domingo, 26 de novembro de 2017

ANOITECER (Elizete Menezes)

Autora: Elizete Menezes


Anoitece nesta cidade desconhecida. E eu, aqui, vendo o orvalho que cai, gota a gota. Cidade enfeitada de luzes. Uma grande festa se aproxima, e meus pensamentos me reportam ao tempo de criança, onde eu morava numa rua de terra batida e sem luz. O que  eu avistava ao anoitecer era o céu estrelado a brilhar. E, no silêncio da noite, via as galinhas se recolherem ao galinheiro; o cavalo a se abrigar na baia, e os outros animais, também. Na chegada da noite, cada qual sabia seu lugar, e para lá se dirigia, sem necessitar de ajuda.
O dia amanhece com cheiro de terra úmida e o perfume das belas flores. Ali estava uma  criança feliz à espera da mais bela festa que se aproximava, e que contava os dias para que o bom velhinho ali viesse com seu saco abarrotado de presentes, e em sua árvore os deixasse.
Agora aqui estou a recordar, num sofá de hotel da criança que existiu num passado remoto. E meus pensamentos vagam nesse lugar, nessa cidadezinha cheia de encantos, trazendo o anoitecer, com suas luzes a brilhar e seu céu estrelado, que ao meu passado reportou-me...
É a festa de Natal que hoje me traz as lembranças do meu tempo de criança.
Lugar de águas termais, carregado de encantos. E no descanso, me encontro com um passado cheio de lembranças de criança.
A saudade bate forte. É hora do meu encontro com a criança que lá atrás a deixei...
E aqui estou, feliz e saudosa, a mergulhar no espaço que por um instante vagou entre as estrelas.

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