
Autora: Mara Lúcia Bedin
Maldigo você, deusa do desamor e da perdição
Maldigo
você, cadela no cio
Que
por onde passa, exalando seu cheiro
Transforma
e forma um séquito
Enlouquecido
Irracional
Zumbi estridente
Achando
que está contente e valente
Querendo
sorver por inteira você.
Você
desdenhosa
Libidinosa
Exercendo
o nefasto e enganoso poder
Os
leva sorrindo
Para
o fundo do abismo
E,
infernal, os convence de que ali é o espaço ideal
Sem
que eles percebam, nem mesmo admitam
Os
elos tão fortes que se ligam a você.
Amaldiçoo
você, deusa da podridão
Que
macula os amores
Afasta
os amantes
Aparta-os dos filhos,
que
se tornam errantes.
Amaldiçoo
você,
diabólico
espectro,
Que
consome o divino.
Deixando
a carcaça
Que
se arrasta na lama
Reverenciando
você.
Sinto pena do cachorro loco
ResponderExcluirQue pelo cheiro persegue e deseja
Apenas um buraco oco
Se usasse outros sentidos
ResponderExcluirAcharia buracos floridos
Quem sabe algum buraco mágico
Ou cheio de sabedorias
Trocaria o buraco vazio
Por um bocado de alegrias
Mara, na interpretação que dei ao poema, você foi primorosa na descrição.
ResponderExcluirUma poetisa tardia (quiçá) ou amadurecida no clã vergastado!
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