sábado, 2 de dezembro de 2017

ESTAÇÃO DO AMOR (Áurea Wolff)



Autora: Áurea Wolff

O primeiro assunto a ser abordado para produzir escrita criativa proposto para os membros do grupo Náufragos Literários foi a primavera.
Lindas falas revelaram os estilos poéticos e apaixonados de cada um, o encanto que se encontra na liberação da alma, E neste  espaço de tentativa do novo, da restauração  e do aconchegante, a primavera chegou com suas cores de esperança pela solidariedade e por um mundo mais humano e justo.
Eu que já vivi tantas primaveras, também vivi as outras estações do ano:  invernos com o frio do corpo e da alma;  invernos aquecidos com o calor dos irmãos; outonos onde a fartura era uma realidade; e outonos onde as sementes brotavam enfraquecidas; verões onde o calor do sol iluminava tudo; e verões onde as tempetades varriam as esperanças, derrubavam a fé e traziam a escuridão.
Em todas as estações encontrei o amor. Amor de mãe,  de pai, de irmãos de sangue,  irmãos do coração,  amor de marido, amor de filhos, de avós, de amigos, de estranhos,  de companheiros de trabalho, de alunos, de familiares. Quantos amores! Mesmo na dor  e no fundo do poço, encontrei o amor. 
Estou convencida de que  em todas as estações da vida existe uma essência comum, um fundo musical  da existência, uma gratidão pela vida, um sorriso de aventura, uma careta de loucura,  que,  mesmo quando não pensamos  nem acreditamos, queremos que exista, que esteja presente:  o amor.
Estamos  numa era nova, o nosso  tempo de aposentados, poetas, escritores, músicos, cantores, sonhadores.  As estações se juntaram, não tem mais uma data nem tempo de se alternarem.  Elas têm sua  essência, o ponto de partida, o foco central, a  meta, que,  mesmo com frio ou calor,  com dor ou desânimo quer  ser preservada.  Elas estão todas em todos os momentos.
Estamos no outono da vida,   quando  temos sonhos e eperanças. Também no inverno,  pois  temos o aquecimento que conseguimos no caminho.
Na primavera, porque as  lindas cores  do mundo  ficaram gravadas em nossa mente. No verão,  já que  temos o sopro dos ventos suaves que nos trouxeram até aqui.
E elas nos trouxeram para a  Estação do amor.

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