do amor que lhes dás


Frios e insensíveis

Não veem, nem notam

Teus desejos ardentes

De amor e de paz


No escuro, tu choras

Humilhada, menor

Teus desejos, menina

Conheço-os de cor


Teu consolo, agora

Na tua aflição

É a lua cheia que aflora

Na Lagoa da Conceição.

quinta-feira, 15 de abril de 2021

JANELA (Hélio Cervelin, (14abr2021)

 









Autor: Hélio Cervelin


Recluso em meu silêncio me encontro triste

Imerso em um ambiente hostil e obscuro

Ansiando por uma janela de luz e paz

Que, sem cessar, desesperadamente eu procuro


Sinto falta da natureza em seu ambiente de paz

Suas belas matas onduladas, verdejantes

Do perfume genuíno das flores silvestres

Com suas borboletas e pássaros em cores exuberantes


Do seu doce olhar sinto imensa falta

Dos seus lindos olhos carregados de amor

Só mesmo seu carinho e sua presença constante

São os componentes necessários pra amenizar minha dor


Quanto tempo ainda terei que esperar por isso

Pra alcançar a tão sonhada liberdade?

Quanto tempo ainda preciso sofrer

Pra merecer um pouco de felicidade?





segunda-feira, 5 de abril de 2021

FILHOS DO UNIVERSO (Hélio Cervelin, 05abr21)

 












Autor: Hélio Cervelin


Filho do Universo, irmão das estrelas distantes

Imortal eu sou, minha existência é infinita

Renasço a cada tempo, em todas as sucessivas Eras

E assim, a cada passagem, minha história é mais bonita


Já fui um duro mineral, depois peixe e anfíbio

Quadrúpede selvagem, símio e marsupial

Bípede, semi-humano, hominal insólito

E comecei a pensar depois de tocar o monólito


Aprendi a duras penas o que são o Bem e o Mal

Minhas vidas vou galgando na direção do espaço

Em breve terei asas e isso será normal

E a cada renascimento eu me encontro num abraço


Louvo ao Criador e admiro a criação

E represento dos confins do Universo sua pujança

Para entender a força do que vivemos no agora

Basta um olhar atento ao sorriso da criança


Há entre nós quem pense que a vida é finitude

E deixam o egoísmo guiar sua ação

Então fica claro que nada aprenderam da vida

E que estão muito longe de entender a criação


Obras de arte e líricas canções celestiais

Surgem entre nós encantando a humanidade

Demonstrando nossa origem direta das estrelas

E que nossa morada se encontra na Eternidade


Eternos somos nós, eterno é nosso Ser

Cabe a nós todos acessar nosso lugar

Levar em conta que mais se cresce como entes

O quanto mais estivermos dispostos a amar.







quinta-feira, 1 de abril de 2021

AMIGO É TUDO (Hélio Cervelin, 1ºabr2021)

 









Autor: Hélio Cervelin


Que bom que eu tenho você

Para alegrar os meus dias

Que me anima e me dá forças

Nas tempestades e calmarias

Se não fora sua amizade

Da minha vida o que seria?


O meu caminho vou trilhar

E mais firme agora eu sigo

Animado e amparado

Pela mão de um grande amigo

Sei que posso contar com você

E você pode contar comigo


O meu coração se acalma

Minha alma se aquieta

Ao ouvir sua voz de doçura

Você é um amigo sincero

No seu abraço me aconchego

Sua alma é alma pura


Sem carinho somos fracos

Desse amparo dependemos

Viver sozinho é triste

Compreensão é o que queremos

Amigos nos trazem leveza

Sem amigos mal vivemos.


quinta-feira, 18 de março de 2021

AMOR É MAIS QUE UMA PALAVRA (Hans Christian Wiedemann)

 









Autor: Hans Christian Wiedemann

(O amigo Hans partiu hoje para o Plano Superior. 

Fica com Deus, Amigo!)


O Homem tem no Amor um vernáculo,

Que usa como bem lhe apraz,

Esquece o sentido profundo,

Há a nossa relação divina,

Para existência terrena.


Amor é a palavra da compreensão,

Que tem origem na espiritualidade,

Ainda no estado imaterial,

Significando a união dos elementos,

Para a evolução do todo.


O Homem transformou o Amor,

Num símbolo material,

Acreditando na relação carnal,

Com base na sua cultura,

Deformando assim o comportamento.


Na espiritualidade amor é a essência,

Na Terra expressa a consequência,

Da relação de carinho,

Invertendo assim os papéis,

Perdendo assim o poder.


O Amor divino é etéreo,

Sendo difícil ao Homem conceber,

Precisando de uma imagem,

Para ter como referência,

Sendo insuficiente o conceito.


Assim, o Amor é divino,

Precisando de abnegação,

Tendo nele a eternidade,

Da nossa relação com o infinito,

Podendo viver sempre feliz.

quinta-feira, 4 de março de 2021

FLORIPA ENCANTADA (Hans Christian Wiedemann)













Autor: Hans Christian Wiedemann


Floripa encanta

Com suas magias

Enquanto decanta 

E sua alegria.


Saboreando o Sol

Das suas praias.


Floripa espanta

As faltas de energias

Porque implanta

Muitas fantasias.


Saboreando o Sol

Das suas praias.


Floripa alimenta

As nossas manias

Enquanto aumenta

As nossas freguesias.


Saboreando o Sol

Das suas praias.


Floripa sustenta

As sabedorias

Enquanto alimenta

Nossa calmaria.


Saboreando o Sol

Das suas praias.


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

POR QUE QUEREMOS VIVER MAIS (Hélio Cervelin, 10 Fev 2021)

 










Autor: Hélio Cervelin

A vida, o que é, afinal? Por que não gostamos da ideia de morrer e queremos viver, permanecer vivos e viver mais?

Um presente de Deus, um aqui/agora, um estar presente no sentido de participar do que está sendo percebido neste momento, neste local, neste planeta localizado em algum ponto deste imenso Universo, assim costumamos classificar o que seja a VIDA.

É um caminho a seguir, normalmente copiando as atitudes dos outros – basicamente nossos pais – e suprindo as necessidades mais imediatas, à medida que elas vão ocorrendo, a começar pelo atendimento às necessidades básicas inerentes à vida biológica, tais como: beber água, comer, agasalhar-se no frio, abrigar-se das intempéries, proteger-se dos predadores e procurar estabelecer objetivos de vida concretos e razoáveis.

Uma vez percebendo que estamos vivos, instintivamente preservamos nossa vida, ou seja, evitamos a morte, pois se a existência que nos foi concedida já é um mistério em si, imaginemos o “outro lado”, o desconhecido, onde até as filosofias se desencontram ou se chocam quando tentam explicar o que encontraremos lá.

E então, para que queremos viver mais se já está comprovado que manter-se vivo exige um malabarismo sem fim? Uma resposta razoável seria: usufruir mais das coisas agradáveis do mundo e promover mais realizações; viver novas experiências, conhecer os filhos e os netos e acompanhá-los nas mais diversas fases de suas vidas, experimentando as sensações de cada evento pelo qual passarem; conhecer um bisneto, um tetraneto, por que não? E talvez recuperarmos o que perdemos em outras encarnações, nas quais não tenhamos cantado aquela canção que ensina que “é preciso saber viver”.

Outros aspectos que almejamos ao viver costumam incluir a chamada saúde perfeita, procurando manter nosso corpo sem traumatismos, sequelas ou enfermidades que possam inibir nossa mobilidade e bem-estar e trazer-nos tristeza e infelicidade. A beleza física é outro aspecto que aumenta a autoestima do indivíduo, carreando a admiração ao seu entorno, razão pela qual os procedimentos estéticos são tão valorizados, atualmente, ocorrendo muitos exageros.

Por que é necessário encarnar, tornar-se matéria?

Se imaginarmos que somos originários do espaço sideral, da antimatéria, onde não teríamos a necessidade de possuir um corpo físico para nos manifestarmos, entenderemos a necessidade de nascer na forma de um ser biológico, podendo interagir na matéria para talvez “sentir na carne” a dificuldade de alcançar o ideal almejado. Aqui, na Terra, podemos construir coisas e manipular os materiais com o intuito de exercitar nosso poder criativo, a fim de alcançar o equilíbrio da alma (nosso EU interior), sedimentando-nos como um indivíduo cósmico e universal. Ao longo do tempo, adquirimos resiliência e persistência para resistir à tentação de fugir do caminho traçado, burilando nossas virtudes, aplacando nossos vícios, sedimentando nossas forças e firmando nossa personalidade, sempre focados em destinos gloriosos por esse Universo Indefinido.

Por que é importante ser fraterno, solidário, prestar auxílio às demais pessoas?

Uma das maiores virtudes do ser humano é a empatia, a capacidade de colocar-se no lugar do outro, sentir suas dores e angústias. As filosofias ou religiões nos ensinam que todos somos irmãos, filhos originais de um mesmo criador denominado Deus. E de fato nos sentimos assim, talvez porque todos somos mortais e sujeitos ao sucesso, à pujança material, mas também a terríveis revezes. A riqueza material não é garantida, e também não é sinônimo de alegrias constantes, de felicidade, enfim. Tudo isso para que possamos perceber que somos uma família, e que soa injusto estarmos no gozo, na fruição dos bens materiais enquanto nossos irmãos estão em sofrimento na miséria, na penúria.

Diante dessas ponderações poderíamos nos perguntar: Por que cultivar a humildade? A resposta seria que, por mais sábios e conhecedores que sejamos, o ambiente planetário é limitado, e muitíssimas coisas nos são inalcançáveis deste plano. Muitas questões não têm resposta e muitos mistérios permanecem sem explicação, levando-nos a concluir que não temos motivo algum para carregar empáfia ou arrogância, uma vez que somos “pobres mortais ignorantes”.

Por que o mundo é tão desigual, tão pernicioso, tão hostil, trazendo-nos tanto sofrimento?

Provavelmente este planeta é um dos mais atrasados e injustos do Universo, e abriga aqui uma seleta espécie de degredados antissociais, aqui estabelecidos para exercitarem o aprimoramento moral e ético. Alguns de nós, detentores de princípios éticos e conhecimentos mais avançados, vieram com a missão de auxiliar, instruir, orientar, servir de exemplo; a grande massa, no entanto, veio para expiar seus erros, aprender sobre o bem e sentir na pele as consequências de seus atos equivocados de um passado relativamente distante.