sábado, 30 de dezembro de 2017

MUNDOS OPOSTOS (Hélio Cervelin)


Autor: Hélio Cervelin

Está em suas mãos decidir pela mudança
Vibrar comigo e pensar com mais leveza
Ter atitudes que abrandem seu coração
Sorriso doce, de calma e  delicadeza

Ter amigos que prezem a própria existência
Amor no coração e ternura no olhar
Que pensem em trabalho digno, sem alheamento
Num reto agir em um seguro caminhar

Sem atitudes de afrontas descabidas
Sem riso fácil, ironia, afetação
Sem falas chulas e pensamentos sombrios
Sem perigo constante, no transbordo da emoção

Risco incessante, fumaça e estampidos
Gargalhadas soltas em noitadas colossais
Música alta, ferindo os meus ouvidos
Um mundo louco que não acostumo jamais

Eu busco paz, harmonia e gentileza
Canto de pássaros e música angelical
Jardins floridos, bosques de rara beleza
Tudo que é belo, tudo muito natural

Você ama riscos, afrontas, confronto e sangue
É óbvio que entre nós a harmonia não prevaleça
Espero você do meu lado da fronteira
Com tua chegada talvez nosso amor aconteça

Sem tua presença fico entregue à minha sorte
Mas, sigo em frente, da forma que sempre vivi
Carrego a paz, que anda de mãos dadas comigo
Sem sobressaltos no caminho que escolhi



sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

MÃOS DE FADA (Hélio Cervelin)


Autor: Hélio Cervelin


Ela tem a doçura no olhar
Seu semblante me seduz
Seu calor me faz vibrar
Seu toque é mágica luz

Toda a dor desaparece
Ao seu toque de carinho
Vibro nos céus da leveza
E já não me sinto sozinho

Suas mãos são pétalas de rosas
Que embalam os meus pensamentos
Bálsamos que a tudo curam
Afastando os sofrimentos

Se estás longe, sinto dores
Só o teu amor me alivia
Meu amor, sem tua presença
Da minha vida o que seria?

Onda do mar, azul do céu
O teu afago é o meu alento
Todas as dores se afastam
Açoitadas pelo vento

Te quero sempre ao meu lado
Me amando e curando assim
Pois saiba, meu grande amor
Que você é tudo pra mim

Vejo nós dois no futuro
Vivendo a pura emoção
Trocando juras de amor
Pulsando a um só coração

E ao findarem nossos dias
Mais e mais amor sentiremos
No rumo do espaço infinito
De mãos dadas andaremos

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

O VELHO e o NOVO (Laércio de Melo Duarte)





Cada vez que se aproxima um novo ano as pessoas costumam refazer suas metas. Mas não mudam os hábitos e as rotinas. Chance de sucesso?  Próximo de zero. Claro, se eu não mudo as práticas, como vou querer resultados diferentes? 

Da mesma forma que na vida cotidiana, as culturas aparentemente se renovam. A Lei de Fênix é que tudo tem que morrer para que o novo se permita nascer. Isso não significa que aquilo que renascerá das cinzas seja melhor que o original. Mas, é a lei da vida. O velho tem que dar lugar ao novo. 

Eu traço um perfil comparativo entre o comportamento rebelde da minha geração, aquela que emergiu dos anos 1960 capitaneada pelo movimento hippie e seu slogan "faça amor, não faça guerra", entre outros; versus a rebeldia dos adolescentes de hoje.  Percebo que os líderes civis, religiosos e artísticos da minha turma eram muito mais calmos e pacíficos, frente a revolta que percebo nas manifestações de agora. 

Vou usar como exemplo duas canções emblemáticas, ambas do ano de 1965 nos Estados Unidos. Naquele ano estava claro o back ground da guerra nuclear contra os soviéticos e a guerra interna em que se transformou a do Vietnam. O ambiente artístico, cultural e político só podia refletir esta realidade. 

A primeira canção que quero mostrar é "Véspera da Destruição",  cantada pelo até então "Menestrel de Cristo", Barry McGuire. Foi sucesso imediato mundial, menos no Brasil, que vivia a época dos festivais da MPB e não estava nem aí com o que acontecia no resto do mundo, isolado pela ditadura militar, que não deixou a canção entrar no Brasil, por razões tão obtusas e ignorantes quanto a própria ditadura. Esta canção deixava todo mundo de cabelo em pé, por que ela anunciava simplesmente a destruição do planeta por uma hecatombe nuclear, que estava para acontecer a qualquer momento. 


Seu co-autor e intérprete, Barry McGuire, logo após ser a grande estrela do musical "Hair", tornou-se pregador cristão e foi viver na Nova Zelândia, de onde voltou apenas em 1994, indo morar na Califórnia, onde está até hoje, barrigudo, careca e feliz. E presumivelmente rico. 

Hoje, a banda australiana The Screaming Jets vê de outra forma a possibilidade de destruição da civilização: o super consumismo das sociedades capitalistas do primeiro mundo. 



A segunda canção a ilustrar esta crônica é da lavra de Bob Dylan, no também distante ano de 1965. Em “Desolation Row”, Dylan também faz um alerta às pessoas de que a sociedade está caminhando para a destruição, só que numa linguagem poética impressionante, não fosse ele prêmio Nobel de literatura. São 10 minutos de pura poesia sobre uma balada romântica, tão marcante que fica no espaço, mesmo depois de concluída sua interpretação. Na canção, Dylan usa recursos fantásticos da literatura clássica popular e seus personagens, como o Corcunda de Notre Dame, Cinderela, Don Juan Casanova, Romeu e Julieta, Caim e Abel, etc. Aqui, Dylan assume o papel narrativo como se fosse um menestrel.  Vale lembrar que na época da composição os EUA estavam já imersos na Guerra Fria contra a União Soviética, e o medo de um verdadeiro holocausto nuclear, que poderia ser causado por um confronto armado nuclear, era grande. Nos Estados Unidos, quem criticava a Guerra Fria e o anticomunismo doentio dos Yankees era tachado de antipatriótico e traidor. Dylan, certamente, era um deles, mas adorado pela juventude rebelde. 

A única tradução compreensível que encontrei foi em espanhol, de um concerto em Berlin no ano de 1987.  



Raras canções de Dylan são adaptadas para os estilos Metal Pesado ou Funk. Mas, esta pede para ser reverenciada num grande festival de grosserias, não pede? A grande e ordeira nova ordem mundial merece. 



quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

CENTELHA DIVINA (Hélio Cervelin)

 

Autor: Hélio Cervelin

“O futuro da igreja [Renascer em Cristo] está nas mãos de Deus”. (Bispa Sônia, líder evangélica; Revista ISTOÉ n.º 2183, página 65, 14 set 2011).

Dar excessiva importância a um Deus-Salvador é, a nosso ver, um equívoco que a grande e esmagadora maioria da humanidade cometem, inclusive os seus denominados "líderes" ou "pastores", como essa senhora citada, acima. A bem da verdade, são eles que nos ensinam assim.
Partimos do pressuposto de que Deus, "essa força descomunal, desconhecida e sem forma definida", não pode ser responsabilizado por todas as mazelas que nos cercam neste planeta. Da forma como é imaginado, esse ser "todo-poderoso, criador do Céu e da Terra e de todas as coisas que existem", tem muito mais a fazer em um Universo tão grandioso e fenomenal em que estamos inseridos, o qual a ciência nos apresenta cada dia mais complexo, compilando informações sistemáticas e atualizadas sobre ele.  
Perante um histórico de escândalos e falhas generalizadas, poder-se-ia afirmar, com toda a convicção, que quem provocou a decadência da citada igreja não foi Deus, mas, sim, a má gestão a ela aplicada, através da ganância e de outras atitudes equivocadas de seus dirigentes, fartamente divulgadas pela imprensa há pouco tempo. E este equívoco de se atribuir tudo à “vontade de Deus” transparece no momento em que nos "esquecemos" ou desconhecemos a vastidão do Universo e de como funcionam seus mecanismos, e corremos - apressadamente - em busca de alguém a quem responsabilizar pelos nossos fracassos.
Em relação à grandeza do Universo - que alguns cientistas preferem denominar "indefinido" em vez de "infinito" ou "sem fim" - o Brasil, apesar de toda a sua grandiosidade e extensão,   comparativamente ao Universo, equivaleria a um minúsculo pontinho, um habitante, apenas, de um determinado país, digamos da Somália, um país da África. Para simplificar, façamos de conta que o gigantesco Brasil, quando comparado ao Universo inteiro,  seria equivalente a uma pessoa, um simples cidadão somali, queimado pelo sol escaldante da África, visto do espaço.
Então imaginemos Deus, com tantos afazeres: comando geral de todas as galáxias; licenciamento de supernaves espaciais; autorizações para projetos de expansão de frotas estelares; autorização para a explosão de planetas atrasados, controle dos soluços solares e vigilância sobre os buracos negros; controle das fronteiras intergalácticas e interplanetárias, dentre outras tantas preocupações, atendo-se a um simples somali, um habitante do interior de um país miserável, localizado no interior de um continente paupérrimo, representado como sendo o Brasil.
Quanto ao nosso planeta como um todo, vejamos quantas coisas mais importantes haveria para tomar o tempo do Criador: numa ordem de preocupação, mais importante que um único somali seria sua aldeia, sua vila, sua cidade, seu estado, seu país e, depois, o Continente Africano. Depois disso, viriam os demais continentes, incluindo todos os seres espalhados pela face da Terra, mais os rios, as florestas, o vento, o sol e a chuva, os vulcões e terremotos, trabalho mais que suficiente para ser realizado. Ou seja, tantas outras galáxias para controlar. Galáxias! Galáxias inteiras!
Para resolver essa grave questão, Deus, que é uma entidade "sapiente, onipresente e onisciente", prevendo essas exigências todas, colocou em cada um de nós uma centelha de Si (que denominarei de "Centelha Divina") para nos ajudar nos momentos em que fosse necessário, proporcionando-nos uma espécie de "carta de alforria cósmica".
A partir dessa providência, Ele, o Todo-Poderoso, estaria sempre presente e, ao mesmo tempo, ausente! Paradoxo! (O criador adora paradoxos! Ele já provou isso em inúmeras de suas criações!)
Assim, Ele resolveria todos os problemas e não se envolveria em nenhum deles, como convém a um bom administrador, através da chamada delegação de competência ou livre-arbítrio, do qual cada um de nós fomos dotados por Ele. E tudo funcionaria às mil maravilhas!
No entanto, não é bem assim que as coisas acontecem, pois parece que em algum momento desses milhares ou milhões de anos de caminhada sobre a Terra, nossa memória foi se apagando aos poucos, e  poucos de nós ainda se lembram desse "chip" divino implantado em nós.
Assim, em algum momento, alguém apareceu com uma “brilhante” idéia: “religar-nos” com Ele, fingindo não saber que sempre estivemos unidos ao Pai. Foi daí que surgiu a palavra “religião” (em latim religare), a qual teria o intuito de nos conectar ao Criador.
Ato contínuo, esses "iluminados" se autonomearam representantes de Deus e se intitularam “despachantes do Senhor”, fazendo crer que o Todo-Poderoso é inatingível, senão através deles. Foi desta forma que surgiram os "atravessadores da fé", e instituíram a “burocracia religiosa”.
A partir daí, a humanidade se viu envolvida em componentes até então desconhecidos, tais como: requerimentos, taxas e emolumentos, guias de recolhimento de óbolos, dízimos, boletos compulsórios por milagres recebidos, e assim por diante. Também foram instituídas preces, promessas, novenas, procissões, oferendas e até sacrifícios de animais ou mesmo de pessoas. Sem contar a autoflagelação, adotada por alguns segmentos religiosos, que consiste em açoitar o próprio corpo, magoá-lo com objetos cortantes ou pontiagudos até sangrar.  Fazer longas caminhadas, geralmente de pés descalços, às vezes carregando cruzes ou outras cargas simbólicas, também se tornou usual. E, desta forma, acabamos por perder o contato direto com o Eu-Deus e passamos a fazer o jogo dos ditos "representantes" Dele. Perdemos a linha direta.
Desse momento em diante deixamos de lado nossa força, a nossa "centelha divina individual", e nos submetemos ao sistema sugerido, ou melhor, imposto pelos burocratas, e deixamos de exercer nosso legítimo direito de agir em causa própria, conforme nos fora delegado por Deus, desde o início.
Resultado final: Deus foi colocado por todos num lugar inatingível, quase ausente. Tão distante que se faz necessário invocá-Lo (acioná-Lo de fora para dentro) todos os dias, ou pelo menos uma vez por semana em lugares especiais, geralmente suntuosos e luxuosos, determinados pelos burocratas. Deixamos de evocá-Lo, isto é, buscá-Lo dentro de nós, para chamá-Lo "de longe".
Até os líderes espirituais demonstram não possuir a "centelha divina", pois, quando adoecem, correm aos hospitais especializados mais sofisticados e mais caros. Estão ficando cada vez mais fortes e mais ricos, não em graças e virtudes, mas em bens materiais e rendas profanas. Aliás, um procedimento  mal visto pelo nosso Criador, que assim nos ensinou uma vez:  

"Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele". (1 Timóteo 6:7)
“Tão-somente temei ao SENHOR, e servi-O fielmente com todo o vosso coração; porque vede quão grandiosas coisas vos fez.” (1 Samuel 12:24)
“Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo.” (1 João 4:4)


Hélio Cervelin – na época (2011) era Acadêmico de Letras – Português, Florianópolis, SC.



domingo, 24 de dezembro de 2017

POETA, AMOR E DOR (Hélio Cervelin)




Autor: Hélio Cervelin


O poeta ama, sofre e extasia-se   
Pois sente a dor que os outros sentem
Ama como todos amam
E dos desamores se ressente

Sentimentos, paixões, loucuras
Tudo se passa em sua mente
É profundo quando sofre
E quando ama, o faz intensamente

Nenhum sentimento lhe escapa
A tudo vê, percebe, sente
Tudo marca em sua memória
Em  um caos sempre presente

Mas resta ao poeta um consolo
Já que nem tudo é torpeza
Pois carrega em seu coração, além da dor
Amores, aromas, beleza

Deus abençoe os poetas
E os guie em sua preciosa missão
De propor risos, choros, catarses
Que aliviam o coração

De quem os lê...






quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

SORRISO QUE ENCANTA (Hélio Cervelin)

Autor: Hélio Cervelin



Teu lindo sorriso encantou o meu coração
Fez-me sonhar, e em mil loucuras pensar
Imaginei nós dois entre as flores do jardim
Trocando  beijos e juras de amor sem parar

O teu sorriso me deixou tão extasiado
Que não consigo parar de olhar pra você
Tudo farei pra vê-la sorrindo sempre
E jamais deixar o teu semblante esmorecer

Você é tão linda, elegante e carinhosa
Quero achegar-me como sendo teu amigo
Mas, em momento distraído e sorrateiro
Vou surpreender-te e te dizer "casa comigo!"

Posso antever a surpresa em teu olhar
O estupor pela proposta inesperada
Instantes depois esse espanto irá embora
E sorrirás como uma doce namorada

Sou otimista e só espero o que é bom
Tudo o que almejo, com certeza, irá chegar
Será um momento tenso, de "tudo ou nada"
Pago pra ver, todas as fichas vou jogar

Teus lindos lábios já se movem com encanto
Ouço tua voz, com ternura a pronunciar
Sim, eu aceito, isso é tudo o que mais quero
Também te amo e com você quero casar!

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

A MORTE E O MORRER (Delva Robles)


Autora: Delva Robles



“O corpo é um invólucro e a alma, esta, 
está ansiosa para libertar-se e voar livre”.  
Elizabeth Kubler-ross (1926-2004)

Costumo brincar que são os livros que me escolhem quando estou em uma livraria, e não o contrário. Assim aconteceu com um livro intitulado: Sobre a Morte e o Morrer, de Elizabeth Kubler-ross. Eu nunca havia ouvido sequer o nome dela, no entanto estava ali com um livro na mão que contava parte de sua história.
Pouco tempo depois, na aula magna do curso de Medicina, na UFPR, meu filho, - que era calouro - me contou que ela fora citada pelo seu pioneirismo em tratar doentes terminais.  
Médica psiquiatra, nasceu em 1926 em Zurique, na Suíça, era a  segunda  de  três  irmãs gêmeas. Fez medicina contra a vontade de seus pais e formou-se em 1957 pela Universidade de Zurique.  Quando era médica residente de Psiquiatria já se impressionava pela maneira como eram tratados os pacientes desenganados que esperavam pela morte.
Como pesquisadora estudou profundamente as diversas fases que antecedem a morte e elaborou um método para que os familiares pudessem auxiliar seus entes queridos a libertar-se do corpo físico.  
Trabalhou em campos de concentração que invadiram a Suíça na Segunda Grande Guerra Mundial. Já naquela época observou que as crianças que foram executadas nos campos de concentração, deixavam nas paredes os mesmos desenhos: borboletas que liberavam libélulas.  Deduziu que as crianças sabiam que iriam morrer e simbolizavam o corpo como a lagarta e a alma como a borboleta que saía do casulo. Tempos depois, ao trabalhar com crianças terminais, pôde comprovar sua tese.  E deixou inúmeras filmagens e escritos de seu trabalho.   
Casou-se com um americano e teve três filhos.  Ao longo de sua vida, quando era convidada a dar palestras pelo mundo todo, teve que escolher entre a família e o seu trabalho, uma maneira que seu marido achou de forçá-la a desistir de sua luta pelo bem dos doentes terminais.  Optou pelo trabalho deixando os filhos com o marido e foi viver novamente na Suíça .
Irreverente e  bem humorada, mesmo acamada, após vários enfartes e derrames, ainda questionava tudo.
Dizia que tinha apenas uma certeza após tantos anos dedicado à morte:

“O corpo é um invólucro e a alma, esta, está ansiosa para libertar-se e voar livre”.    





A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (Auri Silva)

Autor: Auri Silva

A Primeira Guerra Mundial começou em 1914 e terminou em 1918. Já a Segunda Guerra Mundial começou  em 1939 e terminou em 1945.
O início da Primeira Guerra Mundial - podemos afirmar - deu-se nos primórdios dos tempos, quando o homem cercou o espaço para plantar e criar animais para o seu sustento. Esta é a Guerra contra a natureza, que dura até os dias de hoje. Ela começou no Velho Continente, mas com as descobertas da idade média, espalhou-se pelo mundo inteiro.
No Brasil eles chegaram com a cruz numa mão e a espada na outra e dizimaram os habitantes do nosso paraíso em nome de um tal progresso. A primeira coisa a favor desse progresso foi proibir e extinguir a nossa língua Tupi-Guarani. Depois, foram ao continente Africano praticar a extinção dos povos, trazendo ao mundo a escravidão.
Não contentes atacaram as vilas e as pequenas cidades, com o cimento e o asfalto, extraindo o sangue da Mãe Natureza. Em seguida, poluíram os mares, os rios, os lagos e o ar que respiramos.
É uma guerra em que todos os países se unem para atacar em bloco, sem dó nem piedade. Esta guerra provoca fome, sede e grandes epidemias. E as potências mundiais, continuam a atacar, em nome de um tal progresso.
Somos coniventes com esta guerra, pois sabemos que o responsável pela destruição do planeta é o poder. E o poder está nas mãos do animal mais predador do mundo, o bicho homem.
Vejo o sistema solar como uma arena em que o planeta Terra é o touro. Trump e sua cuadrilha vão minando o touro com suas banderillas, para, no final, Kim Jong dar a espetada, finalizando o espetáculo.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

AS MELHORES COISAS DA VIDA NÃO SÃO COISAS (Laércio de Melo Duarte)



Autor: Laercio de Melo Duarte



Segundo as teses do ex padre alemão e psico-terapeuta fundador da Constelação Familiar, Bert Hellinger, prestes a completar cem anos e ainda em atividade produtiva intelectual, a MÃE é o portal para acessar a autoridade do PAI. 


Não se chega ao PAI e tudo que este representa em termos de autorização para que o filho(a) seja feliz, além do apontar de caminhos a serem percorridos pelo filho na sua jornada própria, sem antes obter a permissão da MÃE.



A harmonia PAI-MÃE é fundamental para a harmonia dos filhos. Não significa que pai e mãe tenham que permanecer casados contra suas vontades individuais, vivendo vidas infelizes, apenas para preservar os filhos, como é bastante comum em nossas sociedades cristãs e conservadoras. Na verdade, o exemplo de liberação comum entre casais que não deram certo, dentro das condições de respeito e integralidade emocional, é o melhor exemplo de solidariedade que se pode prestar aos filhos.

Mas, o casal fundamental permanecerá sempre sendo aquele que gerou a vida, independente de novos casamentos e relações empreendidas por pais e mães.
Os novos parceiros(as) precisam entender este conceito fundamental. E principalmente respeitá-lo, ainda que sintam ciúmes e mal estar. Sem esta compreensão e entendimento, a nova relação estará inevitavelmente condenada ao fracasso!






segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

GRADE FAMILIAR - PRISÃO, CONSCIÊNCIA E EMANCIPAÇÃO (Laércio de Melo Duarte)

Autor: Laércio de Melo Duarte

O que vou dizer aqui é um apanhado do que entendi ser a mensagem principal do autor norte americano Bruce Lipton, que começou sua carreira em universidades pequenas dos EUA até atingir o grau máximo de professor titular da Universidade Stanford, Califórnia,   uma das instituições de ensino e pesquisa mais qualificadas do planeta. 

Em 2005, o professor Bruce Lipton lançou o livro Biologia da Crença, onde defende a ideia de que os genes e o DNA não controlam nossa biologia, conforme enunciado pelo determinismo genético da Escola Darwinista, mas que os genes e o DNA são controlados por sinais externos, incluindo as mensagens energéticas que emanam de nossos pensamentos. Este novo conceito unifica a biologia celular com a física quântica, para mostrar que o nosso corpo pode mudar se mudarmos o nosso pensamento, de forma positiva ou negativa. Estas nova abordagem científica sugere que os estímulos de energia que recebemos do ambiente podem determinar a nossa qualidade de vida.



A formação de CRENÇAS segue um roteiro mais ou menos padrão: a pessoa inicialmente percebe que tem CONVICÇÕES, construídas por herança familiar ou por suas próprias reflexões, as quais, junto com pensamentos complexos e palavras pronunciadas, acabam por provocar certas AÇÕES naturais desta pessoa frente ao mundo em que vive. Com o passar do tempo, isso vira um HÁBITO, de modo que o ser não chega sequer a perceber que daí vieram os seus VALORES DE VIDA.  

Alguns conceitos da chamada "biologia celular" de Lipton encontram ressonância em outros autores da Nova Era, principalmente em Robert Willian, que estuda a reprogramação psico-física através de técnicas de auto cura psicológica, e Bert Hellinger, o ex padre alemão que estruturou o conjunto de técnicas, hoje na moda, chamado Constelação Familiar. 

A mensagem básica de Lipton, que ainda choca o ambiente científico tradicional, é que a herança genética não é o que determina nossa vida, mas sim o conjunto complexo de nossos pensamentos, formando um campo sistêmico de experiências pessoais construídas na forma de crenças. As crenças pessoais na verdade é o que rege a vida,  o sucesso ou fracasso das individualidades, ou seja, nós, os seres humanos. Além disso, e talvez por conta disso, estamos todos submetidos como indivíduos a um campo de influência que nos aprisiona inconscientemente a um sistema de força: A FAMÍLIA. Segundo Bert Hellinger, os antepassados seguem emanando influências de bem e mal  por até 300 anos depois da morte do ser emanador, de acordo com sua importância no papel e na vida de cada um de seus descendentes.

É fácil perceber que algumas pessoas de nosso convívio apresentam personalidade fácil e apaziguadora, enquanto outras são pesadas e difíceis. Não há explicação razoável para isso, senão a herança atávica dos antepassados, ou seja, o  LEGADO FAMILIAR. Uma herança leve facilita o encontro de momentos felizes, sem dúvida. 

Num sistema de valores como o LEGADO FAMILIAR, a aceitação de um novo membro ou uma nova crença é uma AMEAÇA ao equilíbrio. Por isso, alguns noivos ou novas companheiras de membros do Sistema são rejeitados, até o ponto de causar infelicidade e penúria emocional a todos. As regras do sistema familiar combatem qualquer intrusão. Qualquer mudança exige a PERMISSÃO do Sistema, através de suas autoridades máximas, o Pai e a Mãe. Hoje há grande conflito no interior das famílias, por que raras pessoas honram verdadeiramente o pai e a mãe. No máximo aceitam de araque seus papéis, para evitar conflitos desnecessários. Mas, a regra de ouro do Sistema é que cada pessoa teve o Pai-Mãe que precisava e merecia. O Pai representa a direção, o apontar de caminhos, enquanto a Mãe representa a própria vida, de modo que só se chega ao Pai pelo portal da Mãe. Romper com a Mãe, significa perder também o Pai. Quanto mais distante da Mãe, mais distante da vida. Mesmo nos casos em que pai e mãe físicos não foram exatamente os mais indicados, é preciso honrá-los. Segundo Bert Hellinger, é preciso ir além da dor ... sublimar e construir uma relação de equilíbrio, mesmo quando o ser foi abandonado e entregue para doação. Por mais que se honre os pais adotivos, é preciso reencontrar o equilíbrio com aqueles que verdadeiramente doaram o bem maior, a vida. Contraditoriamente com o senso comum, a figura pai-mãe não é aquele que cria, mas sim o que verdadeiramente gerou o novo ser.   

O processo de mudança pessoal sempre será feito a partir de uma reprogramação de crenças. Para isso, existem algumas condições básicas:

  • Obter autorização, mesmo que apenas na condição de indivíduo isolado do sistema familiar.
  • Respeitar as hierarquias.
  • Honrar os antepassados.
  • Aceitar incondicionalmente a entidade Pai-Mãe. 
  • Respeitar o Sistema de legado familiar e suas regras e ritos.
Só então, o indivíduo estará autorizado a reprogramar suas crenças. Ao trabalhar suas novas crenças, a pessoa deve fazer exercícios diários e estar atenta para algumas regras práticas, que facilitam a absorção interna dos novos valores:

  • Formular a nova crença sempre em modo positivo e no tempo presente. Por exemplo: eu não sou fumante. 
  • Formular crenças que não sejam prejudiciais a terceiros ou ao meio ambiente ecológico-social.
A reprogramação de crenças obedece sempre a lógica de que é possível transformar a realidade, qualquer que seja ela. 

A crença inicial e básica é esta, que deve ser sempre reforçada e nunca abandonada:

  • EU ME AMO INCONDICIONALMENTE 
  • E ME ACEITO ASSIM COMO SOU
Parece contraditório para quem quer mudar, não é? 
Na verdade, a postura de se aceitar é básica 
para qualquer mudança. 



Há sempre um tempo certo 
para cada coisa na vida.